Ghurm Alomari, à esquerda, é o presidente da Clássico - in Record online
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Será um lugar comum referir o sentimento mais habitual na civilização ocidental, relativamente aos negócios com outros mundos e outra formas de conceber esta aldeia cada vez mais global em que está a transformar-se esta multiplicidade de raças, credos e filosofias políticas e económicas à escala planetária. Ainda há-de passar muito tempo até que a confiança também seja global, mas quem negar que o caminho já está a ser percorrido e o regresso se apresenta em cada dia mais irreversível, ainda não terá compreendido o mundo em que hoje vivemos.
Não se poderá condenar o esforço de Godinho Lopes, quando pretendeu aportar à Índia ou à China. Não foi por causa disso que seu consulado ruiu como um baralho de cartas. A filosofia em si, estava certa. Só que terá tido a preocupação maior de escolher os alvos económicos, sem reparar na ainda insipiente sintonia dos mesmos, com a vertente fundamental do "negócio" que dirigia: a desportiva e nela o futebol como elemento catalisador fundamental. O mesmo e colossal erro terá cometido no próprio Clube que dirigiu. E o presidente Bruno de Carvalho, acaba de confirmar o acerto da filosofia, corrigindo e harmonizando, apenas, os alvos com a realidade desportiva ou, se quiserem, futebolística actual.
A parceria que parece ter acabado de estabelecer com a empresa saudita Clássico, que, entre outras áreas, trabalha igualmente no ramo do agenciamento dos jogadores e que conta com sede em Ásia e África, estando agora a tentar entrar na Europa via Portugal, permitindo para já a vinda de Islam Slimani para o Sporting Clube de Portugal, pode muito bem via a dar os frutos que Godinho Lopes esperava e que acabou por não colher. E a sintonia entre o poderio económico saudita e a paixão pelo futebol que está latente nos povos árabes, poderá vir a revelar-se um indicador bem mais seguro que a falhada tentativa anterior.
Não andarei longe da verdade se adivinhar o cepticismo que esta decisão de Bruno de Carvalho irá provocar em alguns quadrantes leoninos. E quase tenho a certeza de que esse sentimento até nada terá a ver com má fé oposicionista. Terá mais a ver com a desconfiança de que falei a abrir este texto. Coitado de mim, quem serei eu para colocar as mãos no lume sobre os potenciais benefícios futuros para o Sporting Clube de Portugal desta parceria?! Mas céptico não serei, garantidamente. Prefiro dar o benefício da dúvida e... acreditar que possa vir a constituir um novo caminho, que valerá a pena percorrer !...
Leoninamente,
Até à próxima
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