segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Um talvez patético jogo de xadrez...



"O Marítimo e o árbitro Manuel Mota estiveram algum tempo à espera do FC Porto no túnel de acesso ao relvado, no jogo de sábado para a Taça da Liga, disse esta segunda-feira fonte dos madeirenses. "O Marítimo cumpriu com tudo aquilo que está estipulado nas regras, apresentando-se a tempo e horas no túnel", referiu à agência Lusa a mesma fonte, adiantando que se apercebeu de algum tempo de espera, apesar de não saber quantificá-lo em minutos. Segundo a fonte, o Marítimo "nada tem a ver com o atraso no início do jogo", considerando que cabe à Liga "averiguar o que se passou", uma vez que, segundo sublinhou, o seu clube cumpriu com "tudo o que está regulamentado". Um dos 18 jogadores escalados pelo técnico Pedro Martins para o jogo de sábado, que pediu o anonimato, garantiu, no entanto, que a espera "foi anormal", uma vez que, segundo referiu, "não é hábito esperar tanto tempo pelo adversário", como aconteceu no jogo de sábado...".
(in SÁBADO, em 27-01-2014)

Não estará em causa a manifesta incapacidade e incompetência dos delegados da LPFP, por terem permitido que o outro jogo disputado em Penafiel, em que se defrontavam outras partes interessadas, tivesse o seu início, rigorosamente, à hora predeterminada, ou seja mais de 4 minutos antes. Nem estará em causa a reincidência no erro inicial por parte de tais senhores, permitindo que a cena caricata se repetisse nos desencontrados inícios das respectivas segundas partes. Sendo grave o amadorismo patenteado, será em absoluto irrelevante para a discussão a que me proponho.

Verdadeiramente em causa estará, a meu ver, classificar apenas e tão só o atraso da apresentação da equipa da casa em campo, à margem do estabelecido regulamentarmente e passível de penalização segundo normas constantes nessa mesma regulamentação.

Estabelecem essas normas, liminarmente, que se a atitude da equipa do F.C. Porto for considerada intencional e consequentemente dolosa, deverá ser punida com a derrota no jogo e consequente perda de pontos.

E a palavra dolo, entrou de rompante no nosso léxico quotidiano. Dolo significará, sempre, fraude, má fé, maquinação. É todo o acto com que, conscientemente, alguém induz, mantém ou confirma o outro em erro. É a vontade dirigida à obtenção de um resultado criminoso ou o risco de produzi-lo. Mas, quais cogumelos nas primeiras chuvas, de imediato fomos surpreendidos por doutos pareceres de magistrados, juristas e outros experts de tão imbricada matéria, uns no activo outros já "desactivados", mas todos enfileirando com o "sistema" que sempre lhes pagou e continua a pagar, a uns e a outros, a sobremesa.

E lá iremos todos assistir às habituais mãos cheias de areia, que toda essa gente pretenderá atirar-nos aos olhos, "como se os anjos tivessem sexo", e todos fôssemos asnos e estúpidos e não tivéssemos concluído instantaneamente, no local e nas televisões, que tínhamos acabado de assistir a mais uma golpada de uma instituição que há longos anos se especializou na fraude que tem comandado todo o futebol português.

Lá voltaremos nós a ser confrontados com a discussão estéril da CII da LPFP, no sentido de classificar a criminosa indignidade perpetrada pelo F.C. Porto de:

1 - Dolo directo de primeiro grau ou dolo de intenção, quando a pessoa quer directa e intencionalmente aquilo que prevê vir a decorrer da sua acção.

2 - Dolo directo de segundo grau ou dolo necessário, quando a pessoa pretende alcançar os mesmos objectivos mas de forma menos directa e intencional e, valendo-se de uma conduta mais "low-profile" acredita que as consequências atingirão de forma capciosa aos mesmos alvos.

3 - Dolo eventual, que será a forma mais ténue, onde a pessoa terá de correr mais riscos e conformar-se apenas com a possibilidade de a sua actuação desencadear a ocorrência dos factos previstos e desejados.

4 - Dolo inexistente, a forma mais cómoda para o sistema e todos os seus mútiplos e fervorosos adeptos, beneficiários e/ou domesticados.

Para qualquer cidadão minimamente esclarecido, a classificação estará feita. A atitude do F.C. Porto foi manifesta, deliberada e intencionalmente, ao arrepio de todas as disposições regulamentares, ao encontro do prejuízo do seu adversário directo, que deveria jogar rigorosamente à mesma hora, a 40 quilómetros de distãncia.

A atitude do F.C. do Porto foi fraudulenta, enganosa e traiçoeira. e qualquer análise jurídica justa e isenta deveria concluir que houve intenção de burlar a lei e enganar o adversário em proveito próprio, o que sempre constituirá, de forma irrefutável e intransponível, o dolo que o estabelecido regulamentarmente pune com derrota e perda de pontos. Porque o dolo de que jamais o F.C. Porto se livrará, perante a comunidade de adeptos do futebol, sejam quais forem as interpretações e subterfúgios que a CII da LPFP, do CD ou CJ da FPF, venham a usar, não será simplesmente a prática de um crime menor, passível da proverbial coima, já por aí anunciada. Será a prática desse crime, com o objectivo consciente de o praticar, sem que tenha sido influenciado e motivado por terceiros. Houve finalidade, determinação e conformidade.

