Pacto com o tempo e paciência oriental !...

 

 

À medida que o tempo que nos separa do arranque da pré-época vai encurtando, a pressão em torno de Bruno de Carvalho e da sua equipa, estará naturalmente a atingir limites que ultrapassarão tudo o que o comum dos adeptos leoninos poderia imaginar. Mas a serenidade que aparentemente nos é transmitida para o exterior, levam-me a supor que o tempo estará a correr ao encontro de uma estratégia cuidadosamente preparada.

 

Os inúmeros processos cuja solução todos aguardamos com extrema ansiedade, requererão, fundamentalmente, um amadurecimento que será precioso para que grande parte das histórias que encerram, tenham um final feliz. Ao contrário da urgência que quase todos os órgãos de comunicação têm referido, Bruno de Carvalho dá ideia de ter estabelecido com o tempo, um pacto que apenas lhe poderá trazer benefícios. E os últimos desenvolvimentos de alguns desses processos, parecem dar-lhe inequivocamente, conforto e... razão.

 

Enquadrar-se-á neste contexto o "folhetim" que há longo tempo tem trazido Bruma para as primeiras páginas e que todo o universo leonino tem acompanhado com preocupação, face às potencialidades que todos reconheceremos no jovem atleta, que desde tenra idade fez da Academia Sporting o seu lar e que nenhum de nós desejaria ver partir de modo tão abrupto e próximo da extorsão. O mentor de todo este processo tenebroso, dá pelo nome de Pinhas Zahavi, por demais bem conhecido de todos nós. Mas não haverá mal que sempre dure! E tanto assim é, que será no mínimo curioso o artigo hoje publicado no jornal Record, pelo jornalista Vitor Almeida Gonçalves, sob o título "Os cinco passos do divórcio entre Bruma e Zahavi", havendo francas e prometedoras hipóteses de tão estranho e quase insolúvel "nó górdio" estar em vias de ser desatado. Ora, o que teria acontecido se Bruno de Carvalho tivesse enfrentado este processo com a ligeireza utilizada pelos seus antecessores, que terão escolhido caminhos circunstancialmente mais fáceis, sem acautelarem os interesses futuros do Sporting?! Sousa Cintra, sempre frontal e conhecedor de todos estes meandros, veio hoje dizer de sua justiça, e bem, do meu ponto de vista.

 

Outro singular imbróglio, que reflectirá a superficialidade com que Godinho Lopes abordava questões que quase roçavam o absurdo, será o caso de Zaharia Labyad. Ninguém de bom senso alguma vez compreenderá como foi possível hipotecar a sustentabilidade do Sporting, com a assumpção de um contrato como o que foi estabelecido com o jogador. E de novo sobrou para Bruno de Carvalho, outra missão impossível. Ou será que a paciência quase oriental e pouco comum no "adn" dos portugueses, que vem revelando, também o levará a alcançar o impossível?! A julgar pela imprevista e surpreendente chegada a Lisboa do jogador e mais ainda pelas suas declarações, começo a acreditar que "outro impossível" poderá muito bem ser ultrapassado.

 

E se nos debruçarmos sobre os casos que Rui Patrício e também Diego Capel, ou ainda Marcos Rojo, para não abordar outros que constituirão segredos bem guardados, que diversos órgãos de comunicação têm vido a debitar, porventura reflectindo uma articulada estratégia informativa, ficamos com a ideia de que nada estará a acontecer por acaso e que toda e qualquer precipitação foi há muito liminarmente rejeitada. Parece reinar em Alvalade uma profunda consciência das realidades e aquilo que acima defini como "paciência oriental", que porventura constituirão um poderoso alicerce para os êxitos que todos desejamos em tão emaranhado e difícil processo de recuperação. E cada vez mais se radicaliza em mim a ideia, de que terá feito todo o sentido o grito de vitória de Bruno de Carvalho, na madrugada de 24 de Março:

 

O Sporting é nosso outra vez !!!...

 

Leoninamente,

Até à próxima

P.S. - E que ninguém pretenda ver nas minhas palavras, encómios exclusivamente dirigidos a Bruno de Carvalho. Aos críticos de Augusto Inácio e Virgílio Lopes, eu recomendaria que estivessem mais atentos a tudo o que o seu saber e experiência no futebol, significará de respaldo à acção que o Presidente vem desenvolvendo.