O Sporting entrou na guerra !....

"... A imagem de Augusto Inácio irado, quase de cabeça perdida, os desabafos dos jogadores nas redes sociais, mas mais do que tudo isso, a crítica pela primeira vez directa e frontal de Leonardo Jardim ao trabalho de uma equipa de arbitragem, mostram que o Sporting está farto de ser o patinho feio do futebol português. Quando foi eleito, Bruno de Carvalho escolheu o seu caminho e teve o mérito de pensar pela sua cabeça. Tem cometido pelo caminho muitos excessos e eu próprio não o tenho poupado porque, alguma razão que tenha, se perde muitas vezes na forma como critica o famoso sistema. Nunca o Sporting terá tido tantas razões de queixa como no domingo em Setúbal e, no entanto, rezam as crónicas o presidente serenou os ânimos e não teve desta vez a estúpida tentação de prestar declarações imediatamente após o jogo, deixando que Jardim, no seu estilo sereno mas desta vez contundente, deixasse clara a revolta do Sporting. Hoje o presidente, com um ar sereno, mas sem medo das palavras, não deixou nada por dizer. O que Bruno de Carvalho lançou não foi um apelo à união porque os sportingusitas estão unidos, foi um grito de revolta. O Sporting entrou na guerra...".

(Nuno Santos, ÂNGULO INVERSO in Record)

Concordo literal e inteiramente com Nuno Santos, quando diz que Bruno de Carvalho "não lançou um apelo à união dos sportinguistas, porque eles estão unidos" contra a podridão instalada no futebol português! O que o Presidente do Sporting Clube de Portugal ontem fez, terá sido uma autêntica e inusitada DECLARAÇÃO DE GUERRA, acompanhada, isso sim, de uma convocatória para a mobilização geral de todos os sportinguistas, efectivos, reservistas, milícias e "patriotas", homens ou mulheres, novos ou velhos, no sentido de engrossarem as fileiras de um "exército", agora sim, preparado para entrar na guerra, acabada de declarar.

Com "um ar sereno, mas sem medo das palavras" o Presidente do Sporting Clube de Portugal, terá produzido ontem o discurso mais abrangente do seu mandato e, ironica e previsivelmente, as suas palavras terão batido todos os records de aceitação, numa nação que ao longo da sua História, dificilmente tem sido exemplo de unanimismos bolorentos, estéreis ou fictícios, ou até, falsos e despropositados.

Poucos terão dúvidas sobre a disposição de cada sportinguista, de engrossar com as armas que tiver na mão, a força deste decidido exército. Que só não alcançará uma rotunda, quiçá surpreendente e rápida vitória, se a estratégia de guerra do "seu general", não for a mais correcta. 

Bruno de Carvalho, não poderá falhar desta vez, sob pena de perder o capital com que, provavelmente, nunca terá sonhado. E não poderá pretender delinear sózinho, a estratégia mais adequada. Torna-se imperioso, racional e urgente, que pense na formação de um "comité estratégico de guerra", composto pelos maiores estrategas do Clube, dentro ou fora da sua Direcção, que o ajudem, ideológica e juridicamente, no estabelecimento de um "plano infalível" para vencer esta guerra, cuja vitória dependerá mais do fulgor e rapidez, que de extensa e demorada elaboração. Uma espécie de "conselho leonino restrito", quase secreto, arguto, competente e com capacidade de decisão rápida.

Esta "guerra" jamais poderá ser vencida, com lágrimas, para consumo interno. O "coração do sistema", há muito demonstrou ser insensível a essa estratégia, que apenas lhe aumenta o gozo. Esta guerra terá de ser concebida.  para despertar a atenção no exterior das fronteiras do pântano do nosso futebol. E terá de comportar, necessariamente, sucessivas batalhas, sucessivos castigos infligidos ao "sistema caduco" que no futebol português continua a imperar, a pôr e a dispôr a seu belo prazer, segundo a miopia dos seus interesses.

Quando Rui Patrício, sob indicação do seu treinador, que também deverá ser ganho para a guerra, defender de costas, um penalti "inventado" por um qualquer "vasco, capela, baptista ou quejandos", as imagens correrão mundo e o Sporting não estará só. Quando a equipa do Sporting, abandonar um qualquer relvado. em protesto contra as arbitrariedades do sistema, a derrota regulamentar por 3-0 e as multas com que o Clube será confrontado, serão uma gota de água comparadas com o escândalo que correrá mundo. Nenhum castigo que puder ser inventado contra o "sistema", conseguirá os seus objectivos, se não provocar dor.

Castigo sem dor nunca será castigo. E o maior castigo que poderá ser infligido ao "corrupto sistema do futebol português", será a reprovação internacional. E os árbitros portugueses, denunciados nessas inusitadas batalhas, bem poderão clamar pela sua competência, pela sua boa fé, pela vertente humana dos seus erros, que dificilmente convencerão um tão global e crítico tribunal. E deixaremos de assistir ao pregão da mentira sistematicamente repetida até se transformar em verdade: os árbitros portugueses são do melhor que há no mundo! Não é verdade! Os árbitros portugueses são os mais incompetentes e corruptos do mundo, mandaretes de um "sistema" que dificilmente terá paralelo nesse mesmo mundo!!!...

Leoninamente,
Até à próxima