Cá estaremos para avaliar a estrutura da coluna vertebral de todos os intérpretes deste, quem sabe se patético, jogo de xadrez.

Leoninamente,
Até à próxima

P.S. - Substituído, algum tempo depois de publicado, o bloco introdutório original do post, pela local da SÁBADO, por corresponder à versão de um interveniente directo nos acontecimentos, apesar de preferir o anonimato, e significar, no entendimento do autor, uma versão mais próxima da verdade factual. 

7 comentários:

  1. Ora aqui temos então...
    um dos peões ...a pedir "xadrez"...
    in record.pt
    "Pedro Proença diz que foi alvo de "ato bárbaro"
    COMENTOU NO TRIBUNAL A AGRESSÃO DE 2011
    Segunda-Feira, 27 janeiro de 2014 | 20:17
    O árbitro de futebol Pedro Proença classificou esta segunda-feira de ato "bárbaro" a agressão por si sofrida, em agosto de 2011, quando um adepto do Benfica o atingiu com uma cabeçada na cara, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa. Na primeira sessão do julgamento, que decorre no 5.º Juízo Criminal de Lisboa, Pedro Proença afirmou que se sentiu "extremamente ofendido com a agressão bárbara", e frisou que não ofendeu verbalmente o arguido, o qual assumiu a agressão, mas em legítima defesa, apresentando uma versão diferente da do árbitro internacional português.
    "O senhor Pedro Proença dirigiu-se a mim depois de eu dizer: olha o meu amigo Pedro Proença que diz que é do Benfica, mas que rouba o Benfica e o Sporting e não rouba o FC Porto. Ele encostou-se a mim e, depois de me ter chamado duas vezes o mesmo nome, e não admito que ofendam os meus pais, deixei cair a cabeça e dei-lhe uma cabeçada", contou o arguido, que se assumiu como adepto do Benfica, clube que diz ser a "sua vida" a seguir à família. O árbitro, por seu lado, referiu ser "absolutamente mentira" que tenha chamado qualquer nome ou agredido verbalmente o arguido no dia 8 de agosto de 2011 e apresentou a sua versão dos factos.

    "Dirigia-me para a zona da restauração quando vejo alguém alterado, que, num primeiro momento não me apercebi que fosse comigo, pois eu estava ao telemóvel. Esse senhor aborda-me e chama-me de ladrão, gatuno e que roubava o Benfica e o Sporting e não o FC Porto. Disse-lhe para seguir a vida dele e que me deixasse em paz. Nessa altura desferiu-me uma cabeçada na cara e fiquei logo a sangrar dos dentes e lábios", explicou Pedro Proença. O árbitro sublinhou que os "danos morais" foram superiores aos danos físicos - dos quais ainda está a recuperar, devido aos necessários tratamentos dentários -, acrescentando que "ninguém tem o direito de fazer isto [agressão]", e de impedir um cidadão comum de usufruir do seu direito à liberdade e ao seu espaço, pelo que se sentiu "lesado e incomodado". O arguido, de 35 anos e ex-militar, emocionou-se várias vezes ao longo do depoimento e mostrou-se arrependido por ter praticado os factos, mas frisou que só pediria desculpa ao árbitro se este também lhe pedisse desculpa, o que não veio a acontecer.
    "Não há possibilidade de acordo... Espero que o desfecho deste caso sirva para a justiça dar o exemplo de que casos como este não podem acontecer", realçou o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), no fim da audiência. José Gomes criticou ainda, à saída dos Juízos Criminais de Lisboa, a postura dos dirigentes de futebol que, nos últimos meses, têm feito declarações sobre as arbitragens, as quais estão a criar um ambiente no campeonato nacional de Futebol, que pode potenciar situações idênticas à que se passou com o árbitro Pedro Proença, em 2011. O arguido está acusado pelo Ministério Público de um crime de injúria e de um crime de ofensas à integridade física qualificada.
    A próxima sessão ficou agendada para as 14 horas de 3 de fevereiro, estando as alegações finais agendadas para as 14 horas de 19 de fevereiro.

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  2. E agora, comentando o post do amigo Álamo...

    É claro que houve dolo..." nessa atitude fraudulenta, enganosa e traiçoeira" como vem acontecendo nas vitórias à FCPorto nestes últimos 30 anos...ao Paulo Fonseca "fugiu-lhe" a boca para a verdade...
    É claro que "que houve intenção de burlar a lei e enganar o adversário em proveito próprio..."...mas isso é tudo aquilo que temos vindo a assistir, desde que o futebol português , passou a estar nas mãos dessa mafia do norte, que leva tempo a ser extripada...
    É uma vergonha, mas pese embora o facto de o desporto ser autónomo em relação ao governo...já há muito que dentro do possível, os responsáveis governamentais deveriam inquirir como é possível que tudo continue a acontecer com esta impunidade...
    O Porto nesta caso irá pagar uma multa aí de 1500 euros...e fica o problema resolvido...!!
    Sporting Sempre...!!

