sábado, 6 de junho de 2015

E perto, sempre perto de todos nós, do SPORTING!...


Pesem embora todas as reservas sobre o cunho que a personalidade de Bruno de Carvalho tem determinado na acção do seu ainda curto mandato, ninguém entre aqueles que mais se têm vindo a evidenciar nas mesmas, seja dentro ou fora do Sporting, terá a coragem de negar o quão magistral foi a contratação de Jorge Jesus, seja qual for o prisma em que a mesma possa ser observada.

O processo defensivo de Marco Silva

Sendo inquestionável que a pedra de toque da sustentação presente e futura do Sporting estará sempre indissoluvelmente ligada à sua participação na Liga dos Campeões, Bruno de Carvalho há muito que terá concluído que o processo defensivo de Marco Silva não lhe daria a mínima garantia de êxito futuro. O Sporting foi afastado dos oitavos da LC da LE e da discussão do título, exactamente pelas tremendas fragilidades evidenciadas pela equipa no processo defensivo, com tudo o que isso possa significar em termos de qualidade dos atletas mas, fundamentalmente, porque essa será porventura a maior lacuna que Marco Silva nunca se revelou capaz de colmatar no momento actual e, muito dificilmente, o virá a conseguir, em termos de carreira, no futuro. Ser competente em todas as vertentes de cada "metier", apenas estará ao alcance dos predestinados, dos génios, que Marco Silva, iniludivelmente, não me parece ser. O Sporting, ao longo de toda a época, sempre revelou uma atroz e incorrigível debilidade defensiva.

A aposta em Jorge Jesus e os seus custos

Não seria preciso ser génio para chegar à conclusão de que no campeonato doméstico e com muito pouco concorrência universal, apenas Jorge Jesus reunia e reune, as qualidade necessárias e suficientes que Bruno de Carvalho entendia e bem, diga-se de passagem, como condição "sine qua non" para catapultar o Sporting para o patamar que nunca escondeu: a hegemonia do futebol português.

Mas com todo o pragmatismo do mundo, Bruno de Carvalho viu-se obrigado a transformar em escada, o salto que sempre terá estado latente no seu subconsciente. E galgou, pacientemente, em cada um dos dois primeiros anos do seu mandato, um degrau de cada vez. Sem nunca deixar de estar atento ao que se ia passando em seu redor, qual felino paciente, emboscado e aparentemente indiferente,  mas sempre com os olhos fixos na "presa". E de repente, o surpreendente salto avassalador, esmagador, mortal!...

Terá sido essa característica felina, que a minha intuição me levou a dar os meus votos, por duas vezes, a Bruno de Carvalho. E como a minha intuição estava certa! Tanto neste último e demolidor ataque, quanto logo no primeiro, quando acabado de tomar posse fincou as suas garras sobre a banca que o queria manietar e ao Sporting.

Agora ouvem-se por aí coros de lamúrias, gritos lancinantes e desesperados, lágrimas de crocodilo e berros omniscientes dos "velhos do Restelo", sobre o cataclismo financeiro e a ruína incontornável que, em menos de um fósforo, Jesus causará na ambiciosa arquitectura do edifício leonino. Esquecem-se esses arautos da desgraça, que os caminhos que preconizaram no passado, preconizam no presente e anteciparam para o futuro, apenas poderiam apontar para a mediania, a subserviência e a subalternidade que o Sporting interiorizou desde que João Rocha partiu de Alvalade.

Bruno de Carvalho, por mais defeitos que se lhe possam apontar e até concordarei que serão excessivos, nunca será homem para pensar um Sporting... pequenino. Muito pequenino!...

Como para qualquer mediano matemático, o cálculo dos custos totais anuais com que Jorge Jesus onerará a tesouraria do Sporting, enquanto a CMVM não for informada dos números reais, serão fáceis de fazer. Face à panóplia dos números avançados por todos os especuladores da nossa incorrigível CS, subserviente e em permanente genuflexão aos ditames da "central goebbelsiana do arcanjo gabriel", bastará recordar o princípo base do estabelecimento de qualquer média: considerar o intervalo mais razoável, com a eliminação de todos os extremos.

Nesta condição e para não estar a maçar quem me lê com páginas e páginas de "excel", direi que o custo bruto anual aproximado que representa a contratação de Jorge Jesus, contemplando já os direitos de imagem, impostos e comparticipações à Segurança Social - Clube e Treinador - não deverá exceder os 5 milhões de euros, sendo que ao contrário do que vem sendo apregoado - a tal central vermelha a trabalhar! - não haverá prémio de assinatura e os prémios por objectivos decorrentes de títulos nacionais e internacionais, que "abençoadamente" venham a ser pagos já no decorrer da próxima época, que o exercício do Sporting do próximo ano e mai-los adeptos, agradecerão com vivas e salvas de palmas: vai-te perda que me deixas ganho!...

