domingo, 31 de março de 2013

Os pássaros do futebol português



“Não sou muito apologista das vitórias morais, mas a verdade é que o Sporting sai daqui com uma derrota. Este é o meu primeiro jogo oficial e gostava de sair daqui com outro resultado. Enquanto houve jogo, o Sporting demonstrou muito mais maturidade e deixou-me confiante em relação ao futuro. Infelizmente, depois deixou de ser um jogo, o que é mau para o desporto nacional.”
“As coisas não acontecem por acaso. O desporto nacional não chegou onde chegou, por nada. Foram muitos anos a ter algo que vive no mundo do futebol, que vai gravitando nos jogos e que realmente não percebe nada de futebol. Aí transformam-se em elementos inúteis. Isso é mau para o espectáculo, para os jogadores e para todos aqueles que se esforçam diariamente. O desporto nacional não avança desta forma! Temos de os afastar, o futebol é para os jogadores, não pode ser para um bando de pássaros. Se no aeroporto se resolveu (o problema dos pássaros), também se há-de resolver aqui no Sporting". “Que fique claro que eu não comento arbitragens, o que eu comento são pássaros.”
 

Como grande apreciador de bom cinema, o Presidente do Sporting Clube de Portugal, ter-se-á recordado ontem, durante o jogo a que assistiu em Rio Maior, de uma das grandes obras que Alfred Hitchcok nos legou: Os pássaros!...
Imagem feliz e demolidora, esta visão de Bruno de Carvalho sobre o futebol português: "... O futebol é para os jogadores, não pode ser para um bando de pássaros!...". As analogias são por demais evidentes há quase três décadas e, dramaticamente, até o final que Hitchcok engendrou para a sua obra fabulosa, se assemelha ao estigma que parece pairar sobre o luso desporto-rei: os pássaros continuam a atacar e não se vislumbra a palavra "The End" em tão fantasmagórica nuance "hitchcokiana"... 
 
Leoninamente,
Até à próxima
 

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