sábado, 21 de fevereiro de 2015

Vai passando a procissão!...



O autor de "A Procissão" foi António Lopes Ribeiro, que da fama de ser o "cineasta do regime do Estado Novo", nunca se livrou, até à sua morte em 1995. Os registos parecem confirmá-lo, tantos foram os filmes de propaganda fascista que dirigiu, sob a égide de outro nome tenebroso da ditadura, António Ferro...

Foi um dos fundadores do jornal A Bola, e dizem os do seu tempo, que tambem seria adepto do clube do regime!...

Ele bem sabia porque escreveu "A procissão"!...

Leoninamente,
Até à próxima

8 comentários:

  1. Amigo Álamo, não vi o moreirense benfica, mas pelo seu poster deduzo que houve novamente "colinho", está deslumbrante o andor com S.Jorge e S. Luís amparados pelos seus fiéis"escudeiros"...

    SL

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  2. O Álamo, por aquilo que por aqui escreve e que eu apesar de adepto do clube rival, até gosto de ler. Tenho-o como uma pessoa mais ou menos ponderada no que a clubismos diz respeito, se bem que por vezes exagere, o que se compreende; mas uma pessoa bem informada e que me parece com posições geralmente, do meu ponto de vista, correctas no que à realidade política deste nosso país diz respeito.
    Como pessoa conhecedora da nossa história, sabe que o Benfica nunca foi o clube do regime. Sabe que o Benfica sempre se identificou com o povo simples deste país, sem contudo deixar de ter no seu seio na verdade alguns elementos do regime. Sabe, com certeza como Joaquim Bogalho, construiu o antigo estádio da Luz, com a contribuição do Povo humilde de todo o país, o que não agradou ao regime. Aliás, o Estádio da Luz apenas começou a ser utilizado pela selecção nacional 17 anos depois da sua inauguração, em 1971, ao invés dos estádios do Sporting, FC Porto e Belenenses, que várias vezes viram neles jogar a selecção nacional. Isso nas décadas de 50 e 60, quando a maioria dos jogadores da selecção era do Benfica e o seu Estádio considerado o melhor do País! Bastará recordar o facto de, num país onde vigorava uma ditadura e onde as eleições não eram livres, o Benfica ser um verdadeiro oásis, com as suas assembleias gerais bem concorridas e democráticas e com as eleições para escolha dos seus dirigentes, sempre muito participadas. Ainda antes de haver democracia no País já ela era praticada no Benfica! O que não agradava ao regime. Deve saber, como pessoa bem informada que é, que era com o Benfica que o PCP na clandestinidade aproveitava para se manifestar misturando bandeiras vermelhas isentas de quaisquer símbolo. Também deve saber que Salazar proibiu as rádios, jornais e mais tarde a televisão de se referirem ao Benfica como vermelhos, mas sim encarnados. Deve saber que o hino original do Benfica se chamava “Avante pelo Benfica” composto por Félix Bermues, que o regime proibiu.
    As raízes populares do Benfica, que têm a ver com a sua fundação (bem diferente da
    do Sporting, por exemplo), nunca deixaram de se fazer sentir. E, ao contrário do que se
    verifica nos outros clubes grandes (Sporting, FC Porto, até Belenenses), os sócios que
    ascenderam à presidência do clube são de vários extractos sociais, desde um operário
    (Manuel da Conceição Afonso) a um aristocrata (Duarte Borges Coutinho), um e outro grandes presidentes que passaram pelo Clube. Mais que uma vez teve o Benfica declarados oposicionistas ao antigo Regime como presidentes, casos mais flagrantes do referido Manuel da Conceição Afonso, de Félix Bermudes e do capitão Júlio Ribeiro da Costa, que não se quis recandidatar, uma vez que reconheceu que a sua presença à frente do Clube estava a fazer com que este fosse seriamente prejudicado pelas entidades oficiais. Recorde-se que, na altura, a organização desportiva nacional estava fortemente dependente dos organismos oficiais e, nomeadamente, da Direcção-Geral dos Desportos, na época, conhecida por “Direcção-Geral do Sporting”, tal a força que o clube de Alvalade nela tinha… Nela e em várias outras instâncias do anterior regime, como se pode apreciar através da composição do Conselho Leonino à data de 25 de Abril de 1974… Nunca nenhum dirigente do Benfica ao intervalo de um jogo foi de pistola em punho ameaçar o árbitro, como o fez o presidente do Sporting Góis Mota num jogo com o Atlético na Tapadinha. Ao intervalo o jogo estava empatado 1-1, o presidente do Sporting – o tal Góis Mota não esteve com meias medidas, invadiu a cabine do árbitro e, segundo foi referido na altura, de pistola em punho “aconselhou-o a tomar mais atenção na 2ª parte pois poderia prejudicar-se”.
    O Sporting acaba o jogo com uma vitória por 3-1. O Góis Mota para além de presidente do SCP também o era da tristemente célebre Legião Portuguesa, a Legião do Bufos, como era conhecida.
    Por aqui me fico. É longo este meu artigo, se assim se pode chamar e é lógico que nem seja publicado, nem convém, direi. Há coisas que os adeptos do SCP devem continuar a ignorar.

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    1. Por sua dama, o caro leitor Abraão, oferece-nos um comentário digno dos melhores advogados na barra dos tribunais. Com todo o direito e legitimidade, direi eu, que pelo meu Sporting também amiúde lhe copio o gesto. Para mais, sem alguma vez negligenciar a elevação.

