quinta-feira, 26 de julho de 2018

Adeus tristeza, chegou a hora de acabar!...


O PECADO DA COMUNICAÇÃO

«O Sporting tem inúmeros problemas e um dos seus maiores pecados é a comunicação. Tenho pela minha experiência profissional de 23 anos, primeiro, como jornalista até 2001 e, posteriormente, como responsável da comunicação da maior câmara do país, Lisboa, seguindo depois para o mundo da indústria de Conselho em Comunicação onde comando a minha empresa desde 2009, a opinião de que o verdadeiro líder comunicacional de uma organização é o seu responsável máximo, o seu presidente. É ele o condutor estratégico dos objectivos, é ele que marca o ritmo, é ele que eleva ou reduz o perfil das intervenções. Coadjuvado, isso sim, por uma equipa profissional especializada que faz a ligação com a arena mediática e, sobretudo, o deve aconselhar bem no que toca à mensagem e aos momentos de comunicação. Por algum motivo, quem trabalha na minha área intitula-se consultor de comunicação e não decisor de comunicação. A última palavra cabe sempre ao líder.

Ora, nas últimas décadas do Sporting não me recordo de nenhum presidente que percebesse verdadeiramente de comunicação nem todas as variáveis que a envolvem e, ainda por cima, muitos deles eram péssimos comunicadores. A inépcia comunicacional é endémica e isso é algo que não potencia lucros, marca, reputação, logo, resultados, sem esquecer os desportivos. Porque se há anjinhos que entendem que os campeonatos se ganham só com um treinador astuto e jogadores talentosos, podem esquecer. Para lá dos lados ocultos do futebol onde operam diversos doutorados em ‘bas-fond’, a comunicação tem ganho uma relevância importantíssima que continua a ser descuidada e cabe ao clube encontrar o caminho correcto para se profissionalizar e conquistar uma influência que nunca teve. Porque os media não estão contra nós, como soltam os amadores e ‘calimeros’, nós é que nunca soubemos seduzir e estabelecer uma relação empática com os media. Não podemos ter a percepção que imprensa e televisões nos prejudicam, isso é estar derrotado à partida, temos é de ter a sensatez de dar a volta, deixar trabalhar, ser diplomata, depois, analisaremos. Se não nos respeitarem, seremos nós a não dar seguimento às boas relações que pretendemos ter com todos os ‘players’.

A comunicação em todas as empresas, instituições e clubes deve ser serena, pela positiva, a puxar mais por nós e a ligar menos aos outros. Quem criou o planeta onde vivemos sabia muito mais do que nós. O céu habitualmente está sereno, mas se houver um trovão todos escutam. Que ilação retiramos disto para a comunicação? Simples: devemos ser serenos, porque se tivermos de ser mais duros e a mensagem mais agressiva ela será muito mais eficaz, será o nosso trovão, se não estivermos constantemente em desgaste de guerras algumas do alecrim e manjerona. E há duas regras de ouro na comunicação: o bom senso, sabermos o momento certo para carregarmos nas teclas suaves ou ríspidas; e ser mestre a manusear o silêncio, que pode ser cínico porque a estratégia assim o exige, e porque o silêncio é a arma mais difícil de combater e comete menos erros. Sei como ninguém que os tempos são actualmente marcados pelo ruído, tons odiosos e por extremismos pouco inteligentes. Pois é, mas estes especialistas a fazer barulho não são especialistas de comunicação. É tempo do Sporting ultrapassar este pecado original.»
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record)

Muito particularmente nos últimos cinco anos, foi tudo feito ao contrário das "duas regras de ouro" de que nos fala com propriedade e conhecimento, Rui Calafate: faltou o bom senso e o talento para manusear o silêncio!...

Agora...
 

Chamamos-lhe triste e o seu futuro, foi aquilo que se viu!...

Adeus tristeza, chegou a hora de acabar!...

Leoninamente,
Até à próxima

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