"... Nunca gostei, não gosto nem nunca gostarei de ver as equipas de futebol ganharem com as ajudas dos árbitros ou de outros favores. Sejam elas vermelhas, azuis, verdes, amarelas, riscadas ou às bolinhas. O que aconteceu no último dérbi foi grave de mais para passar sem crítica. Uma arbitragem parcial de João Capela, que atropelou as leis do jogo. Mas mais grave ainda, escandalosa, foi a nota atribuída ao árbitro do Benfica-Sporting pelo observador Luís Ferreira.
Bom mais (3,7), num jogo com tantos erros, quase todos assinalados pela imprensa e por aqueles que são considerados especialistas na matéria?! Como é possível? É isto que “mata” o futebol português, ontem como hoje, porque as nomeações (baseadas em critérios que ninguém entende) mais as classificações e as promoções que resultam de um processo sem qualquer ponta de transparência. Quem está atrás da cortina?
Os favores ou erros de outros tempos, creditados a (outros) adversários, não são argumentos válidos. Porque, se fossem, não sairíamos disto, e estaríamos, “em loop”, a aceitar que os erros do presente se justificam através da contabilidade dos erros do passado.
O Apito Dourado não limpou o que havia a limpar e a sujidade era muita e estava entranhada. O Apito Dourado (AD) varreu a porcaria para debaixo do tapete. Foi uma oportunidade perdida. O controlo do sector da arbitragem, com nomeações por encomenda, árbitros a saírem de uma espécie de leilão entre interessados, classificações emendadas e corrigidas para promover uns em detrimento de outros, deu o resultado que se conhece. O pós-AD não está a ser brilhante. Pelo contrário.
Ninguém parece preocupado com reformas efectivas que podem tirar a arbitragem deste pântano. Os principais protagonistas do futebol em Portugal apenas parecem preocupados em achar a melhor forma de exercerem o controlo. Por transferência, por osmose, por clonagem ou por outro processo qualquer. Não é este o caminho e, assim, o futebol português vai continuar a definhar sob o peso da sua amoralidade.
O erro faz parte do jogo. Mas o erro sistemático, que sugere uma tendência, não é aceitável, numa competição profissional que envolve muitos milhões.
A nota atribuída a João Capela, com base no pressuposto de decisões amplamente correctas, é uma ofensa à inteligência das pessoas: descaradamente, vale tudo. Uma vergonha!
Os critérios dos nomeadores têm de ser questionados. Internacionais para certos jogos, não internacionais para outros, independentemente das classificações das equipas. E se não há forma de fundamentar as nomeações, coloque-se todos os contendores em base de igualdade e opte-se pelo sorteio. Sempre é mais digno.
O presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, que faz o que quer a seu bel-prazer, deveria ser chamado a explicar a razão segundo a qual nomeou Carlos Xistra para o FC Porto-V. Setúbal e... Manuel Mota (?!) para o Marítimo-Benfica. Alguém entende?!...".
(Rui Santos in Record)
(Rui Santos in Record)
Palavras insuspeitas de Rui Santos na sua crónica "Pressão Alta" no jornal Record de hoje. Compreender-se-á a cegueira benfiquista. O que jamais se compreenderá será a cegueira que evidenciam as instâncias que regulam o futebol. Uma autêntica vergonha. Estamos perante uma simples mudança de cor. Do "apito dourado" passámos para um descarado e "sem escutas" apito vermelho! Mas tão vermelho, tão vermelho que já será VERMELHÃO e a Liga já será Liga Capela, como a Taça do Lucílio.!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Um exercício da mais pura imaginação:
ResponderEliminare se Capela não tivesse apitado 2 penaltys e o resto, e o Sporting ganho 2-0?
Imaginam?
Sim, o Sporting era campeão
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