O longo processo de candidaturas para as eleições de 10 de Dezembro na FPF, estará quase a ficar concluído. Aquilo que havia para concertar estará concertado. Os jogos de bastidores já não terão mais tempo para se aperfeiçoar, para refinar processos e intenções. "The game i'ts over" e o produto estará, para satisfação de alguns, dúvidas de muitos e decepção de uns quantos, "prêt-à-porter"!...
Após um começo de jogo repartido, fomos assistindo ao desenvolvimento de estratégias, tácticas e modelos que carregaram ainda com mais dúvidas aqueles que, comprando o seu bilhete e estando presentes nas arquibancadas, foram coçando a cabeça em indício claro de não estarem a perceber a mínima do que se passava "lá em baixo no relvado".
Assistimos a verdadeiros prodígios técnico-tácticos, por parte dos treinadores das equipas em confronto. Aos "mind-games" habituais, que nos fizeram perceber que Mourinho e Villas-Boas serão uns novatos puros e simples na especialidade. E finalmente veio a notícia de que afinal isto não era uma final pura de uma qualquer competição. Tratar-se-à de uma final a duas mãos, em que o primeiro jogo terá terminado empatado e, face aos tumultos verificados, a entidade organizadora terá optado por mandar realizar a segunda mão, em estádio neutro e à porta fechada.
Houve quem pensasse que haveria desempate através da marcação de grandes penalidades. Como Damas o pensou no dia 3 de Novembro de 1971 contra o Glasgow Rangers de má memória para nós e, cheio de ilusão e sportinguismo, defendeu os cinco penalties dos escoceses. Não amigos, os novos regulamentos, como nessa data fatídica para as nossas cores não nos permitiram prosseguir na competição, dizem agora que terá de haver um segundo jogo e longe da praça pública. Estarão presentes, não 22 jogadores e três - ou cinco - árbitros, mas apenas 84 jogadores, sem a presença de quaisquer juízes. É como se fosse um conclave para a escolha de um novo "papa" sem o "anterior" ter morrido!... Complicado ?!... Nem por isso!!!...
Bem andaram os sportinguistas - honradamente me incluo - que se mantiveram calma, serena e silenciosamente na expectativa, deixando decorrer este primeiro jogo sem euforias desmedidas e sem derrotismos apressados e extemporâneos. E bem terão andado - assim o espero - os dirigentes do Sporting que acautelaram aquele mínimo que sempre temos reclamado para a nova cúpula federativa: a decência!... Não se pretenderá trocar pura e simplesmente a cor do novo "papa" e dos próceres da arbitragem, disciplina e justiça. Muito menos se terá sequer tentado alcançar aquele poder que tem dado tantos títulos e glórias fora dos relvados. Como disse, ao Sporting apenas terá interessado salvaguardar a Decência, a Equidade, a Isenção e a Justiça.
Penso - penso eu de que, como diria o outro! - que poucos terão dúvidas sobre quem será o próximo presidente da FPF. E essa escolha arrastará - o método de Hondt será incontornável - os responsáveis daquelas áreas que todos sabemos. Muito mais importante do que as candidaturas que mais logo serão irreversíveis, será o pensamento dos 84 delegados - já escolhidos, inerentes ou eleitos - que no dia 10 de Dezembro irão decidir - em voto secreto e universal - o novo rosto do futebol português.
É precisamente nestes dois importantes pontos - votação secreta dos 84 delegados e aplicação subsequente do método de Hondt - que estará o nó górdio das eleições de 10 de Dezembro. Talvez só então se compreendam as aparentes - terão sido mesmo?!... - desinteligências entre Godinho Lopes e Luis Duque e o apelo que felizmente foi surgindo dentro da grande nação sportinguista à calma, serenidade e silêncio. E talvez só então também se compreendam o desespero e o atabalhoamento de última hora que se notou nos defensores do "status-quo", ou das migalhas sobrantes do estertor do poder decadente.
Mesmo agora, que o último jogo desta final decisiva se aproxima, fácil será adivinhar a corrida às grandes e pequenas superfícies, na ânsia de compra de toneladas de frascos de "shampoo", para a proverbial "lavagem de cabeças", que alguns dos 84 delegados não terão coragem de recusar, mas que a inexorável disposição do voto secreto - o comprometedor e iníquo braço no ar foi mandado às urtigas - certamente protegerá. Cá estaremos para o comprovar!...
Leoninamente,
Até à próxima
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