sábado, 24 de setembro de 2016

Experimente António, talvez tenha uma "grandecíssima" surpresa!...


UM OLHO NA LIGA, OUTRO NA CHAMPIONS


«O Sporting regressou aos triunfos e subiu à condição à liderança do campeonato, colocando o Benfica sob pressão. Ferido pela cruel derrota em Madrid e pelo merecido tropeção em Vila do Conde, o leão reencontrou o caminho das vitórias com uma exibição segura, autoritária e dominadora. O primeiro golo serenou os espíritos mais inquietos mas não projectou a equipa para uma performance de encher o olho. O Sporting foi acima de tudo responsável na gestão das emoções e dos níveis físicos.

Bas Dost marcou dois golos e tem o perfil que no futebol português lhe garante sucesso. O holandês é eficaz na finalização, não apenas com a cabeça mas também com os pés. Como profícuo ponta-de-lança que se preze, é um jogador de processos simples e foco bem definido. O Sporting tem alguns jogadores em bom momento mas precisa que outros subam de patamar para que o colectivo possa corresponder às ambições que tem esta época. Quanto a Capela, o reencontro com os leões foi pacífico e imaculado. Ótimo!...»
(António Magalhães, Entrada em campo, in Record)

Com a capa que ordenou que o jornal que dirige hoje exibisse e com esta muito aceitável e razoável crónica, de que naturalmente extraí apenas o excerto que me interessa e aos sportinguista que me lêm, António Magalhães parece, tal como o Sporting, ter regressado do divâ. E também como ele próprio acentua em relação ao Sporting, embora esta a capa e a crónica pareçam indiciar o seu regresso à boa forma, ainda precisará noutras vertentes de subir de patamar para que o produto que coloca ante o público tradicional que dá preferência ao seu jornal - todos sabemos e ele também, a sua verdadeira cor desde há muitos, muitos anos! - honre a tradição da marca. 

Só os néscios e os arrivistas ignorarão que um jornal desportivo deverá ser e acaba sempre por ser, o reflexo da sua tradição e da qualidade dos seus jornalistas e cronistas. Ora a tradição do Record "decretando" há muito a sua tendência, foi capaz de construir um público fiel e assiduo de leitores que nos últimos tempos, mercê das acrobacias estúpidas e da desenfreada ganância dos seus últimos e mal-avisados directores, se foi afastando paulatinamente dos quiosques e pontos de venda, porque para limpar o rabo fica mais económico e menos repugnante comprar uns rolos de papel higiénico. É assim em Espanha, Itália, França, Inglaterra e até Alemanha e não seria em Portugal que um director qualquer, presumindo de mais esperto que os que o precederam, conseguiria inventar a pólvora.

Mas em vez de um respeito sagrado pelo público que desde 1949  fez dele o jornal que é, alguns directores julgaram que arremedando as cores e os processos da concorrência conseguiriam fazer disparar as vendas. Estúpida ilusão: nem conseguiram "roubar" leitores à concorrência, já que isso será tão possível como um adepto mudar de clube, e acabaram por perder os milhares e milhares de fiéis leitores que lhe possiblitaram a sobrevivência durante décadas. E vive hoje nesta agonia, serpentendo como reles réptil, entre as areias estéreis das circunstâncias e do oportunismo, desbaratando um excelente lote de jornalistas e cronistas, que condiciona, pressiona e julga poder alienar.

António Magalhães tem na sua frente a oportunidade de fazer regressar o seu jornal ao caminho de que  nunca se deveria ter desviado, potenciando um dos melhores corpos redactoriais do sector e dando plena liberdade aos cronistas para pintarem os seus quadros segundo os "conceitos estéticos" de cada um, cabendo aos leitores o direito de seleccionarem as suas preferências sem se sentirem empurrados para longe de um orgão de informação armado em camaleão de meia tijela!...

Experimente António, talvez tenha uma "grandecíssima" surpresa!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. Eu fui um dos muitos que desistiram e se eu era um consumidor do "Record". Hoje nem na versão "online", uma vez que verifiquei, muitas vezes, a censura aos comentários de cor verde e uma via aberta para todos aqueles que vilipendiassem o Sporting, o seu Presidente e os adeptos, bem como da utilização de outras estratégias "sujas", relativamente aos comentários dos verdes (eu incluído) que até mereceram o protesto de um comentador "boifiquista" assíduo e com via aberta, por não poder responder a comentários editados lá para a madrugada. Hoje é apenas um pasquim/Rascord que não consumo.

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