Entre as brumas da Liga !...

 

 

Estará por horas a decisão da Comissão Arbitral Paritária sobre o famigerado caso do jogador Bruma. Ao que se sabe, verificar-se-à entre os elementos componentes da mesma, um empate técnico, com cada um dos três elementos designados  pela Liga e pelo Sindicato, a defenderem corporativamente as respectivas posições, sem que, à boa maneira portuguesa, lhes interesse muito o cumprimento das disposições estabelecidas regulamentarmente pela lei. Estamos em Portugal.

 

Nesta condição dificilmente o consenso será obtido e a decisão acabará por corresponder ao voto de desempate que caberá ao presidente da Comissão, que é ciclicamente escolhido entre os seis elementos e que, salvo melhor opinião, ninguém saberá quem actualmente desempenha tão importante e decisiva função.

 

O comunicado há dias emitido pelo ex-Secretário Geral da Sporting SAD, Pedro Cunha Ferreira, em resposta a mais um episódio especulativo publicado por um dos habituais pasquins da nossa praça, é suficientemente elucidativo para que se possa perceber o cerne da questão.

 

Também da entrevista hoje concedida por Bruno de Carvalho ao jornal A Bola, convirá destacar o excerto seguinte, para poucas ou nenhumas dúvidas restarem sobre o que está em jogo e à espera da decisão soberana e irrecorrível da CAP:

 

"... Existe um sentimento generalizado de que por detrás de todo este processo estará algum clube, com apoio de algum agente/fundo, a patrocinar toda esta atuação. A mentira tem perna curta e no final, caso o futebol perca este processo, poderemos todos tirar as nossas ilações e perceber quem foram os maestros de tudo isto. Se por um lado até era bom começar a ser público quem é capaz de atuações deste tipo, que deveriam ser consideradas crime, de uma vez por todas, e ter consequências desportivas e cíveis, por outro lado tenho a confiança que a CAP saberá decidir em conformidade com a verdade e com os interesses do futebol, dos clubes e dos atletas, que não têm culpa da falta de regulamentação clara e rígida ao permitirem serem feitos de fantoches nas mãos de quem pensa mandar no futebol sem sequer fazer realmente parte do mesmo. O querer lucrar a todo o custo não é fazer parte do futebol, é querer aproveitar as lacunas do futebol e lucrar de forma fácil e desonesta com o mesmo. Ao Sporting nestes cinco meses foi-nos oferecido o Oblak e o Atsu e neguei determinantemente, sem sequer qualquer contacto adicional sobre o assunto. Cada um de nós age conforme o seu caráter, educação e consoante aquilo que acredita ser o melhor para a indústria do futebol...".

 

Finalmente, haverá que levar em linha de conta o curioso artigo de opinião de João Querido Manha, director do jornal Record, hoje publicado, de que gostava de destacar:

 

"... O presidente da Liga está isolado, preparando-se para deixar a instituição sem concerto e sem futuro, no final do mandato.

 

A menos que do horizonte sombrio lhe tenha saído ao caminho um anjo salvador, um amigo para a ocasião.".

São as malhas que o "império tece" ! E de inocentes estará o inferno cheio! Temo que as brumas continuem a persistir, para lá do dia de hoje, neste incorrigível e irrecuperável futebol português!...

 

Leoninamente,

Até à próxima