sábado, 1 de março de 2014

Um Pinto da Costa monolítico, é um robalo de barbas e escama grossa...



Pinto da Costa para a História


"... O modelo de negócio tem de ser discutido. Entre todos. Com o FC Porto. Sem exclusões. As grandes figuras dos regimes têm sempre muitas dificuldades em se ajustar aos novos tempos, sentados em cima dos seus êxitos. Por isso, julgo que Pinto da Costa quererá preservar até ao fim as virtualidades do seu monolitismo.[...]

[...] Em vez de se discutirem propostas para a melhoria do futebol português, o foco está na destituição do presidente da Liga. A vingança em curso, o que significa não haver condições para que o presidente da Liga ou mesmo da FPF não sejam mais senão a extensão do poder dominante. Devidamente controlado por outros poderes. Lamentável e sintomático.".
(Rui Santos, Pressão Alta in Record)

Bruno de Carvalho, Luís Filipe Vieira e bem assim todos aqueles que venham a revelar a inteligência suficiente para compreender o quanto inadiável deverá ser o "aggiornamento" das velhas e anquilosadas estruturas do futebol português, se quiserem levar a bom termo essa gigantesca e impreterível tarefa, terão necessariamente de adoptar uma quase humilhante "paciência de corno" e, ainda que engolindo todos os sapos vivos que lhes forem atirando para o caminho, proceder como o pescador desportivo, quando pressente que no anzol engatou peixe grosso e combativo, um robalo com as barbas de muitos anos e uma dezena de quilos de peso: cansá-lo, antes de o puxarem para seco!

A técnica nem será muito difícil. Apenas requer paciência nos limites, ganância e impulsividade próximas de zero e o resto será uma questão de condimentar de forma correcta, a linha que se puxa. com a linha que se lhe dá. E o robalo, estrebuchando e oferecendo resistência primeiro, para depois se julgar livre e fugir até voltar a ser puxado, tantas vezes há-de repetir o ritual que acabará por, esgotado pelo cansaço, deixar-se conduzir, conformado e impotente, para o seco, para a morte...

Os novos ventos que parecem varrer o dirigismo do futebol português, dão indícios claros de que já terá sido apreendido o essencial da questão que se coloca: o velho e poderoso robalo, com barbas e escama grossa, caiu no anzol! Isso até nem terá parecido difícil, se o isco foi bem escolhido e se apresentava bem vivo e irresistível! Agora vem o maior bico de obra: conduzi-lo até seco e depois, esperar que asfixie e morra!

Uma vitória, mais logo em Alvalade, talvez se revele uma providencial escolha de isco!...

Leoninamente,
Até à próxima

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