quarta-feira, 27 de julho de 2011

Como de pão para a boca ?!...

Não me revejo, como sportinguista, na expressão que o vice presidente Carlos Barbosa utilizou recentemente, de que "... o Sporting precisa de sócios como de pão para a boca"!... Um grande dramaturgo brasileiro escreveu um dia que "... a dignidade não se vende, nem mesmo em troca do Sol!...".
Que o Sporting Clube de Portugal precisa de todos os seus milhares e milhares de associados, estaremos absolutamente de acordo. É um projecto e uma vida de um século que estão em jogo. E que, para além dos que neste momento constituem o corpo mais importante da grande nação leonina, seja desejável o regresso ou o ingresso de muitas e muitas dezenas de milhares mais, também todos estaremos de acordo. Mas jamais invocando a indigência subjacente às palavras de Carlos Barbosa. Tão só e simplesmente porque sempre foi e quer continuar a ser um clube enorme, tão grande como os maiores da Europa! Foi a tacanhez e a falta de visão dos dirigentes que antecederam o sr. Carlos Barbosa num passado recente, que quase iam atirando o clube para a condição de pretenso esfomeado que ele agora subrepticiamente invocou. Não queira este senhor, aligeirando o valor e o impacto das palavras que por vezes profere, tornar ainda mais difícil a tarefa dos seus companheiros de Direcção e de toda a nação sportinguista. Quando no discurso escasseia a argúcia e inteligência, é melhor estar calado. Se a sua acção no Sporting estiver a ser positiva - até admito que sim, o futuro o dirá - não desperdice energias nas faladuras. Como e enquanto for vice-Presidente eleito do Sporting Clube de Portugal, saiba em cada momento merecer ser digno do clube que dirige!
A história de quase nove séculos deste pequeno mas nobre torrão, está repleta de feitos que nos indicam o caminho da dignidade. Deuladeu Martins, quando a fome e a doença grassavam nas fileiras dos sitiados que comandava e quando a rendição aparentemente se afigurava como melhor solução, mandou atirar pelas ameias para a multidão dos sitiantes galegos, os pâes que mandara confeccionar com a última farinha que lhe restava. E pouco depois o cerco era levantado. E a inteligência e a dignidade triunfaram.
O Sporting Clube de Portugal precisa de chegar aos 100 mil sócios! E se esse número subir para valores ainda mais elevados, tanto melhor. Mas que jamais um seu dirigente invoque a indigência que a expressão de Carlos Barbosa encerra. O orgulho e a dignidade dos sportinguistas nunca o compreenderão e muito menos o aceitarão.
Leoninamente,
Até à próxima

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