E lá voltamos nós ao ponto de partida: Jorge Jesus será a única chance de o Sporting se classificar no "playoff" da LC, onde a simples participação com eventual relegação do Sporting para a fase de grupos da LE originará uma receita que quase pagará o custo de um ano de contratação de Jorge Jesus. Face a esta insofismável e incontornável verdade dos números, porque não ser "rainha por um dia em vez de princesa toda a vida"?! E quem se atreverá a julgar que Bruno de Carvalho, Carlos Vieira e Jorge Jesus, andarão todos a dormir?!... 

O enigma Bruno de Carvalho

Deixei para o fim a última e quiçá mais importante vertente da minha análise. Porque o carácter impulsivo, impetuoso, truculento e algo narcísico de Bruno de Carvalho, a par de todas as suas muitas qualidades de excepção, me incomodam e preocupam, como aliás a todos os sportinguistas, que embora com todo o "fair play" e "low profile" do mundo não o afirmem, vão sofrendo em silêncio e com esperança o momento, que há-de chegar, do "turnover" do Presidente.

Recuso-me a acreditar que Bruno de Carvalho, colocado perante a exigência daquilo que ele próprio classificou como um "novo ciclo", continue, estúpida e narcisicamente a cometer os "velhos pecados" e os "novos vícios" entretanto adquiridos. Agora, para além de estarem em jogo opções de custos substancialmente mais elevados, estará em jogo o seu próprio futuro e o futuro do Sporting  Clube de Portugal. Não serão coisas para colocar, descuidadamente, no prato oposto da balança onde até agora colocou o espelho do seu narcisismo.

Penso, espero e desejo que jamais se voltará a sentar no banco de suplentes. Penso, espero e desejo que dispa de uma vez por todas a "pele de adepto" e envergue em definito a postura e o "sentido de estado" de Presidente do Sporting Clube de Portugal, no camarote presidencial como sempre deveria ter sido.

Penso, espero e desejo que a fibra, a sagacidade, a astucia, a voluntariedade, a coragem e o amor ao Sporting que existem no grande adepto e sportinguista que inegavelmente é, se revelem longe das câmaras, longe dos microfones, longe dos "facebooks" e "twitters" e... 

E perto, sempre perto de todos nós, do Sporting!...

Leoninamente,
Até à próxima

3 comentários:

  1. Caro Alamo,
    Se eu nao o lesse regularmente e ja conhecesse algumas dos seus valores e principios diria que quando pede ao Bruno para nos jogos ter uma postura e sentido de estado quando o Sporting joga, esta a fazer um pedido divino!!
    Amigo, esqueca isso..o homem pode muita coisa mas isso nao da..enquanto ele for presidente temos de nos habituar a que quando a bola comeca a girar o querer ganhar , o sofrimento , o querer tolda a mente e ta la sempre o adepto.
    Podemos desenvolver raciocinios mais ou menos elaborados do que deve ser o sentido de estado, tenho para mim que e um esteriotipo que encerra muito de hipocrisia.
    Aqui o seu amigo quando o Agra falhou o penalty que nos deu a vitoria no jamor deu consigo com lagrimas a escorrer-lhe pelo rosto, isto faz de mim irresponsavel? Sem postura?Garoto? Sou assim e pronto!!
    Por ultimo deixe que lhe diga uma coisa...aquelas tropelias dele no fim do jogo com os jogadores foi mais racional do que se pensa....ele adora chocar as prima donnas!!
    Vejo-o mais ao pe dos apanha bolas do que no meio dos enjoadinhos que parecem estar num frete!!
    Alamo de isso de barato...rs
    SL

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  2. Amigo Álamo, acredite que eu tb gostava que o nosso presidente fosse mais recatado e cometesse menos disparates, mas estou como o João Antunes, não acredito que ele deixe de ser como é, qd no fim de uma vitória reparo no brilho do seu olhar, e ao fim de uma derrota lhe noto aquele olhar vazio de desilusão, fico a pensar BdC tem o Sporting no coração, e para se sentir bem vivo tem necessidade, de viver de perto todas as emoções do jogo, e assim poder exprimir, sem a rigidez da tribuna, todas as emoções que lhe invadem a alma, e aí fico a pensar: Condenar o homem à tribuna é o mesmo que lhe roubar a alegria, olhe amigo eu por mim já estou tão habituada, a vê-lo no banco que acho até chego a achar que se ele saír de lá, vou sentir a falta, pois a 1ª coisa que gosto de ver no fim de uma vitória, é o rosto inundado de felicidade do nosso presidente....

    SL

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  3. O Dias Loureiro, o Duarte Lima, o Oliveira e Costa, o Armando Vara etc. têm grande sentido de estado! Eu

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