Anda por aí, se calhar perdido com o barulho das luzes, um jogador com atributos suficientes para ser uma estrela no futebol português. Forte fisicamente (1.90m # 75 kg), dono de elevada potência de remate, muito perigoso no um contra um e com capacidade para jogar tanto em qualquer dos flancos, quanto no centro do ataque, características pouco comuns no futebol actual. Mas a sua cabeça será um perfeito labirinto: ideia inicial que entre, perde-se no caminho e dificilmente resultará em êxito pessoal e muito menos colectivo. É aquele jogador que parece decidir mal, 9 vezes em cada 10 jogadas que corporize: ou insiste na jogada individual quando deveria contribuir para uma jogada colectiva, ou opta pelo passe quando o espaço e a posição recomendariam a progressão individual e o remate impiedoso para golo. A somar a todas estas incongruências, passou grande parte do precioso tempo de formação, olhando para o umbigo, sem perceber a importância do empenho e determinação com que deveria enfrentar o treino. E, mais importante ainda, sem perceber a completa e total incompatibilidade entre a vida de um profissional de futebol e aquilo a que o próprio definiu, e bem, como a moina, a vida airada, a borga.
Fez-lhe muito mal a precipitada aventura no estrangeiro. Como tem acontecido em 99% dos casos de jovens promessas portuguesas que se deixam embalar pela ganância de empresários sem escrúpulos, partiu para um país de que desconhecia a língua e os costumes e... nunca se adaptou.
Milita actualmente, por empréstimo do Manchester United, no Rio Ave, mas a estagnação parece evidente e o golpe de asa ninguém sabe se acontecerá. Assumiu há dias que gostaria de jogar no Sporting, clube com o qual se identifica. O coração - ou o amor? - é senhor grande e não se manda.
A dois meses de completar 23 anos, precisava de encontrar um empresário amigo e honesto e de cair urgentemente, por exemplo, nas mãos de um professor Jesualdo Ferreira, com um contrato por objectivos rigorosos e com um ordenado inicial que não ultrapassasse, no máximo, os 5 mil euros, se é que não seria excessivamente convidativo, tendo em atenção a tendência para a "moina".
Como já devem ter adivinhado, falo de Tiago Manuel Dias Correia e Alex Ferguson tratava-o por "Baby". Algo me diz que mereceria uma oportunidade. E suspeito que, viria a correr. Muito. Rápido. Feliz. E quase pela certa, falando baixinho ao ouvido de Ferguson, a custo zero. E poderia ainda ser um jogador valioso e útil ao seu Sporting. Quem sabe até se na selecção, com Nani de um lado e Ronaldo do outro?! "Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay"! Ás vezes, há horas felizes!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
O pior é mesmo ter a cabeça "virada para a moina"...
ResponderEliminarTantos que se têm perdido, por pensarem que são grande estrelas quando ainda não passam de breves fogaços (estou a lembrar-me por exemplo do Paim...)...
Essa ideia de um contrato por objectivos, seria em primeiro lugar muito útil para o próprio, o pior será encontrar um empresário com cabeça no lugar e pés assentes no chão, que "saiba esperar" que o figo cresça, amadureça e possa finalmente ser colhido...
Mas certamente, a ganancia não os vai deixar pensar racionalmente... e "quando meterem os dentes" à fruta ainda verde..."vão-lhes rebentar os beiços..."e é pena...
É realmente muita pena, caro MaximinoMartins!...
EliminarEnquanto rabiscava este post, veio-me à memória algumas vezes o Paim. É uma pena!.. O que uma cabeça sem juízo pode fazer!...