domingo, 20 de março de 2016

"Maria se fores ao baile, leva o teu xaile, pode chover!..."


GESTORES EM TRIBUNAL


«Superada a questão do tribunal competente para julgar a responsabilidade dos administradores (que inviabilizou a acção aprovada em 2014), a Sporting SAD, fundada em (nova) deliberação dos accionistas de Setembro de 2015, volta à carga (com mais ‘fogo’) e pede indemnizações aos gestores dos ‘mandatos’ de Soares Franco, José Eduardo Bettencourt e Godinho Lopes. Ou seja, a gestão da SAD entre outubro de 2005 e março de 2013, num montante invocado de mais de 70 milhões de alegados prejuízos, tendo por base uma auditoria contabilístico-financeira ao período iniciado em 1995. Esta será a epopeia jurídico-processual mais marcante desde que entrou em vigor entre nós o regime das SAD, testando-se no domínio do ‘negócio’ desportivo as regras de desempenho dos administradores de qualquer sociedade comercial.

A actual administração da SAD do Sporting entende que as anteriores políticas de gestão – "gravemente culposas" – levaram a uma "situação económica e financeira ruinosa" e conduziram a que a SAD ficasse "praticamente impossibilitada de honrar os seus compromissos". Indo ao âmago dos fundamentos da responsabilização, considera que "os administradores em questão não revelaram a disponibilidade, competência técnica e conhecimento da actividade adequados à função que exerciam, nem empregaram, no exercício dos seus cargos, a diligência de gestores criteriosos e ordenados, nem se pautaram por elevados padrões de diligência profissional". O que se comprovará pela gestão alternativa da actual administração (isto é, havia outro caminho possível), que, "através da adopção das medidas de gestão que se impunham e da definição de uma política de gestão baseada na racionalidade empresarial e guiada, única e exclusivamente, pela defesa intransigente do interesse social (interesse da Sporting SAD)", permitiu aumentar o activo, diminuir o passivo e virar para positivo o "capital próprio" e os "resultados líquidos de exercício".

Têm agora a palavra os ex-gestores. Será que alguns dos direitos indemnizatórios já prescreveram? Qual a contribuição de cada um para os actos alegadamente danosos? Terão cumprido nas suas decisões as manifestações relevantes do "dever de cuidado" ou o critério último da "racionalidade empresarial"? Terão actuado sem dolo ou negligência censuráveis em conformidade com as especificidades desta actividade? Estas (e outras) respostas decidirão a acção. E talvez conduzam a uma outra ‘filosofia’ na passagem de testemunho entre os gestores do futebol profissional…»
(Ricardo Costa, Por Força da Lei, in Record)

Ricardo Costa depois de brilhante e clara exposição, susceptível de ser percebida até por um leigo na matéria como eu, escusa-se inteligentemente a manifestar qualquer opinião, endossando-a para as instâncias que terão competência para tal.

Porém, no último parágrafo da sua crónica, coloca as questões que a seu ver decidirão a acção interposta pela Sporting, SAD. E, "last but not least", admite como possível que as respostas... "
talvez conduzam a uma outra ‘filosofia’ na passagem de testemunho entre os gestores do futebol profissional..."

Ora esta não tem sido a ideia que tenho vindo a retirar que até agora veio a público, veiculado por fontes notoriamente afectas aos administradores e funcionários da Sporting, SAD, sujeitos da acção agora movida pela actual administração, bem pelo contrário. Logo...

"Maria se fores ao baile, leva o teu xaile, pode chover!..."

Leoninamente,
Até à próxima

6 comentários:

  1. Eu nao gosto da propaganda,nem da maneira de estar no futebol de Bruno de Carvalho mas em aquilo que e o essencial tenho de concordar com ele.Assim como devia acontecer na Banca,ja esta na hora de quem dirige as SADs,se responsabilizar por os seus actos de gestao.Nao podemos continuar a pactuar com dirigentes que levam os clubes a ruina e depois saiem com as contas bancarias recheadas,enquanto nos adeptos temos de pagar por esses devaneios.

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  2. Jorge, um "Pai" não diz publicamente, e daquela forma, o que disseste do e ao Slimani. Tens razão na tua gestão que fizeste do jogo e equipa. E é essa razão que tens de transmitir ao Slimani que, como bom "filho", compreenderia as tuas razões. Mas não o podes fazer ali, naquele momento, e como fizeste.
    Não sou Pai de ninguém, mas tive um bom modelo e cresci sempre perto de outros excelentes exemplos de grandes pais, daí considerar-me com alguma moral para te criticar neste episódio. Não duvido que Slimani mantenha Admiração por ti, bem como um forte sentimento de Gratidão por tudo o que tens feito por ele. Mas temo, se não remediares isso brevemente, que possa ter perdido o Respeito por ti

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    1. Islam, meu filho, isso nunca foram nem serão maneiras de afrontar um pai, muito menos colocar em causa a sua autoridade e logo perante os 45 mil de Alvalade e os milhões através da televisão! Temo que se não arrepiares caminho de imediato e não jurares por Alá que jamais voltarás a repetir a façanha, que possa ter perdido o respeito e admiração por ti...

      Mas estávamos a falar neste post, de "alhos" caro "anónimo das 10:28", ao invés dos "bugalhos" que se lembrou de trazer para aqui...

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  3. Pode até a acção "não dar em nada..."
    Mas pelo menos de futuro...talvez os administradores presentes e futuros "tenham um pouco mais de cuidado com aquilo que não é deles..."

    SL

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    1. Poder a "acção não dar em nada", lá isso pode caríssimo Max! Estamos em Portugal, onde assistimos muitas vezes ao "coxear da Justiça". Mas eu lembrei-me de trazer para aqui a crónica do catedrático de Direito da Universidade de Coimbra, porque me dá ideia que não será essa a sua opinião, bem pelo contrário: ninguém arrepia caminho com os tribunais a afirmarem a "legitimidade dos seus crimes"!...

      SL

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