quinta-feira, 27 de junho de 2019

Três tristes 'trigues'... de papel!...


Cintra e Viriato

«Tal como Sousa Cintra tem liberdade para dizer que com José Peseiro o Sporting seria campeão, eu também posso afirmar que se Bruno de Carvalho não fosse um desastre comunicacional (pecando por excesso), não tivesse um desnorte emocional à vista de todos – como aliás o próprio já se penitenciou – e se fosse bem aconselhado (não sei se ouvia algum conselho ou se apenas eram maus), hoje poderia estar na mesma sentado na cadeira do poder em Alvalade.

Como assim? Perguntar-me-ão. Se no dia do ataque a Alcochete o homem que poucos meses antes obteve retumbantes vitórias em eleições e numa AG, convocasse uma conferência de imprensa e comunicasse: "eu nada tenho a ver com este negro episódio que nos envergonha a todos, porém, sou o presidente e tenho uma responsabilidade política pelo sucedido. Vou apresentar a minha demissão, serão convocadas eleições mas confio no rumo que estamos a seguir e serei candidato". Tenho a plena convicção, eu que nunca o apoiei mas nunca lhe dei abraços de Judas para na primeira oportunidade o esfaquear pelas costas como tantos notáveis e figuras medíocres que integraram as suas listas e enorme Comissão de Honra fizeram, que ganharia eleições – provavelmente não com esmagadora vitória soviética – e não haveria o folclore eleitoral nem da comissão de gestão que lhe sucedeu.

Se assim fosse, não teriam os sportinguistas de sorrir com mais uma desastrada entrevista de Sousa Cintra. Não tenho nada contra ele, e é extremamente simpático, contudo, o seu optimismo fútil de 30 anos misturou-se no cálice do veneno do seu ego que amou ser apaparicado no Verão passado. Depois, veio a azia e o desconforto por Frederico Varandas nunca lhe ter dado a homenagem que o próprio achava merecer, como alguns irresponsáveis alimentaram com jantares de agradecimento e a imbecil proposta de Ângelo Correia para que ele se tornasse presidente honorário. Num tempo com duas AG’s importantes em agenda, num clube sempre engalfinhado em querelas internas autofágicas, a sua entrevista, para lá de uma machada na própria reputação, cavou dúvidas (ao vincar que o seu candidato era Rogério Alves) num eleitorado sénior e conservador sobre o actual presidente e deu munições às tropas fiéis a Bruno de Carvalho que continuam unidas e se preparam para chumbar o orçamento de Varandas. A vaidade mata e inflama. Sousa Cintra já deixou de ser apaziguador, tornou-se um incendiário.

Paulo Sousa foi um enorme jogador de futebol. Ganhou um Campeonato do Mundo júnior com Carlos Queiroz, Champions no Borussia de Dortmund e Juventus. Cito-o porque ele é da terra que homenageou e declarou embaixador um jovem de 19 anos que tanto ainda tem para ganhar, no entanto, foi comparado a Viriato pela "resiliência e espírito combativo". Num País que condecora corruptos, vigaristas e assassinos das maiores empresas portuguesas, Viseu ir já a correr homenagear João Félix é um hino ao ridículo. Deixem o miúdo crescer.»


Não estará ao alcance de todos desmontar de uma penada três dos mais deprimentes espectáculos exibidos nos últimos tempos neste 'nosso pobre e tacanho bairro'! Rui Calafate conseguiu-o com a racionalidade e sagacidade que sempre o caracterizaram. Vale a pena ler e reflectir... 


Três tristes 'trigues'... de papel!...


Leoninamente,
Até à próxima

5 comentários:

  1. Desculpe?! Três?! Eu só o vi "arrumar" com o Pavão do Cintra e com o Viriato de Cueiros! Mas lá que coloca o dedo nas nossas feridas e nos devia fazer reflectir a todos, lá isso devia.
    SL

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  2. Apelidar outrem de ridículo um palerma destes é uma pérola.

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  3. Quase sempre concordei com a qualidade dos textos do companheiro sportinguista Rui Calafate. Neste tenho de discordar. Apesar de não concordar com a gestão de BC porque razão tinha de se demitir e ir a eleições se conforme foi aqui dito nada teve a ver com o caso academia.

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    1. Perdoar-me-à o Leão da Marisol, mas nunca, jamais, em tempo algum, em textos da minha autoria, terá sido afirmado neste blog que BC "nada teve a ver com o caso da Academia"!...

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  4. Discordo do Rui Calafate, Bruno de Carvalho, fizesse o que fizesse (e por isso se tentou barricar) seria sempre queimado pela agenda mediática, de acordo com o plano traçado para o derrubar.
    É uma ilusão o argumento que se deveria ter demitido para concorrer logo a seguir (como fez o Frederico Varandas, o menino bonito que era aliado e virou némesis) - Bruno de Carvalho era para eliminar, ponto! É mais que evidente. O resto são efabulações.
    E por isso Jaime Marta Soares prometeu que não haveria objecções à candidatura de BdC pós-destituição, e quando ele e Carlos Vieira apresentaram candidaturas separadas, foram ambas bloqueadas pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral (o demissionáro que afinal não se demitiu - apenas e só porque o Conselho Directivo não se demitiu por arrasto da MAG, como era o fim último da demissão em bloco da MAG e da quase totalidade do CFD).
    É que é tão evidente e explícito que ainda não percebo como se vai na história da carochinha.

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