«Tudo tem o seu tempo e antes
de mais tenho de sublinhar que, no essencial (não em tudo mas no essencial), o
Sporting teve e tem uma direcção com característica técnicas e humanas
absolutamente cruciais para sair do enterro anunciado em que outros consócios
com funções executivas haviam enfiado o clube.
Nem sempre gostei do estilo,
em especial porque em vários momentos pecou por excesso, mas o balanço global
era e é francamente positivo.
Agora tinha um pedido. Não que
as pessoas em quem votei recentemente deixassem de ser quem são, mas antes que
renovassem o arsenal táctico ao nível da comunicação. Que prosseguissem aquilo
que espero ver na equipa principal de futebol, também a nível dirigente.
O que espero para a equipa de
futebol sénior masculino é que no que resta da época dê provas de evolução e de
garantir um ponto de partida para a próxima época mais evoluído e sem grandes
dúvidas quanto às suas forças e lacunas. Há algumas jornadas fiquei preocupado
porque estava a ter dificuldades em ver esse sentido e evolução, hoje estou um
pouco mais animado ainda que algo ansioso para ver o que conseguiremos com o
plantel que temos. Sempre na perspectiva de chegamos a Maio com um caminho
claro, valores firmados e lacunas cristalinamente reconhecidas e a reforçar.
Voltando ao paralelo com a
direcção, há ainda um aspecto que muito tenho valorizado ao longo dos últimos
anos. As sucessivas provas que o actual presidente e sua equipa têm dado quanto
à capacidade de aprenderem. Uma pessoa tão atreita a grandes e emocionadas
proclamações de presidente-adepto poderia implicar um populismo vazio
com pouca capacidade de autocrítica e jogo de rins na capacidade de emendar o
erro para não voltar a ser fintado da mesma forma. Mas, no global, assisti a
várias provas de que no caso dos dirigentes actuais do Sporting, essa
correlação, existindo, está longe de ser perfeita e demasiado penalizadora.
Simplificando: tem sido evidente que o Sporting é hoje melhor dirigido do que
há um ano, do que há dois anos ou do que há três anos.
E é isto que espero continue a
acontecer, tal como espero que venha a acontecer com o futebol e com as demais
modalidades.
As premissas são claras:
exigência permanente e capacidade de evoluir mais depressa do que os nossos
adversários que, naturalmente, também não estão parados no tempo à espera que
nós recuperemos toda a distância que fomos cavando durante demasiado tempo.
Chegado aqui pretendo
referir-me a uma área, tradicionalmente polémica e na qual os últimos anos
primaram por grande volatilidade interna: a comunicação. E faço-o num dia em
que o presidente do Sport Lisboa e Benfica mostrou genuinamente o seu valor
pelas suas próprias palavras e num contexto em que as tácticas e estratagemas
comunicacionais desse clube são do conhecimento público. A mensagem base que
tem mais de um ano do "Nós os santos contra a matilha dos mauzões"
foi desmascarada junto de quem consegue ir além da fé cega. O Rei vai nu, sonso
até dizer chega.
Neste dia de declarações
execráveis e autoqualificativas como deveria reagir o Sporting? Com elevação e
dignidade tendo presente a tragédia que ontem ensombrou o futebol. Nunca por
nunca com uma resposta à letra, descendo ao nível abjecto de quem deveria ficar
a falar sozinho no seu mundo de diabolização do adversário e de
desculpabilização do indesculpável. Quando o teu adversário se enterra nas suas
próprias áreas movediças para quê chegarmos-nos a ele dando-lhe a oportunidade
de se agarrar a nós para se libertar?
Nesse processo evolutivo que
desejo, creio que chegou a hora de passarmos a uma táctica de acção cirúrgica
abandonando a lógica de tapete de bombas. No fundo, esculpir o que temos feito
evitando tudo o que é gratuito e inútil e que, objectivamente, pode contribuir
para destruir o futebol.
Melhorar os automatismos,
estudar melhor as jogadas, saber conservar as energias não esquecendo que só no
final se fazem as contas. Ontem Bas Dost não se atirou ao guarda-redes a
cada vez que ele recebeu a bola, fê-lo duas ou três vezes depois de avaliar o
ganho e a perda. Numa delas arrancou um penalti e mudou a história do jogo. Se
tivesse ido a todas chegaria a meio do jogo exausto sem força para dar a
estocada final, o que esteve muito perto de conseguir já na segunda parte.
Está na hora de encontrar uma
outra táctica para construir o respeito e a autoridade junto da comunidade. No
fundo aquilo de que os nossos adversários mais medo têm a avaliar pela sua
cartilha. O mesmo respeito e autoridade que temos merecido em campo com a
atitude e com a evidência de que estamos para que contem connosco como
incontornáveis adversários com capacidade de destronar o campeão e de sermos
difíceis de ultrapassar uma vez chegando ao topo.
Talvez começar por deixar de
ver, ouvir e ler quem não passa de pau mandado fosse o bom princípio. A
tentação para cair na armadilha diminuiria.
Caro presidente e caros
membros da direcção, atentem no que se segue, para praticar e não para
proclamar:
'Nunca
lutes com um porco. Primeiro, porque ficas sujo. Segundo, porque ele gosta.'
Saudação leoninas e viva o
Sporting Clube de Portugal.
(Rui Cerdeira Branco, in ÉS A NOSSA FÉ)
Com a devida vénia a Rui Cerdeira Branco e o meu frenético e leonino aplauso...
Leoninamente,
Até à próxima
Caro amigo... até podemos concordar com isto tudo... (e tenderei a concordar...) mas saberá o meu amigo, muito melhor que eu..., até pela 'origem' geográfica que para comermos o magnifico quadrúpede da 'sua' região temos de por a mão na... vá... sujidade... no mínimo para o 'metermos no forno'... Ele, o pobre do 'empratável' que me conste, não vai sózinho... até porque tem a família toda do lado dele... a genética e a outra...!!!
ResponderEliminarSAUDAÇÕES LEONINAS