domingo, 10 de março de 2013

Assim, nem o pai morre nem a gente almoça !...


 
O professor Jesualdo Fereira fez-me lembrar, em mais um jogo para esquecer, ontem em Coimbra, aquele puto a quem dão uma caixinha de berlindes, todos reluzentes e novinhos em folha. O miúdo abre a caixinha, despeja as bolinhas multicores sobre a mesa, que naturalmente se espalham todas e algumas até escapam de cima da mesa, e fica indeciso sobre aquelas que há-de levar para escola para, exuberante e com aquela vaidadezinha que sabemos tão natural à mistura, mostrar e causar inveja aos companheiros. O que ele gostaria era de levá-las todas, mostrá-las todas, causar inveja com todas. Mas até esse puto não comete um erro dessa natureza. Até ele escolhe meia dúzia com as cores mais garridas e deixa as outras em casa, não vá o diabo tecê-las.
O Professor, não resiste e leva a caixinha com as bolinhas reluzentes e joga com todas ao mesmo tempo. Nunca se viu com tal presente nas mãos e um dia destes, longe vá o agouro, nem a caixa resta.
Os berlindes que foram parar às mãos de Jesualdo Ferreira, são mágicos. Têm uma propriedade sobrenatural: crescem com a parcimónia, o cuidado e o carinho com que forem usados. E o Professor parece ainda não se ter apercebido da magia que o brinquedo que lhe "ofereceram" possui.
Na primeira parte do jogo, reluziam os berlindes: quase todos novinhos em folha, ante a gula "larápia" de estudantes "velhos",  manhosos e tarimbados. E o resultado foi aquilo que se viu: a beleza dos berlindes era um facto, mas faltaram aqui e além as características que algum uso concede às bolinhas de vidro, como por exemplo a fiabilidade que lhes fornece a perda da imaculada beleza e polidez da estreia. Escorregam em demasia, as carambolas causam excessivo e inusitado afastamento e por aí fora. Quem jogou berlinde, sabe do que estou a falar. Ao intervalo, o Professor trocou por "velhos", dois berlindes mais novos e brilhantes, e as coisas alteraram-se. Minutos mais tarde, voltou a fazer outra troca, desta vez colocando novo berlinde "velho" no lugar de outro "velho" que por lá andava, "húmido", a deixar que se colassem a ele milhares de "confettis" que a "Mancha Negra" havia atirado para o relvado. Boa medida também, substituir um berlinde que andava autenticamente "aos papéis", por um outro mais fiável e que se viria a revelar mais eficaz. Parece que o berlinde velho que saiu, talvez pela grande massa de papéis que o envolvia, não terá gostado de sair do jogo e mostrou mau feitio e falta de companheirismo. Mas, cá para mim, se tiver que se queixar, que se queixe de si próprio e da porcaria de jogo que estava a fazer. E já agora, que controle mais o brilho resplandecente que julga possuir e que para nos convencer terá de demonstrar, até na forma como responde a uma substituição, com que todos os sportinguistas que assistiram ao jogo certamente terão concordado.
Dito isto, sendo que ao professor Jesualdo Ferreira, nada nem ninguém já poderá retirar o brilho do saber e competência - o Paulo Baptista será a excepção que confirma a regra! - que todos lhe reconhecemos, não deixou de ser o único responsável por mais este incidente, que em vez de nos redimir e fazer levantar a cabeça e os olhos,  nos manteve neste desgraçado limbo, para onde a incompetência governativa de Godinho Lopes nos atirou.
Quem sou eu para tecer críticas ao Professor. Mas professor que se preze, torna as sua "aulas" tão atractivas, tão convidativas, tão saborosas, que nenhum aluno alguma vez pensará em faltar, como ele veio sugerir na "flash-interview". E já agora, será que pretender fazer de um dos mais promissores berlindes centrais da Academia, com um capado de quase 1.90 e ainda a crescer, um "franz médio alemão qualquer", com uns ridículos 1.80, será boa ideia?! Será que retirar da frente do espectacular berlinde que está na baliza, o melhor berlinde central do plantel, não será aproveitar o farelo e desperdiçar a farinha?! Oh Professor, olhe que já não estamos à procura de Europa nenhuma, o que nós estaremos agora a fazer, será a preparar uma equipa para o futuro, coisa que, por via de tantas experiências e saltos no escuro, nunca mais conseguiremos. Assim , nem o pai morre nem a gente almoça!... 
 
Leoninamente,
Até à próxima
 

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