MILAGRES E TANTAS OUTRAS COISAS
«José Mourinho chega a mais uma final europeia. A 4.ª da carreira. E no que se rotula como uma má temporada do Manchester United – e, de facto, na Premier tem sido medíocre – o técnico português arrisca-se a ganhar em Estocolmo o 3.º título da época: Supertaça, Taça da Liga e a ver vamos se a Liga Europa. Mas isto nada tem a ver com milagres. É talento e trabalho. Como CR7.
«José Mourinho chega a mais uma final europeia. A 4.ª da carreira. E no que se rotula como uma má temporada do Manchester United – e, de facto, na Premier tem sido medíocre – o técnico português arrisca-se a ganhar em Estocolmo o 3.º título da época: Supertaça, Taça da Liga e a ver vamos se a Liga Europa. Mas isto nada tem a ver com milagres. É talento e trabalho. Como CR7.
A chegada de Willyan, Salvador Agra e Hamzaoui do Nacional à Luz parece, vista hoje, ela sim um milagre. Mas também não é. Tem a ver com dívidas por pagar e o que é hoje o futebol moderno. Um facto interessante e a seguir na semana em que o Benfica joga o ambicionado tetra. Luís Filipe Vieira pede que se acenda o inferno da Luz. Por muito que o futebol seja a religião de tantos portugueses, também aqui não há milagres. O tetra tem dois nomes bem vincados: Jorge Jesus e Rui Vitória. Dois homens muito diferentes, com lideranças distintas, que romperam com a hegemonia portista. Merecem o agradecimento de todos os benfiquistas. Com Vieira mudaram o clube.
Incomoda muita gente o reatamento de relações entre Sporting e Porto. É visto como um movimento anti-Benfica. Normal. O poder esmagador que o clube da Luz conquistou nos últimos anos levou os dois rivais à aproximação. Também aqui não há milagres. Apenas natureza humana. E os três grandes pouco mais têm feito do que agredir-se mutuamente. Era bom que se dessem bem. Aqui sim, pedia-se o milagre.
Pedro Martins já tem uma carreira de respeito. O que fez até chegar a Guimarães foi muito bom. Mas na cidade-berço elevou o trabalho a um patamar de excelência a que o clube assistiu poucas vezes nos últimos anos. Tem uma prova de fogo amanhã e no Jamor precisamente frente ao homem que conquistou a Taça para os vitorianos. Aconteça o que acontecer, não será por milagre.»
(Bernardo Ribeiro, Entrada em Campo, in Record)
Os milagres acontecem, porque sim. A palavra existe porque o inexplicável também existe. Quando ninguém se atreve a explicá-los científicamente, estará porventura e apenas na fé de alguns, a explicação para o que não cabe nas prerrogativas das ciências exactas.
Como não poderia deixar de ser, estabelecer-se-à necessariamente entre jornalistas crentes e agnósticos uma curiosa dicotomia sempre que se apresenta a necessidade de analisar um qualquer acontecimento com pressupostos inexplicáveis.
Pela crónica de hoje deduz-se que Bernardo Ribeiro não é crente: não acredita em milagres. Logo será agnóstico, na medida em que, por convicção, declara primeiro, que "a chegada de Willyan, Salvador Agra e Hamzaoui do Nacional à Luz" e depois, que "o reatamento de relações entre Sporting e Porto", de nenhum modo poderão constituir-se como milagres.
Até aqui tudo bem e mesmo o profundo agnóstico que sou não terá dificuldade em concordar com ele. O pior vem depois: quando Bernardo Ribeiro tenta explicar o inexplicável.
Em primeiro lugar afirma seguro e sem que a mais pequena réstia de dúvida lhe assalte o espírito, que a chegada de três jogadores do despromovido Nacional à Luz, não constituindo milagre, "tem a ver com dívidas por pagar e o que é hoje o futebol moderno"!...
Em segundo lugar afirma, também segura e peremptoriamente, que o "reatamento das relações entre Sporting e Porto", longe de se poder considerar um milagre - intercalando o delicioso e isentíssimo pormenor de tal ser "visto como um normal movimento anti-Benfica" -, terá tudo a ver com "o poder esmagador que o clube da Luz conquistou nos últimos anos, que levou os dois rivais à aproximação"!...
E pronto, com um elogio que me parece justo a Pedro Martins, Bernardo Ribeiro conclui a sua crónica e, de "consciência jornalística" tranquila e lavada, lá vai à sua vida de todos os dias, mais rápido que cão por vinha vindimada, sem se preocupar ou questionar minimamente, sobre as duas "pontas da meada" que acabara de deixar entregues aos seus leitores, firme e "omniscientemente" convicto de que nenhum se daria ao trabalho de começar a puxar pela ditas pontas.
Teve azar o senhor sub-director do jornal Record. Pelo menos eu venho aqui interpelá-lo, para que me esclareça:
1 - Haverá alguma razão lícita, dentro da arquitectura jurídica do estado de direito que somos e conforme com a regulamentação específica desportiva que regula o sector, que possa justificar a existência de dívidas de um clube de expressão tão insignificante que acaba de ser relegado para o escalão inferior, perante o clube com maior expressão económica e financeira, massa adepta e títulos conquistados em Portugal?
