sexta-feira, 7 de junho de 2013

Cinzento, absolutamente incapaz de ser ousado !...

 

Como sempre a selecção de Paulo Bento não foi além dos serviços mínimos! Mais por via da vontade dos jogadores, que da sua ousadia táctica, assistimos durante os primeiros 25 minutos a um futebol aceitável, salpicado aqui e ali com alguns momentos de harmonia, sentido colectivo e balanço ofensivo. Marcámos um golo e se não fosse o cinzentismo do seleccionador talvez pudéssemos ter ido um pouco mais para além disso. Mas, como sempre, não fomos!...
 
Ao longo de quatro anos e meio conheci de Paulo Bento o suficiente para saber que nunca será capaz de se galvanizar e partir para patamares onde more a ousadia, a coragem e o risco de procurar a sublimação do êxito. Há treinadores que trazem no rosto o rótulo do quase. Outros falharam pela loucura ou por sonharem demasiado alto. E no entanto, algumas vezes empolgam-nos e fazem-nos vibrar, com o futebol que as suas equipas praticam! Paulo Bento, nunca se assemelhará a qualquer desses dois modelos! Não decepciona, mas nunca deslumbrará. Será sempre um treinador "q.b."! E hoje a equipa que liderou, espartilhada pelos medos do seu líder, não soube, nem foi capaz de ir além do "quanto baste". 
 
Com a vitória de hoje é provável que ainda possamos vir a estar na luta por uma viagem ao Brasil. Mas com Paulo Bento, havemos de andar sempre de máquina de calcular a tiracolo e com o coração nas mãos. Ele nunca dará mais do que isto! Por isso a selecção de Paulo Bento não é a minha selecção. Pode até conseguir o impensável, mas há-de deixar-me sempre com fome. Definitivamente, não gosto dos seus cozinhados!...
 
Leoninamente,
Até à proxima
 
 





 

4 comentários:

  1. Para ser franco, a maneira como esta equipa faz o seu trabalho em campo, não me convenceu ainda...
    Ainda ontem nem vi os 5 minutos finais, porque já não tenho nervos que aguentem uma tal situação...

    Não fosse aquele "chouriço" do Postiga...e arrumaríamos já a máquina de calcular...!!

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    1. Caro MaximinoMartins,

      Foi exactamente igual o meu sentimento. Paulo Bento nunca deixará de ser um "Fiat 500", erradamente a circular numa autoestrada!...

      SL

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  2. Não estou em total acordo com os meus amigos. Sejamos claros: A nossa selecção actual é uma equipa pouco equilibrada e à qual faltam alguns valores fundamentais, sobretudo um ponta de lança agressivo, rápido, bom cabeceador e com boa presença física no último terço. No todo resulta uma equipa pouco agressiva e com um grande défice de finalização e uma enorme dificuldade em fechar caminhos nas transições ofensivas adversárias que tem sido uma constante de sucesso para essas nos últimos jogos de Portugal. A selecção russa é bem mais equilibrada e nesta altura bastante superior à nossa. Vencê-los passaria por conhecê-los e ter bem presente o que referi. Confesso que estava pessimista e temia muito as transições ofensivas dos russos em ataque rápido ou contra-ataque. Com um jogo paciente e com grande preocupação para não desguarnecer o miolo aquando das perdas de bola nos movimentos ofensivos (e foram muitas como é característica actual da nossa selecção) seria possível vencer e penso que Paulo Bento preparou tácticamente bem o jogo para isso da forma que seria possível: com muitos cuidados e muita paciência. Faltou, claro, como tem acontecido de outras vezes que Cristiano nos 10 minutos finais, quando os russos tinham que arriscar, tivesse tido o talento no um para um por duas vezes, de marcar e acabar com o jogo e com o sofrimento final. Mas infelizmente Cristiano também tem muitas limitações (ainda há jornalistas e comentadores que se atrevem a atribuir-lhe o título de o melhor de sempre do futebol português, talvez por serem muito jovens e nunca terem visto jogar Eusébio) e pouca confiança na selecção como o demonstraram os critérios de finalização que adoptou nos minutos finais quando poderiamos ter reforçado o resultado. Para mim Paulo Bento esteve bem e a equipa bastante concentrada conseguiu aquilo que à partida me parecia actualmente ser muito difícil: Ganhar a esta Russia.

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  3. Caríssimo e estimado amigo Vitor Cruz,

    Quem se atreveria a estabelecer o contraditório contigo, um homem que sabe e respira futebol?! Eu, jamais e... ponto final.

    Mas, sem colocar em causa o pragmatismo que Paulo Bento terá utilizado neste jogo, sendo que a ele habituou os sportinguistas durante quatro anos e meio, conseguindo o que nenhum outro, antes ou depois, terá alcançado no Sporting, eu gostava de começar por te perguntar, se terias convocado os mesmos jogadores por ele convocados?! E adoptarias a mesma estratégia e filosofia de jogo que ele repetida e sistematicamente vem utilizando?! Este será o cerne da questão e dele derivará a decepção de todos aqueles que apreciam um tipo de futebol bem diferente e que muito provavelmente estaria ao alcance da selecção se porventura os intérpretes fossem outros.

    Sugiro-te ainda um outro raciocínio, tendo por base o método de redução ao absurdo, que muitas vezes nos permite explicar o inexplicável: achas que se por exemplo absurdo, pelo menos no momento actual, Rui Vitória, ou mesmo Paulo Fonseca,ou ainda Leonardo Jardim, fossem selecionadores nacionais, convocariam os mesmos jogadores?! E adoptariam a mesma estratégia e utilizariam a mesma táctica?! Não o creio, meu amigo.

    Stirling Moss, foi um dos maiores volantes mundiais da fórmula 1. Nunca conseguiu ser campeão mundial, por uma única vez que fosse. Ele explicaria mais tarde, que talvez porque nunca terá conseguido libertar-se de uma permanente limitação do risco. Paulo Bento enfermará porventura e eu receio que para sempre, do mesmo trauma, que persegue dezenas e dezenas de treinadores de futebol com talento, por esse mundo fora. Apenas os audazes ganham títulos e prestígio universal. Paulo Bento, poderá ser um razoável treinador, nunca será um treinador audaz. Essa será a decepção daqueles que, como eu, não se revêem nesta selecção, muito por culpa de quem a dirige.

    Um grande e amigo abraço


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