A entrevista de Bruno de Carvalho à RTP Informação

Muito provavelmente, a melhor entrevista de Bruno de Carvalho, desde que tomou posse como Presidente do Sporting Clube de Portugal. Se mais provas fossem necessárias, a sua surpreendente e cada vez mais reconhecida faceta de grande comunicador, terá ficado ontem definitivamente comprovada.

Mas a entrevista terá revelado, para além desse atributo, que cada vez mais vem acentuando e porventura melhorando, que os nove meses que já leva de mandato e os escolhos que sucessivamente tem ultrapassado, numa rigorosa procura de cumprimento das suas promessas eleitorais, se têm traduzido numa aquisição e sedimentação superlativas de conhecimentos, de argúcia, de sagacidade, de "savoir faire e savoir dire", de "sentido de estado", que começará a incomodar muita gente, constrangida e  subserviente ao modelo único com que tem sido confrontada no futebol português, nas últimas décadas.

Acusado por interesses internos e externos ao Clube que dirige, de palavroso e populista, Bruno de Carvalho terá trabalhado nos últimos meses, numa proposta de regeneração do futebol português, que terá surpreendido apoiantes e contestatários das suas concepções, apresentando-a antes do final do ano que agora findou, junto das entidades que julgou mais indicadas para o fazer. 

Consciente de que críticos e contestatários o enviariam sempre para a prisão, tivesse ele cão ou não tivesse, certo de que as suas propostas sempre levariam o rótulo de "ovo de Colombo", da parte dos próceres do estagnado e podre pântano em que se têm movido o futebol e o desporto português em geral, Bruno de Carvalho apresentou-se perante o jornalista Paulo Sérgio, em absoluto, decidido a destruir todas as teses do imobilismo reinante e a destruir pedra por pedra todo o edifício mafiosamente construído por interesses alheios ao Futuro que pretende ajudar a construir.

Ontem, na RTP, Bruno de Carvalho terá dado o espectáculo com que ninguém contava. Para além do espanto que determinou em quase todos os sectores do futebol português que, agora avisados, se debruçarão com mais cuidado e abertura, sobre as suas propostas, terá surpreendido o próprio entrevistador, absolutamente rendido à sua argumentação e incapaz de lhe cortar  o fio do raciocínio, como normalmente acontece com os "jornaleiros" que têm tentado entrevistá-lo.

Duvido que no final da entrevista, algum sportinguista não tenha sentido aquela pontinha de orgulho no seu Presidente. E falo de todos. Sem qualquer distinção. Todos mesmo, ainda que alguns não tenham, a coragem de o afirmar! Mas isso agora não interessa nada !!!...

Leoninamente,

Até à próxima