segunda-feira, 4 de abril de 2016

De que estamos à espera?!...


O LEÃO CAMINHA NO ARAME

«A ‘Travessia’ é o nome de um filme recentemente produzido que conta a história do francês Philippe Petit que em 1974 atravessou o vão que separava as Torres Gémeas, lá bem no alto dos seus 411 metros (na altura, ainda não estavam acabadas). Uma proeza tão louca quanto épica.

É um filme inspirador para um leão que também caminha no arame. Hoje joga no Restelo e tem três hipóteses de resultado: ganhar, ganhar ou ganhar. Não tem outra opção se pretende manter viva a chama do título. Estamos numa fase do campeonato em que a mínima escorregadela pode ser fatal.

Aparentemente, o leão lida bem com este equilíbrio terrível e instável. Sobretudo porque tem a consciência da situação. O próprio Jesus admitiu com toda a frontalidade: "Se perdermos, já fomos." Essa é a (dura) realidade leonina que não admite falhas e obriga a viver o momento sob tremenda pressão. A cada jornada que passa, fica menor a margem de sucesso para o Sporting, uma vez que o Benfica, apesar de caminhar no mesmo arame, mantém-se uns passos à frente. Se porventura o leão ainda conseguir ultrapassar o líder, há que reconhecer que cometerá uma proeza tão épica como a do mágico Petit...»



Não tenho qualquer dúvida de que o director de Record terá sido extraordinariamente feliz na analogia que procurou estabelecer entre o Sporting e a épica aventura de Philippe Petit. De facto, há muito que vimos assistido a um leão, teimosa e malfadadamente a "caminhar no arame" e se porventura obrigarmos o nosso olhar a ser mais abrangente, não será apenas no futebol que teremos assistido nos últimos tempos a sucessivos "desfalecimentos" com a praia à vista. Bastará recordar o que aconteceu ainda ontem na final da Taça de Portugal em Andebol e com facilidade encadearemos nesse recente episódio, muitos outros que mais não terão sido que decalques descoroçoantes para todo o sofredor universo leonino.

António Magalhães ter-se-à limitado a uma despretensiosa analogia, mas julgo que será interessante buscar as razões que permitiram a Philippe Petit conseguir o  tão assinalável e universalmente reconhecido sucesso, sendo que poucos duvidarão de que poderão resumir-se numa palavra: equilíbrio.

Seria impensável imaginar Philippe Petit a concretizar o seu histórico feito de ligar sobre um arame as Torres Gémeas, a mais de quatrocentos metros de altura, sem a ajuda da extensa vara que transportou nas mãos. Para além de outros e importantes factores, ligados à destreza e à força mental que incontornavemente o tiveram de acompanhar, não fora o equilíbrio proporcionado por essa vara e a sua odisseia não teria terminado da forma feliz que o atirou para as primeiras páginas dos jornais em todo o mundo.

Ora perante os repetidos e se calhar excessivos inêxitos com que a grande nação leonina ultimamente tem sido confrontada nas mais variadas modalidades e, em particular, no futebol, sempre que se encontra "caminhando sobre o arame", julgo que no Sporting alguém estará a descuidar essa importante e essencial "vara de equilíbrio emocional e psíquico".

E se outros souberam encontrar a vara, de que estamos à espera?!...

Leoninamente,
Até à próxima

3 comentários:

  1. Amigo Álamo, excelente analogia de AM, mas na travessia no arame, do Sporting e Benfica o equilíbrio nunca será igual, uma vez que transportando as mesmas varas para conseguirem o tão desejado equilíbrio, este surge na medida em que o "chão" no qual a vara vai assentando, encontre ou não obstáculos, à medida que vai deslizando, ora aqui todos sabemos, qual é o que se vai desequilibrar mais rapidamente, devido aos tais obstáculos...

    SL

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  2. Na verdade, a grande diferença tem estado em que...

    Enquanto ao Sporting "diversas vezes lhe abanaram" o arame...
    Ao benfas "fecham todas as correntes de ar"...para que eles não vacilem no arame...
    Tivesse aparecido "alguma coisa" que os abanasse...e há muito possivelmente...já teriam caído...

    Assim...é uma "rebaldaria"...de tal forma que até...
    Dá para gozar com os parceiros...!!

    SL

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  3. No arame ou no trapézio, com vara ou sem ela, andam os directores de Record, e das outras folhas - (actualmente folhecas) - desportivas. Na sua caminhada, e uma vez que não há rede, estão sujeitos a estatelarem-se todos ao mesmo tempo, a começar pelo que se julga mais forte. É como a história das 2 formigas no mesmo carreiro e das 2 cabras na estreita ponte, mas estas iam em sentido contrário. No caso "sub-júdice" vão todos na mesma direcção, pelo que o da frente, se adormecer, pode ser derrubado pelo(s) (per)seguidor(es), e ser ele mesmo a estatelar-se no solo.

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