A PORCARIA ESTÁ INSTALADA
Na sua recente visita à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e perante uma criança muito faladora, o primeiro-ministro proferiu, embora com a melhor das intenções, uma frase-assassina: “Ora aqui está um verdadeiro parlamentar. A gente não percebe o que ele diz, mas ele não se cala.” Se o espírito era o de autocrítica e a vontade a de ir ao encontro do que pensa o comum dos cidadãos, Pedro Passos Coelho não podia ter sido mais objectivo. Mas face ao desencanto generalizado pelo desempenho da classe política, o tiro no pé da piada aos deputados não podia ter sido mais infeliz.
Quando o líder do Governo baixa o nível do discurso e põe o parlamentarismo, do qual ele próprio emanou, pelas ruas da amargura – ou quando sistematicamente os programas mais boçais da televisão portuguesa alcançam as maiores audiências recorrendo a despropósito à javardice e ao palavrão –, espanta-me a “indignação” do coro de virgens ofendidas com a mensagem escatológica de Bruno de Carvalho.
Na apreciação do que é o futebol português e os seus protagonistas, o presidente do Sporting não utilizou, é certo, a terminologia mais correcta, mas não me parece que, com isso, haja ultrapassado não só a classificação recorrentemente aplicada na discussão do tema pelos adeptos, como os limites da decência e dos bons costumes, limites esses, infelizmente, em queda livre na sociedade portuguesa. Para nos sentirmos ofendidos, hoje, é preciso bastante mais. E o curioso é que muitos dos “indignados” conhecem bem a realidade do comportamento cívico nos campos de futebol, agora também fielmente espelhados nas redes sociais, onde o insulto, a calúnia e os impropérios são a palavra de ordem.
Deixemo-nos de cinismos. Bruno de Carvalho, num assomo da incontinência verbal a que por vezes não consegue – ou não quer – fugir, transmitiu apenas uma ideia: o futebol é uma trampa. Mas não só em Portugal, veja-se o que se passou com a escolha do Qatar para sede do Mundial de 2022. Havendo milhões em jogo, a porcaria instala-se.
O problema está no conteúdo, a forma é aqui um pormenor. Em Portugal, a vergonha é como a lógica: uma batata. Conhecem aquela apresentadora de televisão que diz coisas do género “a avó levava no pacote” e que está a fazer uma casinha de um milhão de euros? Ora, ora.
Na sua recente visita à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e perante uma criança muito faladora, o primeiro-ministro proferiu, embora com a melhor das intenções, uma frase-assassina: “Ora aqui está um verdadeiro parlamentar. A gente não percebe o que ele diz, mas ele não se cala.” Se o espírito era o de autocrítica e a vontade a de ir ao encontro do que pensa o comum dos cidadãos, Pedro Passos Coelho não podia ter sido mais objectivo. Mas face ao desencanto generalizado pelo desempenho da classe política, o tiro no pé da piada aos deputados não podia ter sido mais infeliz.
Quando o líder do Governo baixa o nível do discurso e põe o parlamentarismo, do qual ele próprio emanou, pelas ruas da amargura – ou quando sistematicamente os programas mais boçais da televisão portuguesa alcançam as maiores audiências recorrendo a despropósito à javardice e ao palavrão –, espanta-me a “indignação” do coro de virgens ofendidas com a mensagem escatológica de Bruno de Carvalho.
Na apreciação do que é o futebol português e os seus protagonistas, o presidente do Sporting não utilizou, é certo, a terminologia mais correcta, mas não me parece que, com isso, haja ultrapassado não só a classificação recorrentemente aplicada na discussão do tema pelos adeptos, como os limites da decência e dos bons costumes, limites esses, infelizmente, em queda livre na sociedade portuguesa. Para nos sentirmos ofendidos, hoje, é preciso bastante mais. E o curioso é que muitos dos “indignados” conhecem bem a realidade do comportamento cívico nos campos de futebol, agora também fielmente espelhados nas redes sociais, onde o insulto, a calúnia e os impropérios são a palavra de ordem.
Deixemo-nos de cinismos. Bruno de Carvalho, num assomo da incontinência verbal a que por vezes não consegue – ou não quer – fugir, transmitiu apenas uma ideia: o futebol é uma trampa. Mas não só em Portugal, veja-se o que se passou com a escolha do Qatar para sede do Mundial de 2022. Havendo milhões em jogo, a porcaria instala-se.
O problema está no conteúdo, a forma é aqui um pormenor. Em Portugal, a vergonha é como a lógica: uma batata. Conhecem aquela apresentadora de televisão que diz coisas do género “a avó levava no pacote” e que está a fazer uma casinha de um milhão de euros? Ora, ora.
Ora, ora! Alexandre Pais é o que é! Todos o conhecemos dos tempos em que foi director de um certo tablóide cujo cheiro pestilento, não se ficará apenas a dever às tintas da impressão e à fraca qualidade do papel.
Mas, desde que regressou à sua modesta condição de jornalista e na sua secretária, em vez do terrível "trrim-trim" de um telefone permanentemente ligado aos seus suseranos de outrora, aparece agora e apenas, envolvido por despretensiosa e modesta moldura, o estádio do Restelo, os seus textos passaram a ser diferentes e... merecedores de atenção. Como aquele que hoje resolvi aqui trazer: "O problema está no conteúdo, a forma é um pormenor. Em Portugal, a vergonha é como a lógica: uma batata" !...
Leoninamente,
Até à próxima
Ora deixa-me cá ver...
ResponderEliminarOntem passaram 70 anos sobre o dia D...e a Alemanha começou a perder a guerra...na praia...
E ao que dizem...nessa mesma posição...
Se essa imagem representa o malfadado "sistema"...então poderemos sonhar de que pode estar prestes a perder também...será isso...?
O Alexandre Pais é aquele que tem a cabeça como o Luisão não é...?
Deve ter apanhado muito sol na "moleirinha" e no meio da insolação...acabou por dizer algumas palavras acertadas...!!
Isto há-de ir...acreditemos...!!
SL
Fico contente, amigo Max, por ter compreendido a mensagem que pretendi transmitir com a imagem que escolhi. Co dizia o outro: "há imagens que valem mais que mil palavras" !...
ResponderEliminarSobre o Pais, olhe amigo, começo a ter dúvidas se a cadeira do gabinete da direcção do Record, não terá um terrível defeito! Eu não creio em bruxas, mas...
SL
Qt mais falam sobre Bruno de Carvalho, mais me convenço de que a linguagem que ele utilizou foi mto suave, tendo tendo em conta, a fraca qualidade dos destinatários ....Qt ao AP de vez em qd acerta no alvo.....
ResponderEliminarSL
http://desporto.sapo.pt/futebol/internacional/artigo/2014/06/08/_h_muita_corrup_o_na_fifa_.html Temos aqui o exemplo !!!!!
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