quinta-feira, 9 de abril de 2015

Vem aí o "bicho papão"?!...



Doyen em Portugal para negociar Lucas Lima para o Dragão

Segundo hoje refere o jornal A Bola, Lucas Lima, médio interior do Santos, será um alvo apetecível do Porto para a próxima época. Diz o referido jornal esta quinta-feira, que circularão notícias no Brasil sobre a próxima vinda a Portugal, de Renato Duprat, representante da Doyen Sports, para retomar as negociações com o clube de Pinto da Costa, para a aconcretização do negócio.

Entretanto, António Varela, jornalista do Record, na sua habitual crónica Semanada, escrevia há dois dias:

Alguém acredita que os fundos vão acabar?

"A FIFA decretou o fim da partilha de passes de futebolistas com terceiros para o dia 1 de Maio, o que na prática põe termo à existência dos famosos fundos de investimento.

Em Portugal, Bruno de Carvalho é o maior opositor conhecido ao financiamento de transferências através de fundos de investimento, debaixo da pressão de um processo que lhe foi posto pela Doyen Sports, proprietária de parte do passe de Marcos Rojo, vendido pelo Sporting ao Manchester United.

Em posição inversa estão Pinto da Costa e Jorge Mendes. O presidente do FC Porto teme não voltar a repetir um negócio como o de Mangala (parte do passe também é da Doyen), gerador de mais-valias troposféricas na saída para o Manchester City, nem poder formar equipas competitivas por ausência de financiamento. O dono da Gestifute, que já declarou a ilegalidade da proibição dos fundos, está compreensivelmente preocupado com a diminuição do poder negocial dos seus clientes. Pudera...

Ao Benfica não se conhece uma posição firme sobre a matéria, sabendo-se, no entanto, que tem feito um esforço considerável para recuperar os passes de jogadores que estavam ligados ao seu próprio fundo (embora continue a ter no plantel o holandês Ola John, cujo passe também pertence em parte à Doyen); e a Liga, timidamente, está contra a FIFA e a sua proibição.

No dia 29 de maio, a FIFA poderá ter um novo presidente, português ou não, logo se verá, e a possibilidade de revogar a proibição dos fundos voltará à agenda. Mas mesmo que Blatter volte a ser reeleito, alguém acredita que com o nome de "fundos" ou outra designação qualquer não continuará a haver financiamento por terceiros no futebol profissional?

E esse é que é o ponto: a tese de que a proibição estimula a imaginação fraudulenta ganha adeptos e o que antes era considerado mau pode vir a tornar-se terrivelmente catastrófico para o futebol."

Ora perante o arrazoado de evidências por todos já conhecidas, debitado por António Varela na sua crónica, a única coisa de novo que o jornalista nos traz, está reflectido no último parágrafo, que cuidadosamente destaquei a "negrito".

Mas chegados aí, até eu poderia borrar do mesmo "negro choque", o quadro que AV deligentemente pintou de... "terrivelmente catastrófico". Bastaria alinhar meia dúzia de palavras bombásticas e o trabalho estava feito, os leitores que fossem remoendo, mesmo que nada da perspectiva pudesse fazer sentido.

Terá faltado ao jornalista a capacidade de deixar antever as formas como a proibição da FIFA poderá estimular a "imaginação fraudulenta" dos representantes dos fundos e dirigentes de clubes, de modo a fazer sugerir a iminência de tão "terrível catástrofe para o futebol", muito em particular em Portugal e Espanha e de forma talvez particularíssima, no Porto e Benfica.

Ou será que a AV alguém encomendou, enquanto todos os habituais "experts" do nosso futebol se mantém convenientemente calados, que alertasse o pagode, em altos berros: 

Vem aí o "bicho papão"!...

Leoninamente,
Até à próxima

P.S. - Não publiquei, como habitualmente, a imagem do jornalista António Varela, por me parecer estar muito mal na fotografia...

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