sábado, 15 de março de 2014

Vitor Pereira, o último coveiro do futebol português !...


As hérnias da arbitragem

A gestão do sector da arbitragem tem sido um desastre. No entanto, a sua figura-mor, Vítor Pereira, que muda de critérios como quem muda de camisa, susceptível a todo o tipo de pressões (externas e internas), lá vai vendendo a ideia de que os árbitros portugueses estão entre “os melhores do Mundo” e, junto das instâncias internacionais, gere a imagem útil e necessária segundo a qual as federações e os seus órgãos decisórios não devem ser mais senão marionetas nas mãos de quem efectivamente controla e subsidia o futebol: a UEFA, na Europa e a FIFA, à escala universal.

Portugal é um país pequeno, mas isso não seria problemático se não tivesse tiques de país pequeno. A indiferença perante a desregulação da actividade económica e perante os sinais e as cifras da corrupção conduziram os portugueses a um tempo difícil de austeridade, que promete continuar. A bancarrota não foi um acaso. Foi a consequência da falta de regulação e da irresponsabilidade política. O futebol tem coisas melhores do que o país mas muitas vezes – abusando da sua popularidade – projecta coisas piores do que o país. Por causa dos mesmos sintomas que nos conduziram à bancarrota: medo da regulação, aversão às regras e energias acumuladas no sentido de promover favoritismos e compadrios.

A arbitragem, no futebol, tem regras, mas vive num mundo à parte. Vive numa bolha. Os árbitros criaram uma elite – acentuando o estatuto com o regime de profissionalização – e, em vez de lutarem pela inclusão, distanciam-se cada vez mais das realidades. Em vez de exigirem mais e melhores condições para poderem estar à altura da responsabilidade que têm no jogo, refugiam-se no saco de boxe que é a APAF, espécie de relógio de repetição de ocas ideias, cucos de um ninho perdido e perdem a sua própria identidade pessoal. Se os árbitros são os primeiros a não exigirem protecção, no sentido de serem ajudados (através das novas tecnologias), o que se pode fazer por eles? Se os árbitros ficam à espera, sentados como monos, que a FIFA e o International Board resolvam o anacronismo, bem podem continuar sentados por mais uns anos. Mas não se queixem. O seu imobilismo e grau de satisfação perante as mordomias que o futebol vai proporcionando são o seu maior inimigo. Os responsáveis da arbitragem não querem mudar porque eles são e representam os elos de um sistema que se alimenta do compadrio e de uma lógica protectora dos mais fortes.

Não sei se pelas causas que geraram o Apito Dourado ou por peritagens adjacentes, a verdade é que Vítor Pereira, nas nomeações, tem sempre um cuidado enorme em não acicatar os ânimos do FC Porto e, agora, do Benfica. É uma verificação: o Sporting, por culpa própria, deixou de se bater pelo título nos últimos anos e distanciou-se das franjas de poder. É ignorado e, às vezes, humilhado. Vítor Pereira diz que não é sensível às pressões dos clubes, mas a verdade é que os árbitros deixam de ser nomeados sempre que os clubes assim o exigem. Foi assim com Artur Soares Dias e o FC Porto; foi assim com Pedro Proença e o Benfica; foi assim com Duarte Gomes e o Sporting. Os vetos não são regulamentares, ninguém os assume mas existem. Sou, em princípio, contra o sorteio, mas, nas actuais condições de pressão e temperatura, prefiro o sorteio a este sistema de nomeações que não é mais do que... um “sorteio” longe dos olhares públicos.


".... A verdade é que Vítor Pereira, nas nomeações, tem sempre um cuidado enorme em não acicatar os ânimos do FC Porto e, agora, do Benfica.".

Só não não vê quem não quer ver. A hérnia mais grave, dolorosa e porventura incurável, reside nas costas de Vitor Pereira, que lá vai continuando, curvado, surdo, cego e mudo, perante o chorrilho de asneiras que em cada jornada vai assinando, qual mentecapto, indiferente à merda que faz e ás merdas que vai permitindo se eternizem.

Vitor Pereira, um dia sairá sem honra nem glória da merda em que se vai atolando. E será lembrado como o último coveiro do futebol português!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. E muita sorte terá o Vitor Pereira se conseguir sair "vivo" desse atoleiro é que pode muito bem acontecer que acabe "por morrer asfixiado" precisamente na merda em que se atola...!

    Rui Santos "diz" quase tudo e também como ele... eu não compreendo porque se não batem os árbitros pelos meios tecnológicos que os "poderiam ajudar" a errar menos...
    E daí até talvez compreenda...

    Como poderiam eles "continuar" as fazer os fretes do costume...se o pequeno chip "mostraria" o contrário do "recado" com que entraram em campo...?

    A verdade é que o futebol português..."nunca mais voltará" a ser como dantes...não pode ser, pois já desceu tudo e agora não há coluna que aguente mais curvaturas...

    Esta época de 2013/2014 vai com toda a certeza ficar na "história triste" do futebol português e Vitor Pereira, junto com mais uns tantos personagens...
    "Não vão ficar bem" na fotografia final...!

    Confiemos...!!

    SL

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