sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Se ganhar, será o maior, venerado até pelos algozes de hoje. Haja memória!...


O novo contrato de Bruno


«Bruno de Carvalho quer ganhar. Como Pinto da Costa, quando entrou em funções no FC Porto, na década de 1980 ou Luís Filipe Vieira quando pegou no Benfica no início deste século. A quem a memória não falhar, perceberá que o presidente leonino não tem uma forma de fazer muito diferente das que tiveram os seus homólogos. Mas num outro tempo, mais mediático, com certeza, e bem mais escrutinado, por via das redes sociais.

O tempo em que o Sporting se contentava com o 2.º lugar pertence a um passado muito recente. Foi o então presidente Soares Franco quem assumiu a entrada directa na Champions como o mais importante. Esse era o tempo em que a atitude dos leões agradava à concorrência. Era um clube simpático e Bruno de Carvalho rasgou de forma clara e inequívoca esse "contrato". Para o fazer teria de criar ondas de choque. Obviamente.

Os "viscondes" de Alvalade sentem-se incomodados por terem um líder que não se importa de ir, como convidado, a um programa televisivo onde, para além de uma entrevista, tem de sujeitar-se a debater com um assalariado do Benfica. Mas como são esses mesmos "viscondes" que afiam as facas a cada derrota, Bruno de Carvalho também os ataca, move-lhes uma espécie de perseguição permanente. E fá-lo às claras, em Assembleias Gerais do clube. Bruno de Carvalho não conta com os votos deles para permanecer em Alvalade, por isso dirige a "campanha" para a franja maioritária, aquela que exige a conquista imediata de títulos. Onde é que tal opção é discutível, em democracia?

Há uns anos, sem ser convidado, Luís Filipe Vieira irrompeu pelos estúdios da SIC e exigiu entrar em directo num programa de debate não muito diferente do "Prolongamento" da TVI24. E ainda hoje é presidente do Benfica. Não há muito tempo, Vieira calou boa parte da oposição interna oferecendo aos seus cabecilhas lugares na administração da SAD. E ainda hoje lá estão.

É por isso que volto ao início:

todos querem ganhar, todos começaram por fazer muito estardalhaço para chegar ao topo do futebol português. Se Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira o fizeram e ganharam, por que razão Bruno de Carvalho não o pode tentar fazer da mesma forma? Haja memória.»
(José Ribeiro, Opinião, in Record)

Quando aparece alguém, como José Ribeiro, a colocar, sem pruridos ou tergiversações, "o dedo na ferida", cai o Carmo e a Trindade. Mas o que acontece na realidade é que a ferida está lá e o dedo também. Ninguém consegue negá-lo e todas as argumentações que os ventos trazem, sejam elas de inimigos internos ou externos, não passam de plágios bolorentos que nos trazem à memória os bafios do passado, que os resultados conseguidos por PdC e LFV remeteram para o esquecimento.

Ganhar é a melhor e muito provavelmente a única "lixívia" que apaga as "nódoas de percurso" no futebol e no desporto em geral em Portugal, quiçá no mundo inteiro, e Bruno de Carvalho parece ter chegado ao poder no Sporting Clube de Portugal com a lição suficientemente bem estudada, sem a mínima dúvida sobre o caminho a seguir e com a teimosia suficiente para não permitir desvios nem concessões. Se ganhar a aposta, nunca assistiremos às vozes dos burros chegarem aos céus e os "velhos do Restelo" já estarão enterrados e comidos pelos bichos.

Se perder, será inexoravelmente atirado para o caixote do lixo  do esquecimento, como tantos outros que passaram pelo Porto, Benfica e Sporting...

Se ganhar, será o maior, venerado até pelos algozes de hoje. Haja memória!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. 100% de acordo. É esta a natureza humana, desde sempre. Caso ganhe, os que hoje o crticam vão dar o elogio amanhã. O contrário será verdade, caso não ganhe. Os resultados serão sempre quem dita as palavras que ficam gravadas nos livros da História. Nela só tem relevo quem se destaca, pelas melhores e pelas piores razões. Bruno Carvalho vai lá estar, só não sei por qual razão. Espero que seja pela primeira .

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