segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O tempo de William abandonar a "sua casa", ainda demorará a chegar...


Casa do miúdo William com muros de betão

Voltou a ser uma espécie de comandante da equipa, cuja acção evolui para se transformar no dono do jogo. Pelo modo como ocupou a vasta zona que lhe cabe (bom sentido posicional), travou os adversários (físico imponente, associado ao tempo de entrada aos duelos) e iniciou os lances de ataque da sua equipa (técnica individual cristalina, na qual não cabe o adorno). O Sporting é, nos dias de hoje e cada vez mais, a casa de William Carvalho, porque é ele, ainda um menino, logo pouco experiente, o responsável pela decoração; quem dita as ordens e conhece melhor os segredos e as preferências de todos e cada um dos inquilinos.

Já lá vão os tempos da surpresa que o aparecimento de William Carvalho causou nos observadores mais ou menos atentos ao fenómeno do futebol intramuros. Já caiu pela base o cepticismo com que todos aqueles que apenas vêm promessas nas camisolas vermelhas, olhavam para o jovem leão, que até teve o dom e o desplante de convencer o actual seleccionador nacional a levá-lo à Suécia e a deixá-lo debutar no "baile do playoff".

Hoje o leão William, quase mais depressa do que demora a queimar um fósforo, galgou patamares sucessivos e de surpreendente promessa transformou-se num dos valores emergentes mais seguros do futebol leonino, ameaçando tornar-se a muito breve trecho, se é que neste momento já não o será, no dono incontornável do lugar 6 da selecção nacional, não sendo difícil de lhe adivinhar as asas dos seus naturais e legítimos sonhos, que certamente o levarão para bem mais longe que o nosso horizonte de mar imenso, mas de espaldar reduzido.

E tudo isto aconteceu, sem que o jovem leão necessitasse do "andor da subserviência" de uma comunicação social vesga e bajuladora, e sem que a sua humildade ultrapassasse o seu imponente porte atlético, quase a roçar o 1.90, sem necessidade de se pôr em bicos de pés e sem que valores sagrados como o respeito e gratidão para com aqueles que o ajudaram e ensinaram a ser o homem e atleta de eleição que hoje já é.

"O Sporting é [...] a casa de William Carvalho, [...] porque é ele o responsável pela decoração; quem dita as ordens e conhece melhor os segredos e as preferências de todos e cada um dos inquilinos.". 

São palavras sábias do insuspeito analista Rui Dias, exactamente porque a camisola de William Carvalho é às listas verde e brancas. Mas são palavras que outras palavras, carregados de objectivos "ultra-diferentes", pretendem colocar em cada dia, esta jovem promessa sportinguista, alvo da voracidade dos grandes tubarões do mar imenso que nos rodeia.

Mora em mim a convicção de que o destino futuro desta predestinada promessa sportinguista, não passará, inevitavelmente, por Alvalade. Mas prevejo que William, só abandonará a "sua casa", quando julgar chegado o tempo certo. E esse tempo ainda demorará a chegar...

Leoninamente,
Até á próxima 

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