Alguma verdade sobre as 30 rescisões !!!...

Ainda não tinha o dia de ontem duas horas e surgia na edição "on-line" do jornal "Record" esta tão surpreendente quanto inesperada notícia. Muitos sportinguistas se terão interrogado sobre a as razões que a determinaram e bem assim  sobre a sua oportunidade, profundidade e objectivos. E houve até quem se interrogasse, se não significaria o princípio do fim da nossa Academia.

Acompanhando de há muito tempo a complexa problemática que rodeia a nossa menina dos olhos e razoavelmente identificado com os seus defeitos e virtudes, posso assegurar com toda a convicção que a medida agora vinda a público não me surprendeu e muito menos me preocupou, pelo facto de há muito ser do meu conhecimento que nem tudo por ali seria o mar de rosas que muitos possam supor. Luís Duque, sem precipitações, sem nunca perder de vista os interesses do clube e tendo sempre presentes objectivos que inúmeras vezes deixou transparecer, não terá deitado fora a vassoura com que no defeso transacto iniciou a limpeza daquela que todos consideram a jóia da coroa leonina.

Conhecedor da triste paródia especulativa que grassa particularmente nos jornais desportivos que gravitam em torno das "vozes dos donos" que os instrumentalizam, parti em busca da opinião de alguns dos poucos verdadeiros jornalistas que ainda vão resistindo cá pelo pântano e que, curiosamente ou talvez nem tanto, vão revelando a sua competência e capacidade analítica no único jornal desportivo suportável e minimamente decente na praça: claro que falo do jornal "O Jogo". E por sorte minha deparei com um excelente artigo de um jornalista, a quem já aqui enalteci a competência, o critério e a lucidez: Jean-Paul Lares. E não resisti a "puxá-lo" para este meu canto. Porque sem sensacionalismos, usando de extrema correcção para com o Sporting e com uma análise lúcida, equilibrada, coerente e revelando um enorme conhecimento da matéria, confirmou grande parte das minhas suspeitas e traçou uma imagem muito próxima daquela que a notícia de sábado  tinha determinado no meu pensamento. Então aqui vai:

Sporting para sportinguistas

Remodelação nos quadros da formação

Publicado em 30-06-2012 às 12:48, por Jean-Paul Lares

Profunda remodelação dos quadros da formação do Sporting está em curso e tem um critério claro: o sportinguismo.

A SAD do Sporting está a levar a cabo uma reforma dos padrões que regem o departamento de formação e, nesse sentido, além da criação de um modelo de jogo transversal a todas as equipas, pretende também uma identificação total dos seus quadros com o espírito do clube, razão pela qual alguns foram durante esta semana dispensados, optando o Sporting por não renovar os seus contratos.
A partir de agora, e pela primeira vez, as decisões relativas aos contratos dos técnicos da formação serão tomadas em função de uma criteriosa avaliação que contempla apreciações técnicas e análise dos resultados obtidos. Além disso, em caso de desempenhos equivalentes a prioridade será sempre para quem for assumida e comprovadamente sportinguista.
Exemplo disso mesmo é a composição da equipa técnica que na próxima temporada vai comandar a equipa B dos leões, que irá participar na II Liga: Oceano Cruz será o treinador principal e terá como adjunto José Dominguez.
O planeamento deste novo patamar intermédio entre a formação e o futebol profissional sempre contemplou a associação do antigo capitão Oceano com o antigo extremo Dominguez, eles que trabalharam juntos em Leiria, mas já está decidido que será o primeiro a chefiar o corpo técnico, invertendo-se assim os papéis que desempenharam na cidade do Lis.
A SAD pretende que além da capacidade internacionalmente reconhecida para o desenvolvimento de novos talentos, a Academia forme "jogadores à Sporting", perfeitamente identificados com o clube, os seus valores, um modelo de jogo e as características que os responsáveis pretendem para os atletas da equipa principal.

Quando temos o privilégio de deparar com um verdadeiro jornalista, será sempre estultícia pretender complementar ou comentar qualquer trabalho que apresente. Neste singelo caso, fica apenas o meu modesto aplauso ao trabalho de Jean-Paul Lares.

Leoninamente,
Até à próxima