sexta-feira, 28 de junho de 2013

E ninguém vai preso !...

 
 
 
E um a um, os "grandes baluartes do dirigismo português" vão caindo! Citar os nomes dos responsáveis de todos esses "apogeus e quedas", seria dar-lhes demasiada importância! Quase todos eles sempre acreditaram na "grande máxima de pacotilha", de que pior do que falarem mal deles, será não falar. Então eu começarei por nem do nome deles me lembrar...
 
Se bem me recordo, de todos os clubes que no futebol português foram obrigados a "abrir" as portas a sucessivas insolvências , apenas um o fez conscientemente e sem deixar os credores a falar sozinhos, ou com o diabo, nem sei: chama-se Sporting Clube Campomaiorense, é um clube como o nome indica, da vila raiana de Campo Maior e que  actualmente compete no campeonato amador do distrito de Portalegre, depois de abandonar o futebol profissional em 2002, por razões que os seus tradicionais e mais conhecidos dirigentes, na ocasião invocaram como insustentabilidade. 
 
Todos os outros ficaram a dever a sua queda à megalomania de quem os dirigiu, bem como à desgraçada incapacidade, inércia e compadrio patenteado pelos sucessivos dirigentes das instituições que a nível nacional deveriam zelar pela rígida e incontornável observância das mais elementares regras de "fair play" financeiro.
 
Hoje, de baraço ao pescoço, a União de Leiria, SAD, entregou finalmente a "alma ao criador"! Aconteceu o que há muito se adivinhava como incontornável. Mas, como em todos os casos semelhantes que antecederam esta morte anunciada, aos responsáveis leirienses nenhumas culpas foram imputadas e em vez de expiarem nas prisões os crimes cometidos, partirão para outras "aventuras", com rótulos de gente séria, impoluta, incorrupta e capaz.
 
Mais de metade dos clubes inscritos nas divisões profissionais do futebol português, são dirigidos por pessoas com atributos e métodos de gestão semelhantes. Mais de metade  das equipas profissionais de futebol em Portugal, jamais conseguiriam provar a sua sustentabilidade económica e financeira, se não beneficiassem do laxismo e conivência de que dirige as instituições em quem o Estado delegou a responsabilidade de acompanhar e fiscalizar a actividade desta indústria de milhões.
 
E toda esta gente, absolutamente consciente de que somos um minúsculo e pobre país, que pouco mais poderá ambicionar que ter uma vida digna, se com competência e justiça, não dermos passos maiores que as pernas que temos, entendeu que, em vez de reduzir o número de clubes das nossas competições profissionais para a dimensão e capacidade do país, a solução milagrosa estará no seu aumento, mesmo que a prazo, mais Uniões de Leiria, Navais da Figueira da Foz, Farenses, Boavistas e outros que agora não lembro, venham a acontecer.
 
Mas esses responsáveis continuam a privilegiar este "status quo" imbecil, nojento e promíscuo e o Estado vai apurando o assobio e dirigindo o sopro para o lado, tal como o faz em dezenas, centenas ou mesmo milhares de outras áreas, desta desgraçada vida colectiva portuguesa.
 
Assim se faz PORTUGAL! Uns vão bem e outros mal !...
 
E ninguém vai preso !!!...
 
Leoninamente,
Até à próxima 

2 comentários:

  1. Não será bem assim...

    Há sempre alguns que "vão dentro", por azar, a maioria vai para lá...ficando cá fora quem teria mais razões para lá estar...!!

    Parece genética esta apetência lusa para a "chico espertice", numa ideia clara de que todos os outros são parvos e "eu que sou o máximo"...

    Verdade seja, que uma grande parte da culpa desta situação, recai sobre todos quantos pacificamente permitem tal estado de coisas...porque "não estão para se chatear", talvez por já terem constatado também, que "quem não tem vergonha todo o mundo é seu" e que dêem-lhe as voltas que derem, tal espécie já marcou o terreno e tornou-se numa praga...

    Acontece com todos esses vígaros, o mesmo que acontece com espécies animais ou vegetais introduzidas fora do seu habitat natural...: tomam conta do terreno e destroem as espécies autóctones...neste caso, as pessoas honestas...

    Esta praga de neo-dirigentes de mãos mais sujas do que mecânico de automóvel sem luvas, em muitas situações tratando-se de indivíduos com o "tirocínio" feito em partidos políticos, ou a eles ligados por interpostas pessoas, e a certeza de jamais serem incomodados fortemente pela justiça, de conluio por exemplo com alguns presidentes de Câmara que a troco de votos foram dando cobertura a todos quantos demonstram jeito para a vigarice mais ou menos requintada...

    Depois também, os próprios dirigentes ligados em especial ao futebol, foram ao longo dos tempos, vendendo a "alma ao diabo" e tornando a vida dos mais "anjinhos" (esses "palermas" que teimam em ser honestos...) num verdadeiro inferno, conseguindo assim alguns, que os seus clubes possam ter subido alto à custa da corrupção, que apesar de conhecida...tem depois nos lugares em que a Justiça deveria ser feita, quem lhes faça cobertura e vá branqueando sucessivas situações...

    Esperemos que o nosso Clube saiba ficar de fora desses arranjinhos, que permitem a uns situarem-se sempre na "crista da onda" e a outros andarem a ser "batidos como o mexilhão"...

    Uma mudança de paradigma era muito necessária, mas para isso, e uma vez que é impossível curar estes males com "pelo do próprio cão", só o poder político poderia fazer alguma coisa, mas esse, também não está interessado na transparência, porque ao "endireitar" algumas situações dessas mais conhecidas, poderia dar azo a que a seguir lhes "caí-se o pau" nas próprias costas...e quem é que estaria interessado numa moralização dessas...?

    Em muitas situações, o desporto é uma mentira... e muitos de nós, vamo-nos deixando enganar, na vã esperança de que talvez amanhã...finalmente a luz ao fundo túnel, possa ser visível...!

    Sporting Sempre...!!

    Sl

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  2. "... uma vez que é impossível curar estes males com "pelo do próprio cão", só o poder político poderia fazer alguma coisa..."!...

    É a minha profunda convicção, amigo MaximinoMartins. Mais palavras, seria chover no molhado. Três milhões de sportinguistas podem ter uma palavra muito importante! Por muito menos o Vilarinho invocou os seis milhões(?)...

    Abraço e SL

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