2 - O que será preciso acontecer para que Bernardo Ribeiro se interrogue e dê corda aos sapatos no sentido de, cumprindo uma das vertentes fundamentais da sua profissão que será a investigação, se debruce sobre a licitude dos processos e meios utilizados para que um clube em meia dúzia de anos, tenha conseguido alcançar "o poder esmagador que o clube da Luz conquistou nos últimos anos e que levou os seus dois rivais mais directos à aproximação"?
Sendo inquestionável que a inteligência, a competência, o trabalho, a dedicação, o esforço, a devoção, a perseverança e tantos outros atributos da mesma índole, serão os responsáveis pelo êxito que, singular ou colectivamente, possa ser alcançado em qualquer actividade, a história está repleta de casos em que outros factores menos nobres e lícitos, terão servido de trampolim para o sucesso!...
Pela crónica de hoje deduz-se que Bernardo Ribeiro não é crente: não acredita em milagres. Logo será agnóstico, na medida em que, por convicção, declara primeiro, que "a chegada de Willyan, Salvador Agra e Hamzaoui do Nacional à Luz" e depois, que "o reatamento de relações entre Sporting e Porto", de nenhum modo poderão constituir-se como milagres.
Até aqui tudo bem e mesmo o profundo agnóstico que sou não terá dificuldade em concordar com ele. O pior vem depois: quando Bernardo Ribeiro tenta explicar o inexplicável.
Em primeiro lugar afirma seguro e sem que a mais pequena réstia de dúvida lhe assalte o espírito, que a chegada de três jogadores do despromovido Nacional à Luz, não constituindo milagre, "tem a ver com dívidas por pagar e o que é hoje o futebol moderno"!...
Em segundo lugar afirma, também segura e peremptoriamente, que o "reatamento das relações entre Sporting e Porto", longe de se poder considerar um milagre - intercalando o delicioso e isentíssimo pormenor de tal ser "visto como um normal movimento anti-Benfica" -, terá tudo a ver com "o poder esmagador que o clube da Luz conquistou nos últimos anos, que levou os dois rivais à aproximação"!...
E pronto, com um elogio que me parece justo a Pedro Martins, Bernardo Ribeiro conclui a sua crónica e, de "consciência jornalística" tranquila e lavada, lá vai à sua vida de todos os dias, mais rápido que cão por vinha vindimada, sem se preocupar ou questionar minimamente, sobre as duas "pontas da meada" que acabara de deixar entregues aos seus leitores, firme e "omniscientemente" convicto de que nenhum se daria ao trabalho de começar a puxar pela ditas pontas.
Teve azar o senhor sub-director do jornal Record. Pelo menos eu venho aqui interpelá-lo, para que me esclareça:
1 - Haverá alguma razão lícita, dentro da arquitectura jurídica do estado de direito que somos e conforme com a regulamentação específica desportiva que regula o sector, que possa justificar a existência de dívidas de um clube de expressão tão insignificante que acaba de ser relegado para o escalão inferior, perante o clube com maior expressão económica e financeira, massa adepta e títulos conquistados em Portugal?
2 - O que será preciso acontecer para que Bernardo Ribeiro se interrogue e dê corda aos sapatos no sentido de, cumprindo uma das vertentes fundamentais da sua profissão que será a investigação, se debruce sobre a licitude dos processos e meios utilizados para que um clube em meia dúzia de anos, tenha conseguido alcançar "o poder esmagador que o clube da Luz conquistou nos últimos anos e que levou os seus dois rivais mais directos à aproximação"?
Sendo inquestionável que a inteligência, a competência, o trabalho, a dedicação, o esforço, a devoção, a perseverança e tantos outros atributos da mesma índole, serão os responsáveis pelo êxito que, singular ou colectivamente, possa ser alcançado em qualquer actividade, a história está repleta de casos em que outros factores menos nobres e lícitos, terão servido de trampolim para o sucesso!...
Obviamente que o jornalismo nunca será excepção!...
Leoninamente,
Até à próxima
"Willyan, Salvador Agra e Hamzaoui" -- ha' que manter o camiao de excedentarios bem cheio para distribuir emprestados por todas as equipas da 1a Liga. Em estrategia que ganha nao se mexe.
ResponderEliminarSL, M.
Bem se..... f.....icou o Nacional... Para o ano há mais.... mas na segunda.... TEMOS PENA...!!!
ResponderEliminarQuanto ao resto... "São rosas senhor... São rosas"... das vermelhas acrescento eu...
Em fim-de-semana de 3 F's o que haverá mais para dizer... PORTUGAL CRESCEU MAS APRENDEU MUITO POUCO... Siga a bola que o povo anda contente... Não se arranja pra'i um atozito eleitoral qualquer... Era vitória garantida...
SAUDAÇÕES LEONINAS