Tenho um medo terrível e castrante que me chamem "brunista" !...

Ele vai desenhando em cada dia, mais um traço na figura de implacável negociador com que o mundo o começa a conhecer. Ele vai colocando em respeito, ricciardis e salgados, baldés e bebianos, mendes e zahavis, trindades e outras divindades, e no fim de cada assalto, vai acumulando K.Os ou somando pontos, mas sempre de braço direito no ar.

Ele já conseguiu "hidrominar" o dom bufas e baralhar-lhe as contas de tal modo que, completamente "desnorteado", afirma agora, com o desplante dos condenados (ai as penas suspensas!), que as suas (contas, não as penas) estão mais certas que as de todos os outros e viu-se obrigado a transformar as bufas fétidas da sua crónica flatulência, em arrotos a prestações de uma eructação que até o apetite lhe levou e se traduz numa magreza de arrepiar que, quem sabe, o poderá levar para a terra amarela, ou "cromado", ou até embalsamado, consoante a sua última vontade, se é que ainda lhe sobra alguma.

Ele dorme pouco. Levanta-se cedo e deita-se tarde. Mas sonha muito. E alto! A sorte dele é ter um "jardim" grande que lhe abafa os murmúrios. E "augustos" e "virgílios" muros, que lhe guardam as costas, mudos e firmes.

Ele é o grande amigo que o destino trouxe ao Leão! Que agora já se aventura a correr pela savana, sem medo dos atiradores furtivos, nem das armadilhas colocadas a esmo pelo meio do capim. Agora já se ouve o seu rugir e os burros que um dia sonharam ser leões, desapareceram ou de rabo entre as pernas vivem o seu medo entre as moitas.

Ele mandou mensageiros em todas as direcções da selva. Com mensagens de paz e convites para um conclave geral a todos os animais, sem distinção de espécie ou tamanho. Porque deseja, com um desejo muito grande,  que rapidamente na selva se possa viver com regras, respeito por todos e em paz e harmonia.   

Ele é o amigo, que já foi adversário e até inimigo. A uns convenceu. A outros calou e num dia não muito distante, também acabará por convencer. Quase tão certo como eu toda a minha vida fui leão. Nem que eu tenha de pôr as minhas mãos no fogo. Já houve quem se imolasse por muito menos.

E termino assim. Apenas porque comigo convive um único medo. Tenho um medo terrível e castrante que me chamem "brunista" !...

Leoninamente,

Até à próxima