O que se pede a Abel Ferreira e à equipa que lidera !...

Dentro de 24 horas, Alvalade irá abrir portas para a realização do primeiro jogo oficial em casa, da nossa equipa B, contra o Beira Mar. Esquecida a azia da derrota na Tapadinha, os  adeptos sportinguistas  espalhados por esse Portugal fora e pelo mundo inteiro, esperam que o site do Sporting transmita o jogo em directo. Ninguém compreenderá o contrário, a menos que a Sport TV, em cuja programação, a rubrica prevista para as 18.00 ainda estará em estudo, decida incluir a transmissão do jogo.

 

Será espectável assistirmos amanhã, à prática de um ritmo muito baixo por parte dos aveirenses, o que determinará um jogo de posse por parte dos jovens leões. No 2.º escalão ainda permanece muito a cultura do “pontinho” e para muitos treinadores jogar fora, continua a ser sinónimo de recuar as linhas, jogar num bloco muito baixo sem correr grandes riscos e caso o empate aconteça estaremos sempre na presença de um óptimo resultado. Contra um equipa com a qualidade técnica do Sporting B, a grande maioria das equipas desta II Liga limita-se a deixar jogar, sem fazer um pressing muito incisivo e sempre na expectativa do erro do adversário. E o Sporting normalmente vai na "conversa", alinhando na cadência morna do adversário, jogando também a passo  aquilo que sabe, impondo a sua qualidade técnica é certo, mas como que se estivesse sentado num cómodo “cadeirão”.

 

Ora, será esta falta de exigência  endémica e constante, que faz com que a evolução dos nossos atletas não se faça tão depressa como deveria e que as nossas promessas muitas vezes não adquiram mais cedo a rodagem competitiva exigida para o mais alto nível, contrariando em absoluto o acerto e correcção dos objectivos enunciados recentemente por Abel Ferreira. Assim como, inevitavelmente, estará na origem de percalços semelhantes ao que nos aconteceu na Tapadinha.

 

Sendo verdade incontornável os pressupostos e objectivos que suportam a existência da equipa B, a atitude competitiva dos nossos jovens terá que ser profundamente alterada, no sentido tanto de acautelar os resultados alcançados e prevenir surpresas desagradáveis, quanto de adquirir hábitos competitivos e rotinas para eventuais chamadas à equipa principal, onde o panorama da "matreirice e do pontinho" da maioria das equipas que o Sporting vai encontrar não será muito diferente.

 

Não bastam portanto as boas palavras de Abel Ferreira, se continuar a verificar-se a mesma atitude por parte dos que na equipa secundária envergam as gloriosas camisolas verde e brancas. E que ninguém venha com desculpas esfarrapadas ou de mau pagador. Se os adversários adoptam a "retranca" e quantas vezes o "anti-jogo", Abel Ferreira terá de ir até ao fim do mundo para descobrir o antídoto para derrotar todo esse "futebol pequeno" que a grande maioria dos treinadores da II Liga persegue.

 

A equipa B não deverá ser apenas um laboratório para aprimorar a qualidade técnica que existe a rodos naquelas promessas. Deverá ser, muito particularmente, um "balão de ensaio" onde a nossa gente - técnicos e atletas - aprenda a encontrar a atitude competitiva, a velocidade e as tácticas mais adequadas para destruir, desbaratar e fazer desmoronar completamente, o "futebol pequeno" que desgraçadamente a quase totalidade dos técnicos da II Liga e mesmo alguns do escalão principal, insiste em promover.

 

Leoninamente,

Até á próxima