Ó p'ra elas, aqui !... |
A disputa e conquista da primeira edição do Troféu Cinco Violinos, trouxe-nos na primeira parte, um Sporting com significativas melhorias em relação ao último jogo. Acentuou-se a preocupação de conseguir uma boa posse de bola, aumentando substancialmente o tempo e a segurança da mesma e, perante qualquer perda, uma imediata e forte pressão sobre o adversário, que normalmente significou a sua rápida recuperação. Notaram-se apenas algumas deficiências na construção do jogo ofensivo, onde a intervenção da linha média ainda não nos mostrou a dimensão de que o Sporting necessitará para ser uma equipa poderosa e temível.
A segunda parte demonstrou que a vertente física da equipa caminha a passos largos para deixar de nos preocupar e esse simples pormenor, em que os gregos mostraram estar alguns furos abaixo, permitiu que a supremacia do Sporting se acentuasse e até viesse a traduzir-se na obtenção do golo da Elias, aos 54 minutos, pleno de oportunidade, intenção e querer.
Com a obtenção do golo o Sporting cresceu e pudemos apreciar um excelente naipe de jogadas, que nem as entradas de Jeffrén, André Martins e Rinaudo, aos 70 minutos e Schaars e Labyad aos 80 minutos, para os lugares, pela mesma ordem, de Elias, Adrien, Capel, Carrillo e Gelson, conseguiram alterar. Penso mesmo que até terão melhorado certos aspectos do jogo, particularmente através de Labyad que, com excelentes apontamentos, esteve muito perto de marcar.
O Sporting, com uma boa e convincente exibição, garantiu a todos os seus adeptos, que estará já suficientemente preparado para o arranque da Liga. Penso que na equipa que Sá Pinto escolheu para iniciar o encontro, na defesa, de Rui Patrício a Insua, a titularidade estará assegurada, como sempre pensei. No meio campo, Elias e Adrien estarão de pedra e cal, mantendo eu ainda algumas reservas, no momento actual, entre Gelson e Rinaudo. No ataque, também Carrillo e Wolfswinkel me parecem ponto assente, tendo os poucos minutos que Labyad esteve em campo provocado em mim a forte sensação de que Capel, mesmo insistindo bem menos nos individualismos e nos olhos pregados no chão, poderá ter no jovem que nos chegou da Holanda, um sério e forte concorrente.
Com a chegada de Viola e a recuperação definitiva que se deseja para Izmailov e Jeffrén, Ricardo Sá Pinto, terá certamente fortes e benignas dores de cabeça anunciadas. Muito curiosos até, os comentários dos repórter e comentador da RTP, ao afirmarem não restarem quaisquer dúvidas, de que o Sporting terá dado um prometedor e surpreendente salto qualitativo. Quando titulares indiscutíveis na época passada, como eram Schaars, Rinaudo e Capel, terão que trabalhar o dobro do ano passado, para que a titularidade seja deles, para já não falar nos casos de Onyewu, Xandão e Carriço, poderemos ficar com uma ideia bem mais próxima da realidade actual do Sporting. E, consoante a forma como a integração de Viola se vier a processar, tenho fortes dúvidas se até o sistema de jogo idealizado por Sá Pinto e até agora colocado em prática, não terá de sofrer profundas alterações, de modo a permitir que a nossa frente de ataque passe de um para dois avançados e os até agora utilizados 4x3x3 ou 4x2x3x1, não terão de passar ao 4x4x2 - clássico ou losango - ou mesmo 4x1x3x2, com uma presença na área a que há demasiado tempo deixámos de nos habituar.
Deixei para o fim, aquela que do meu ponto de vista, foi a melhor exibição de quantos estiveram no relvado de Alvalade: Adrien!... Não foi surpresa para mim, cuja opinião sobre a real valia do jogador nunca afinou pela mediania que muitos sportinguistas lhe pretendem atribuir. Estará ali bem mais do que o "maestro", o "10", de que o Sporting tanto necessitará. Estará ali um "leão raçudo e carregado de querer" que varre toda a zona nevrálgica do campo, que defende com pundonor e garra e ataca com discernimento e talento. Que se desmarca e faz desmarcar, que rasga e pulveriza como hoje aconteceu, as defesas adversárias. Quando Wolfswinkel ou quem eventualmente o possa vir a acompanhar na frente do ataque, começarem a entender a forma como pensa e coloca em prática o seu futebol, pode vir a tornar-se um caso muito sério no futebol português e na selecção nacional.
As palavras que Luís Duque proferiu ultimamente sobre a renovação de Adrien, trouxeram-me uma grande satisfação. Se assim for, de nada valerão as vergonhosas campanhas de toda a CS lusa, nem as diatribes "espertíssimas" do seu representante/advogado, que com nove míseros anos de profissão, julga que vem ensinar o padre nosso aos "papalvos dos vigários portugueses". A serenidade de Duque e a resposta de Adrien em campo, envergando a gloriosa camisola verde às listas, valem por mil pasquins envenenados e outros tantos advogadozecos que nem os escritórios de Paris redimem.
Acredito que Luís Duque não falou em vão, qual demagogo dos muitos que conhecemos na nossa praça. E que o Sporting e Adrien saberão limar as arestas em falta. Porque aquilo que outros querem, conhecemos nós há muito tempo. Tanto quanto aquele que demorou a sua formação. Por isso não têm olhado a meios - pasquins e advogadozecos - para o desviarem. Mas, tenho a convicção plena de que Adrien também já terá adivinhado que o seu futuro terá de passar sempre por Alvalade, ainda que o seu amanhã possa passar por voos mais altos, compatíveis com a sua ambição e talento. Mas sem qualquer necessidade de se deixar embalar por cantos de sereias, que já tem idade e experiência suficiente para conhecer de ginjeira!...
Leoninamente,
Até à próxima
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