Movimento Regenerador do Futebol Português ?!...

Foto retirada de Record

Terá tido o êxito que poucos admitiriam à partida, a reunião promovida pelo Sporting Clube de Portugal e ontem realizada em Alvalade, para discussão, aprofundamento e eventual melhoramento das propostas de alteração das traves mestras da organização do futebol português, nas suas muitas e variadas vertentes, tendo como ponto de partida o documento apresentado pelo Sporting Clube de Portugal a várias entidades, nomeadamente aos diversos grupos parlamentares, à Secretaria de Estado do Desporto e Juventude e á Federação Portuguesa de Futebol.

Com a presença de 22 emblemas, dos 33 que compõem o universo do futebol profissional português, a reunião terá sido um sucesso, a avaliar pelas declarações finais dos presidentes que se dispuseram a falar sobre as diversas matérias discutidas. Sabe-se que terá sido acordada a constituição de diversos grupos de trabalho, que se debruçarão sobre cada uma das mais importantes matérias específicas tratadas e que terá ficado acordado novo encontro que ocorrerá, previsivelmente, já durante o próximo mês de Fevereiro.

Para além dos 22 clubes que se fizeram representar no encontro, sabe-se que meras questões de disponibilidade ou logística terão impedido que clubes como o Nacional, Estoril e Atlético se tenham podido fazer representar, tendo no entanto o cuidado de declaram pelos meios que entenderam convenientes, o seu apoio inequívoco à iniciativa.

FC Porto, SC Braga, Paços de Ferreira, Marítimo, Olhanense, Académica, Portimonense e um outro que até ao momento não foi possível identificar, não estiveram presentes e as suas ausências foram desvalorizadas por Carlos Pinho, presidente do Arouca: "Preocupante (essa ausência)? Nada disso. Temos de seguir o nosso caminho, que o que foi discutido já devia ter sido feito há muitos anos, Concordo com quase tudo o que foi discutido aqui. Medidas que já deviam ter sido implementadas há muito tempo. O Arouca revê-se nelas.".

Também Júlio Mendes, presidente do Vitória de Guimarães, terá dito a propósito, no final do encontro: " Não estranhei a ausência de nenhum clube. Estiveram os que puderam estar. Os que não estiveram terão a sua justificação e cabe-lhes falar disso. A mim, cabe-me dizer que estou muito satisfeito por ter feito parte de um grupo tão alargado e de ter dado a minha opinião sem preconceitos sobre o que entendo ser o melhor para o futebol português, com sentido de urgência. Emergência mesmo.".

Sobre o teor das diversas matérias abordadas no encontro e que fazem parte do documento proposto pelo Sporting Clube de Portugal, o presidente vimaranense Júlio Mendes, referindo-se à discussão havida e aos contributos dados pelos clubes presentes, no sentido da obtenção do alargado consenso que viria a verificar-se, terá acrescentado: "Assistimos à obtenção de vários consensos. O maior de todos, foi mesmo a descida do IVA, que obteve uma opinião unânime. Pontos discordantes? Julgo que não houve nenhum. Houve sintonia em todos, apenas discordância em alguns detalhes, diria mesmo em questões mais técnicas do ponto de vista jurídico.".

Estará o nosso futebol, finalmente, a assistir à génese de tão impensável e amplo consenso, capaz de se transformar a breve trecho no tão desejado MOVIMENTO REGENERADOR DO FUTEBOL PORTUGUÊS?! Será ainda cedo para que o possamos dar como certo. Haverá ainda um longo caminho a percorrer e quer-me parecer que o presidente vimaranense Júlio Mendes, terá tocado na ferida, quando afirmou. "O que aqui hoje se passou, é uma demonstração cabal de que algo está mal, uma vez que deveria ter acontecido em sede própria, na Liga, e não na casa do Sporting. Fim de Mário Figueiredo e da Liga? De Mário Figueiredo não sei. Os processos seguem o seu curso normal. Da Liga não é certamente. Espero que não, pois seria um retrocesso. Os clubes têm que perceber que têm força, não no sentido de terem o poder sem qualquer sentido, mas porque são um motor importante da economia do país. Para terem essa representatividade e essa força, têm de estar unidos.". 

Depois do primeiro grande êxito, logo na abertura do seu mandato, ao conseguir vergar os propósitos ditatoriais de uma banca antes sobranceira e intratável, Bruno de Carvalho parece ter lançado as sementes da regeneração do futebol português. Que a Primavera que se aproxima lhe traga as condições "climatéricas" necessárias para germinação tão urgente, sendo que tão importante como essas condições, será a preparação do "terreno" e a incontornável necessidade de conseguir a sua fertilidade. Se o conseguir, poderá vir a ficar, não apenas na História do Sporting Clube de Portugal, mas também na História do futebol português!...

Leoninamente,

Até à próxima