João Mário, o diamante só pode regressar!...

No meio do descalabro arbitral de ontem no Bonfim e da raiva e indignação que por muito tempo me hão-de acompanhar, apenas um motivo de grande satisfação me foi permitido viver nos 90 minutos de jogo: o Sporting não terá necessidade de ir ao mercado no final da época, para colmatar a dramática ausência na nossa linha média, de um médio centro a sério, no talento, na classe, na entrega, na capacidade de estabelecer a diferença que deve existir entre o Sporting, na sua grandeza e história, e os outros.

Não sei nem quero saber, do futuro de alguns atletas que, oriundos da nossa formação ou adquiridos no mercado, reflectindo boas ou má oportunidades e por números muito ou pouco interessantes, terão andado ao longo de uma época inteira, a pisar os relvados da Academia, sem atingir os patamares de rendimento que exige a grandeza do Sporting. A todos Leonardo Jardim concedeu oportunidades. Com alguns a sua paciência chegou a exasperar os adeptos como eu, cujo grau de exigência jamais estará ao nível de uma qualquer causa de solidariedade social. O que sei é que um grande médio centro, custará no mercado internacional, uma pipa de massa, que o Sporting não tem. Mas tem João Mário, um diamante quase lapidado!...

João Mário Eduardo sempre se distinguiu nos diversos escalões que, sucessivamente foi ultrapassando, até chegar e capitanear a equipa B, onde logo no primeiro ano, terá realizado a sua melhor temporada no Sporting, sem esquecer o seu bom desempenho no mundial de sub-20. E veio, com toda a naturalidade, no Verão passado, a renovação do seu contrato até 2018.

Depois, absurdamente, as semanas foram passando e João Mário parece ter sido positivamente estrangulado. Entristeceu, e... desapareceu. Como muitos outros. Infelizmente. A nossa equipa B, não pode prosseguir este rumo. Não sei, nem quero saber de quem é a culpa. Minha, com certeza absoluta que não será. Será de alguém, mas é caminho que não percorrerei. Tenho a minha opinião, mas o meu Sporting é muito maior e importante. Confio na capacidade de quem dirige, para ultrapassar a situação, no final da época.

Até que por obra de deuses, porque para mim o responsável pela recente saída de João Mário para Setúbal será um deus do saber e da competência, um visionário, a um dos nossos mais promissores diamantes da Academia, foi dada a carta de alforria.

A adaptação foi automática e fulgurante. Pouco depois de ser contratado, já era titular. Revolucionou de imediato a qualidade no sector intermédio dos sadinos. e após dois meses de alto nível, foi considerado, apenas, o melhor futebolista jovem dos meses Janeiro/Fevereiro a actuar em Portugal.

João Mário amadureceu e voltou a sorrir. É o marcador de quase todas as bolas paradas com a qualidade que sempre evidenciou, mostra intensidade de jogo, algo que era acusado de não ter e sabe ler o jogo como poucos, abdicando dos passes longos que muito provavelmente lhe eram impostos, e caminha agora em progressão e com a bola no pé, fazendo uso da sua espectacular visão de jogo, que todos nós conhecíamos, tendo ganho critério e uma qualidade de passe que desbarata o posicionamento adversário.

Contra o Sporting no Bonfim, soube ser profissional e demonstrou uma vontade do tamanho do mundo, em mostrar o quanto estavam errados aqueles que o haviam estrangulado. Foi o melhor de todos os sadinos e provavelmente o maior responsável pelo jogo menos conseguido na presente época, de William Carvalho, que só em falta o conseguiu suster.

Não tenho dúvidas do regresso de João Mário a Alvalade no final da época. Pelo que lhe vimos fazer no domingo no Bonfim, já alcançou um patamar muito superior, a muitos que neste momento fazem parte do plantel do Sporting, seja qual for a vertente em análise.

Eu quero vê-lo em Alvalade na próxima época!...

Leoninamente,

Até á próxima