De há muito que aprecio a forma isenta e de elevada qualidade das crónicas de António Tadeia, em boa hora incluído como director adjunto, no quadro redactorial do jornal Record, porventura inesperado factor de equilíbrio ou, quiçá, inteligente prevenção de futuro, numa direcção a resvalar para o inacreditável e intolerável, numa instituição de honrosas tradições.
Nas suas "Notas do dia", sob o título "O Sporting e o mercado", hoje publicado nesse jornal, que recomendo vivamente, os sportinguistas poderão constatar, para além da qualidade, isenção e conhecimento habituais, a surpreendente dicotomia com os atributos evidenciados pelo seu superior hierárquico.
Destacarei os pontos que me pareceram mais importantes do discurso de António Tadeia:
"... Os números apresentados hoje por Record são incontestáveis: o Sporting de Leonardo Jardim vale muito mais que os seus mais próximos e não encontra paralelo na Liga da vitória a três pontos. Seja porque está a trabalhar bem ou porque a Europa não lhe exaure os recursos, Jardim está a fazer em Alvalade uma Liga ao nível das melhores, a ponto de tornar irrelevante que Benfica e Porto estejam, como estão, uns furos abaixo do habitual. Do que discordo, depois, é da tese segundo a qual o Sporting está tão bem, que não possa melhorar o plantel em Janeiro.
[...] Percebem-se os argumentos públicos de Bruno de Carvalho – estes jogadores não precisam de ouvir que vêm aí outros. E entende-se que o Sporting deva continuar a ser parcimonioso no mercado. Não deve comprar por comprar: Só deve procurar titulares indiscutíveis. Mas isso sabe bem Augusto Inácio: era o treinador (1999/2000) daquela equipa.".
São peças jornalísticas desta qualidade, que contribuem para a formação de uma opinião pública esclarecida e cada vez mais afastada da deplorável alienação que ainda vai subsistindo no pobre meio desportivo português, nomeadamente no pantanoso e decrépito futebol.
Leoninamente,
Até à próxima
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