Foi uma vitória que não oferece contestação!... Limpinha, sem espinhas e ainda por cima com uma exibição que não sendo fulgurante, teve momentos mágicos, particularmente os movimentos que deram origem aos dois golos.
Foi agradável ver Evaldo a galvanizar-se e a deixar de ser o patinho feio de alguns de nós. Vejam só o que pode fazer a competição por um lugar. O Evaldo de hoje foi diferente e não me custa admitir que terá merecido o golo que marcou. O companheiro do lado oposto também fez um bom jogo, se bem que escusava de ter dado a ensaboadela na cabeça de Wesley, provocação que levou este a perder a cabeça, agredi-lo e a receber ordem de expulsão justa. Mas... João Pereira sabe bem o que fez e se o auxiliar de baliza tivesse visto o filme todo, teriam ido os dois para a rua. Nunca mais aprende este rapaz. Os centrais tiveram muito pouco trabalho, mas foram competentes em tudo o que fizeram e a linha média esteve a um nível mais do que agradável. Na frente Pereirinha cumpriu, embora continue a falhar em muitas das decisões que toma, como aquele remate disparatado para a bancada, pouco antes de ser substituído, que terá levado Domingos a agir uns minutos antes do que estaria a pensar. Wolfswinkel esteve muito próximo de celebrar, mas eram pernas a mais à volta dele, mais os braços, as cabeças e os corpos de tanta gente, que o rapaz pouco mais podia fazer. Mas teimou, lutou, estorvou e desconcentrou muita gente. Foi o abre-latas daquela lata de sardinhas que os romenos exportaram para Lisboa. Os três que entraram quase no final, não tiveram tempo para mostrar muito, se bem que encaixaram bem na estrutura e Carrillo até abriu a porta para o segundo golo. Restam Capel e Matias que deliciaram as bancadas de Alvalade. E se a Capel nada nem niguém pode roubar a titularidade, Matias terá hoje provocado a Domingos Paciência uma alegria quase incontida, que vai certamente provocar-lhe uma muito agradável dor de cabeça. Ambos são jogadores espectaculares, que empolgam as bancadas e fazem os adeptos ir ao estádio. E parece que quando as coisas começam a encaixar, tudo sai bem, tudo é bonito e resulta.
Mas o que mais me voltou a impressionar hoje, foi a alegria que eu vi nos jogadores, a confiança que respiram, a certeza de que vão vencer, doa a quem doer. Eu já me tinha esquecido dos tempos em que o Sporting era assim e eu nunca sofria a ver um jogo, pelo menos em Alvalade. Domingos parece ter descoberto a fórmula mágica: os jogadores têm prazer em provocar o prazer nas bancadas.
Da arbitragem, que hei-de dizer?!... Quase nada e a excepção ao seu bom trabalho, esteve no exagero do amarelo a Rinaudo, em pequenos lapsos no benefício ao infractor e na demasiada temporização que exige na marcação de livres ainda afastados da grande área. De resto nota-se em todos os seus gestos que não é português, apesar de bastante jovem, porque recusa protagonismos e não exibe raivinhas e preconceitos bacocos. Arbitra apenas e essa é a única razão porque faz parte do jogo. Em Portugal temos actores que tudo fazem para estar na cabeça do cartaz. Está-lhes no sangue e a cultura não ajuda.
Está o apuramento garantido e o primeiro lugar ao virar da esquina. Não me admiraria que com este mesmo Vaslui, esse segundo objectivo fosse alcançado.
Com a serenidade desta 8ª vitória consecutiva, há que começar a preparar a recepção ao Gil Vicente.
Leoninamente,
Até à próxima
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