Ninguém negará, dentro e fora do formidável universo sportinguista, a realidade que as últimas eleições do Sporting Clube de Portugal parecem ter determinado: nada, rigorosa e absolutamente nada, continuará a ser, no fantástico Clube agora restituído aos seus legítimos donos, como era antes desse convicto, determinado e orgulhoso grito de "ipiranga", que os sportinguistas pronunciaram a plenos pulmões! O paradigma, ou o modelo, ou os hábitos, vícios e processos enraizados e consolidados, tudo aponta para que venham a sofrer, tanto no curto quanto no médio prazo, radicais e profundas alterações. Contudo, apesar do ciclone que parece ter varrido Alvalade, ainda vamos assistindo, com alguma surpresa ou nem tanta como isso, a sportinguistas que, tendo enfrentado o vendaval atrás da protecção magnânima de árvores seculares que fazem parte de todo um património glorioso, ainda não terão entendido, exactamente, que não ficou pedra sobre pedra do edifício que nos envergonhou nas últimas duas décadas e parecem pretender continuar a malhar no ferro frio, de que foi feito o quotidiano desses tempos para esquecer.
Eu não duvido das boas intenções de tantos e tantos sportinguistas, que por essa imensa blogosfera leonina já vão gastando o seu tempo, no "alinhavar" da nova época do Sporting Clube de Portugal.
Eu não duvido da importância que terá para o futuro do futebol do Clube, a escolha do técnico principal que há-de corporizar todos os nossos anseios. Mas daí a antecipar cenários, que tanto poderão passar pela, eventual e muito provavelmente correcta, continuação do professor Jesualdo Ferreira, até à contratação de Jorge Jesus, Leonardo Jardim, Marcelo Bielsa e outros que por aí vejo sugeridos, vai uma diferença tão grande, como aquela que hoje nos separa do 23 de Março.
Eu não duvido da valia técnica dos "ghilas", "josués", "vitores", "roberges", "douglas" e quejandos, que por aí vejo especulados, como se já estivessem com os dois pés em Alvalade. Não duvido de nada e também tenho comigo uma certeza de que alguma coisa terá de ser feita para completar o esplêndido ramalhete de promessas que temos dentro da nossa própria casa.
Mas já tenho dúvidas muito fortes sobre se as pressões exercidas, por muita boa fé de que estejam imbuídas, por todos os sportinguistas que ainda não terão interiorizado que o Sporting Clube de Portugal mudou, se possam alguma vez revelar positivas perante quem tem a enorme responsabilidade de construir o novo amor a quem nos queremos entregar de alma e coração. Dúvidas que por exemplo ainda ontem, num contexto bem mais importante, o Tribunal Constitucional, indiferente às pressões de quem no exterior apenas deveria rachar lenha, reforçou, provando que cada macaco não deverá sair do seu galho.
Não resisto a deixar um breve excerto do formidável texto, que hoje encontrei no "Leão de Plástico", um dos "nossos" blogs que me habituei a visitar diariamente, tanto pelo afecto como pela qualidade:
"... O Sporting precisa de montar um plantel mais competitivo, mas com as ideias
certas e os equilíbrios certos. Faz falta um central? Sim. É Roberge? Talvez.
Quem decide e quando? Não sei nem me interessa, quem tem de decidir está dentro
do clube e mandatado para o fazer...".
Eu não expressaria melhor o sentimento que me anima e que deveria, no meu modesto entender, estender-se a todo o formidável universo leonino, agora que o SPORTING TEM UM NOVO RUMO! Mas este novo rumo deverá traduzir-se numa nova mentalidade, num novo tipo de comportamento, num novo tipo de relação entre os sportinguistas adeptos e os sportinguistas dirigentes. É imperioso que também nós mudemos! É premente abandonarmos definitivamente essa mania quase doentia de pretendermos ser, mais que treinadores de bancada, dirigentes de bancada!...
Leoninamente,
Até à próxima
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