segunda-feira, 23 de março de 2020

A gente vai continuar (3)!...



Salgado Zenha: «Havia activos em desvalorização»
Vice-presidente afirma que a estratégia dos clubes portugueses passa por vender os seus activos

RECORD - Bruno Fernandes foi vendido em Janeiro, para fazer face a dificuldades de tesouraria. O Sporting continua a ter de vender para poder investir?

FSZ – O Sporting e os clubes portugueses são vendedores. Isso faz parte da estratégia dos próprios clubes, pois têm de vender para serem competitivos. Se nos cingirmos ao orçamento, excluindo vendas, os clubes portugueses têm muito pouca capacidade, porque têm receitas inferiores aos seus pares europeus. Caímos todos na mesma fase da Liga Europa, mas até houve um grande número de clubes a passar a fase de grupos, e isso deve-se ao facto de conseguirem manter alguma competitividade das equipas porque vão vendendo. Gera receitas que permitem contratar e pagar salários um bocadinho mais altos. No fundo, gera competitividade.

R - Sente que existem no plantel jogadores com qualidade para captar o interesse do mercado?

FSZ – A valorização numa equipa da dimensão do Sporting é relativamente fácil, desde que também exista a qualidade. Nós entendemos que há qualidade. Vai continuar a haver Brunos Fernandes todos os anos? Não, isso é mais difícil. Infelizmente, é muito difícil que aconteça. Agora, existem no plantel jogadores com qualidade que são transferíveis por valores interessantes? Existem. Outra questão prende-se com a facilidade de vender jogadores já no próximo Verão. Vai ser uma janela de mercado muito difícil, devido à conjuntura em que estamos.

R - Quer nomear alguns dos jogadores que, em seu entender, podem gerar bons encaixes?

FSZ – Uns têm mais potencial do que outros, seja pela idade, seja pelas exibições que fazem. Se nós tivermos um jogador de que a opinião pública não goste, mas que até ao final da época rubrique boas exibições, pode surgir uma proposta interessante. Há uma coisa que nós temos: um plantel que está adequado – pelo menos, até ao aparecimento do coronavírus – ao mercado do futebol. A nível salarial, aquilo que fizemos no último ano permite que os jogadores tenham mercado. Sejam os de maior rendimento, sejam os de menor. Antes do coronavírus, até jogadores com menor rendimento tinham propostas. Teremos sempre facilidade em vender, embora esse tenha sido outro aspecto importante na contratação de Rúben Amorim. Começámos a perceber que a equipa não estava a desenvolver bom futebol e que havia uma desvalorização dos activos. Os jogadores não estavam a valorizar-se com as exibições e pesou na decisão de trazer o Rúben Amorim.» (Continua)

A gente vai continuar (3)!...

Leoninamente,
Até à próxima

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