Esta semana chamaram-lhe garoto e rapazola. Que não tinha “onde cair morto”. Que “não percebe nada disto”. Que andava de fraldas no negócio. Que estava farto de saber que não tinha investidores e que a banca não lhe dava apoios. Que a candidatura foi um bluff e uma mentira. Que teria de sair já. Que os bancos teriam de tomar conta da SAD. Ao fim de 15 dias, mesmo eleito por uma maioria significativa de sócios, só porque não se deixou intimidar ou esmagar pelo poder da banca, já queriam a “cabeça” de Bruno Carvalho. Curiosamente, na pele de “carrascos” aqueles que, nos últimos 15 anos, alinharam com todas as políticas que executaram o Sporting.
Não consigo prever quanto tempo Bruno de Carvalho será presidente do Sporting. Não sei se o jovem presidente dos leões terá a coragem e a resistência suficientes para lidar com todas as armadilhas que lhe serão colocadas no caminho.
Mesmo durante a campanha eleitoral e conhecendo minimamente as contas da SAD leonina, colhi a sensação de que quem conquistasse nas urnas o direito de governar os destinos sportinguistas não iria ter um mandato fácil. Falei, inclusive, de um microciclo e desenhei o cenário de o Sporting poder entrar, rapidamente, em novo processo eleitoral, porque conheço os baixos índices democráticos de quem não se convence nem mesmo através da legitimação do voto e porque, em cenário de crise e perante as exigências da troika perante bancos intervencionados, numa situação agravada pela ausência de investidores, a erosão pode tornar-se facilmente absoluta.
Estava longe de imaginar, porém, que ao fim de 15 dias fosse possível pôr em prática, com uma violência assinalável, um verdadeiro “golpe de Estado”.
Um “golpe de Estado” ensaiado pela própria banca e apoiado por aqueles que, com ela, patrocinando todas as “soluções” que exauriram o Sporting financeiramente, não querem a revelação da verdade.
Não é tempo, agora, como sumariamente quiseram fazer os oposicionistas a Bruno de Carvalho, de avaliar as competências do novo presidente dos leões. Apenas verificar as dificuldades inerentes a quem protagonizasse este ciclo, sobretudo se não tivesse, como não tem, nenhuma relação com aquilo que aconteceu nos últimos anos no clube de Alvalade. Essa responsabilidade não pode ser assacada a Bruno de Carvalho.
A forma como o novo presidente dos leões rejeitou, sem titubear, as condições iniciais da banca, levando a questão para o terreno (emocional) dos sócios, não apenas lhe estugou o passo como obrigou a um acordo mais justo e equilibrado, de acordo com aquilo que é conhecido publicamente.
Bruno de Carvalho não “caiu do cavalo” (apesar do forte empurrão) e mostrou “músculo” para se aguentar. O terreno continuará armadilhado. Vai ter de contar com os truques, os golpes e os cotovelos de quem não quer a auditoria de gestão, pelas razões que são óbvias. Até lá, é preciso cortar na despesa e nisso não há como contrariar a banca.
Insuspeito. Ninguém poderá colocar o rótulo de suspeição neste texto de Rui Santos. Ainda não consegui descobrir a sua cor - há quem diga que é benfiquista, mas eu desde que vi um porco a andar de bicicleta, já não digo nada -, e apenas sei que adora mexer em tudo que exalar mau cheiro. Faz parte do seu ADN e revela-o a cada passo. Às vezes acerta na "mouche". Desta vez foi o caso, num excelente e corajoso trabalho. Porque não é fácil nos tempos que correm, afrontar os "poderes instalados", particularmente a banca, que até o poder central controla e da maneira que todos nós conhecemos. Bruno de Carvalho, "aguentou" e promete continuar a "aguentar"! Nós também havemos de compreender, todos, que deveremos estar a seu lado! Sinto-me de bem comigo próprio! Dava um braço para ver o Sporting levantado do chão!...
“First they ignore you, then they ridicule you, then they fight you, and then you win!!!...”– Mahatma Gandhi
“First they ignore you, then they ridicule you, then they fight you, and then you win!!!...”– Mahatma Gandhi
Leoninamente,
Até à próxima
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