      Mas meu caro, por mais que reforce ou repita os seus argumentos, isso não será suficiente para lhes colocar o selo da verdade. Claro que apenas aduziu os factos que estruturam a sua tese - perdoar-me-à, mas não será mais que uma tese utilizada até à exaustão por todos os que negam a arregimentação do seu clube pelo sucessivos regimes políticos! -, omitindo deliberadamente uma legião de outros, em quantidade e qualidade, que reforçariam a tese contrária.

      O seu clube, fundado em 1908, ao contrário daquilo que afirmam os seus actuais detentores do poder, passou pela monarquia, primeira república, ditadura fascista e segunda república ou democracia, nascida em 1974. E não tenha a pretensão de que os benfiquistas de hoje se poderão orgulhar de tudo no seu passado. Seria fastidioso e deselegante, apresentar-lhe aqui uma pequena súmula. Tão deselegante como acabou por fazer o caro, ao trazer para defesa do seu clube um episódio de um presidente do Sporting, que apenas define o carácter dele e jamais manchará a honra e a dignidade do clube a que presidia.

      O que estará em causa nesta nossa polémica, não serão as virtudes, defeitos ou erros de cada um dos líderes de ambos os clubes. O que interessará discutir será a subserviência de um clube, perante o poder político em cada momento, para que resulte justificação suficiente para lhe aplicar o rótulo de "clube do regime". E não tenha dúvidas de que nenhum de nós os dois, poderá ter na sua posse, pela idade que temos, os registos históricos de todos os gestos de subserviência perante o poder político.

      E se me permite, dar-lhe-ei um exemplo actual, que ambos pudemos testemunhar e que, sem colocar em causa a sua capacidade de memória, a mim pelo menos nunca mais me esquecerá. Recordar-se-à de o seu clube ter um dívida fiscal colossal, que tentou e viria a conseguir, com o beneplácito da então ministar das finanças, pagar com a dação de uns bons milhões de acções, escandalosamente valorizadas, quanto o valor do papel em bolsa, era zero. E a dívida ficou, de forma despudorada e ilícita, artificialmente saldada. Pouco tempo depois, o presidente do seu clube viria a público, em vésperas de eleições, relembrar à "grande nação benfiquista": "Temos de votar em quem nos ajudou"!... (Continua)

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  3. (Continuação da resposta ao comentário de Abraâo)

    Isto é que será subserviência ao regime político, por muito que a si e a tantos outros benfiquistas lhes doa. E a história do seu clube está, infelizmente, repleta de episódios semelhantes, deligentemente apagados por quem sempre negou a ligação do seu clube aos diversos regimes, mas que a tradição oral trouxe até aos nossos dias.

    E esta contínua, indisfarçada e indisfarçável ligação ao regime, perdoe-me também recordar-lhe, voltou a ter há poucos dias atrás mais um episódio grotesco, com o aventado e famigerado perdão das taxas legais - quase 2 milhões de euros! - decorrentes de uma reabilitação urbana pretendida pelo seu clube, pela Câmara Municipal de Lisboa, cujo líder, perante a gigantesca onda de indignação e protesto que varreu o país, se viu obrigado a retratar-se hoje em comunicado publicado por todos os jornais, atirando como ónus da aprovação ou reprovação da medida, para as costas da Assembleia Municipal de Lisboa. Veremos como irá acabar este degradante episódio e se o actual presiente do seu clube, não virá amanhã, decalcar as palavras de Manuel Vilarinho: "Temos de votar em quem nos ajudou"!...

    Ora, chegados aqui, penso ter-lhe feito entender que a conotação de "clube do regime", não advém da honrosa história do seu clube e dos seus abnegados adeptos, nem dos argumentos que tentou aduzir na defesa legítima da sua dama. Advém de inúmeros episódios decalcados destes que lhe citei, que jazem sob o pó de décadas de subserviência aos diferentes regimes e que o meu conceito de elegância me impede de aqui trazer. Mas que conheço suficientemente bem, para ter afirmado que o seu clube foi, é e presumo que pelo andar da carrugem continuará a ser, dito agora com mais propriedade e ênfase... o clube de todos os regimes!...

    Cumprimentos e Saudações Desportivas

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    1. Alamo vá pesquisar com que fundos o sporting constuiu o estadio de alvalade, a data de inauguração, quem eram os seus dirigentes, e compare com os fundos para o estádio da Luz, a sua data de inauguração e quem eram os seus dirigentes e depois venha então falar do clube do regime.... haja paciencia!!!

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  4. Caro Amigo,
    As minhas sinceras felicitações pela sua resposta ao Sr. Abraão.
    Salvaguardando aquilo que, a algumas sinistras figuras do regime
    salazarista, diz respeito, será caso para dizer que lá para as
    bandas da Luz, usam-se outro tipo de pistolas...
    As minhas mas sinceras saudações leoninas, a que acrescento
    aquelas que a sua cidadania me merece.

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  5. Não quero defender o sinistro Góis Mota, mas lembro-me de ouvir uma entrevista com esse árbitro (do jogo Atlético-Sporting) onde ele diz que não foi ameaçado com uma pistola. Nessa entrevista esse árbitro refere que Góis Mota o que fez foi dizer que ele não fazia ideia do poder que o Sporting tinha.
    Esta entrevista foi passada, na década de noventa, na SIC. E, ao contrário, do que referem, para tentar dizer que o árbitro mudou o seu comportamento na segunda parte, tenho ideia de que o Atlético é que ganhou o jogo por 3-1.

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