Concentração máxima, pois então !...

Foto retirada de Record

A pouco mais de quatro dias do encontro que marcará o final da primeira volta do campeonato, o Sporting Clube de Portugal prepara-se para uma deslocação que todos considerarão de elevada dificuldade.

O Estoril, pese embora o facto de não estar a produzir o futebol da época anterior, por vicissitudes várias, a que não serão estranhas as saídas de alguns jogadores nucleares no último defeso e  apesar da humilde campanha europeia que protagonizou, não deixa de ser uma das equipas melhor organizadas da I Liga, e que praticará porventura, depois do seu próximo adversário, o melhor futebol que se tem visto nos relvados portugueses.

Será absolutamente natural que Leonardo Jardim, a par do natural esforço de manutenção de todas as características de jogo até agora exibidas pela equipa e que constituem a sua imagem de marca, faça incidir a sua atenção particular na vertente mental, procurando retirar do léxico do colectivo que lidera, a palavra facilitismo, vício inexoravelmente ligado ao "adn" do jogador português, seja nos clubes, seja em todas as selecções dos diversos escalões etários.

Salvo raras e honrosas excepções, o jogador português e muito particularmente aqueles que militam nos "três grandes", há longo tempo que se habituaram, erradamente, a interiorizar a necessidade de "concentração máxima", apenas nos jogos disputados entre essas mesmas equipas. E daí resultar que, sistematicamente, todos os campeonatos têm vindo a ser decididos pelos resultados que o campeão consegue alcançar com os "pequenos".

A somar a esse quase incontornável "fado", todos os observadores atentos ao fenómeno do futebol luso, sabem que as "garras do sistema", consubstanciadas na "força dos apitos", muito dificilmente costumam ter a coragem de se mostrar nos grandes jogos. A sua missão, encomendada ou consequente, será sempre extraordinariamente mais fácil de cumprir, nos jogos de dimensão mais reduzida, com a aplicação dos benefícios e prejuízos às forças que lhes poderão garantir mais proveitos pessoais.

De posse destes dados, não será difícil imaginar que o trabalho de Leonardo Jardim dedicará particular atenção ao contexto psicológico que desejará ver ultrapassado, fazendo naturalmente sentir aos seus comandados, de que só uma equipa concentrada, solidária, coesa e motivada, poderá sair do António Coimbra da Mota com os 3 pontos. Porque o Estoril, não sendo um adversário directo na luta pelos lugares do topo da tabela, terá quase pela certa, uma palavra importante nos encontros com os candidatos a esses lugares.

E ainda que a candidatura ao título continue e bem, a ser tema tabu para toda a estrutura leonina, os objectivos recentemente fixados por Bruno de Carvalho, de o Sporting Clube de Portugal se classificar para Liga dos Campeões, fazem do jogo do próximo sábado na Amoreira, uma jornada muito importante para as aspirações leoninas, ainda para mais com o clássico entre os outros dois rivais a realizar-se no dia seguinte.

A grande nação leonina, pela maturidade, concentração, solidariedade, coesão e motivação demonstradas pela equipa até ao momento presente, está naturalmente confiante num bom resultado. Mas não será descabido pedir-lhe ainda mais um pequeno esforço, para além das virtudes que física e tecnicamente tem demonstrado. Esse pequeno acréscimo que todos pedimos aos nossos leões, terá de ser necessariamente mental. Um "complexo vitamínico" que, todos acreditaremos, Leonardo Jardim estará a tratar de administrar aos seus pupilos:

Concentração máxima, pois então !...

Leoninamente,

Até á próxima