    SL

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  3. Ora quanto ao pedrinho... o que mais gosto de ouvir é as virgens ofendidas dos vermelhos que querem tudo menos lealdade... Já diz o outro "...o que tu queres sei eu..."

    Eles têm é remoinhos no estômago por não serem eles a praticarem o dolo total.... É que proenças... há muitos.... sejam eles capelas, baptistas ou outros que tais...

    Quanto ao dolo já dissertei acerca de... Que o há toda a gente sabe... Prová-lo, senão impossível, é no mínimo impraticável... Ainda para mais com esta corja disseminada por todos os órgãos federativos e ligu'isticos'

    SL

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  4. in jornal online

    Ponto Final
    Hábitos velhos
    Ribeiro Cristóvão
    Jornalista

    O futebol português voltou a descer a níveis do terceiro mundo na
    jornada da Taça da Liga, disputada no último fi m-de-semana.
    A falta de coordenação patente na realização dos dois desafi os
    mais importante de sábado, no Dragão e em Penafi el refl ectiu,
    mais uma vez, o amadorismo que é transversal a muitos responsáveis
    encarregados de fazer cumprir os regulamentos desportivos.
    Por outro lado, o que aconteceu relativamente à transferência
    do jogo Benfi ca-Gil Vicente para o estádio do Restelo, também
    veio reforçar essa ideia, criando um caso que só não teve maior
    repercussão por se tratar de um desafio que apenas se destinava
    a cumprir calendário, e ainda porque os dirigentes de Barcelos
    entenderam dar por encerrado o assunto sem que do mesmo resultassem
    consequências de maior.
    Mais grave e objecto de discussão, que se vai prolongar certamente
    ainda por muitos dias, é o facto de os jogos do Dragão e de Penafi
    el não terem principiado respeitando o mesmo horário, como
    determinam os regulamentos.
    Esteve aqui à vista a falha de árbitros e delegados ao desafi o FCPorto-
    Marítimo, que revela, sobretudo, uma enorme incompetência.
    Quem assiste com regularidade aos jogos organizados pela Uefa
    constata facilmente que não se registam lapsos em relação à hora
    a que deve soar o primeiro apito do juiz.
    E não é necessário recorrer a tão sofi sticados meios tecnológicos
    que não possam ser igualmente utilizados nos estádios portugueses.
    De todos, neste caso, o menos culpado é o Futebol Clube do Porto
    que apenas se limitou a tirar partido das circunstâncias criadas
    pelo desleixo ou ignorância de quantos superentendiam no
    jogo:delineou uma estratégia e da mesma recolheu dividendos.
    Voltou-se, assim, ao século passado e aos anos 50, quando casos
    como este estiveram na origem de escândalos que ainda hoje são
    recordados como grande motivo de escárnio.
    A Liga de Clubes não pode agora vir colocar-se fora do que se passou,
    sob pena de contribuir para a descredibilização galopante do
    futebol português.
    Pelo contrário, exige-se uma actuação rápida e efi caz que ajude a
    esclarecer alguns aspectos, por ora ainda pouco claros.
    O futebol português tem cultivado o hábito de deixar a culpa morrer
    solteira.
    É altura de começar a fazer alguma coisa no sentido de que haja
    uma mudança em velhos costumes que não se coadunam com os
    novos tempos.
    *************

    Só não aceito esta aparente ingenuidade do Ribeiro Cristovão...

    "... o menos culpado é o Futebol Clube do Porto
    que apenas se limitou a tirar partido das circunstâncias criadas
    pelo desleixo ou ignorância de quantos superentendiam no
    jogo..."

    O menos culpado...? Deixa-me rir...!!

    SL

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    1. Ribeiro Cristovão terá perdido uma excelentíssima oportunidade de estar, no mínimo, CALADO !...

      Todos terão os seus momentos de infelicidade!...

      SL

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  5. Ele há gente que não lida bem com o passar do tempo...!!!

    rc, pessoa que me lembro de respeitar... quiçá relacionado com a minha imberbe e ingénua idade nos idos de 80's e 90's... é hoje por hoje, em minha opinião... um dos mais rascos jornalistas/comentadores desportivos que existem... isto porque, não vejo muitos que mudem de opinião conforme as ondas sobem ou descem... Muitos há que não respeito pela sua opinião facínora e subserviente... mas que acumulem essa característica com uma mudança permanente de ventos... (e não precisam de passar muitos minutos... - quiçá numa única frase consiga ser de tal forma contraditório que se torna indecifrável a mensagem)...

    Para os rc deste mundo um, ...MUITO GRANDE.... VÓMITO...!!!

    SL

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