segunda-feira, 10 de junho de 2019

A Bem da Nação!...


Espionagem industrial

«Pela sentença do Tribunal Judicial da Comarca do Porto, e pelo Record, ficámos a saber que os emails do Benfica permitiram ao clube da Invicta ter acesso a "metodologias avançadas para várias sessões de treino, elaboradas por Bruno Lage, Chalana e Pedro Valido", que trabalharam juntos nos juvenis do Benfica entre 2010 e 2012.

O FC Porto pôde também consultar relatórios "detalhados sobre jogadores estrangeiros de elevado potencial", além de documentos relativos a contratos, negociações e actas de jogadores. O clube teve ainda acesso a um documento elaborado pelo director-geral do Caixa Futebol Campus, Pedro Mil Homens, "sobre a estratégia de desenvolvimento do Centro de Alto Rendimento".

Não há de ser o primeiro, mas será certamente o maior e mais relevante caso de espionagem industrial no futebol português, sendo difícil avaliar os danos que pode ter provocado, por exemplo na negociação de passes de jogadores. Vale, segundo o juiz, uma indemnização de perto de dois milhões de euros a ser paga pelo clube, a SAD, a FC Porto Média e o director de comunicação: Francisco J. Marques.

Noutra escala, é como a Huawei ter acesso à estratégia de inovação ou comercial da Apple, ou esta última conhecer os contratos da primeira com fornecedores ou saber que executivos de topo está a tentar empregar. Não tem preço.

Está longe de ser um caso único no futebol. Ainda em Fevereiro o Leeds United foi multado por o treinador, Marcelo Biesa, ter enviado um espião para assistir ao treino à porta fechada do Derby County e trazer informação sobre a táctica de jogo. A coima: 200 mil libras.

O Leeds admitiu a violação do artigo 3.4 do Regulamento da English Football League, que diz: "Em todos os assuntos e transacções envolvendo a Liga, cada clube deve comportar-se em relação aos outros clubes e à Liga com a máxima boa-fé".

O regulamento da Liga de Portugal também diz, no artigo 121º, que "constituem deveres dos associados nas suas relações recíprocas proceder com a maior correcção e urbanidade" e "actuar com a maior lealdade". Esta disposição está tão longe da prática dos clubes, que é difícil resistir a uma gargalhada.

O Benfica congratula-se com a decisão do juiz, naturalmente. O FC Porto vai recorrer e diz que a sentença "penaliza a divulgação de informação que o próprio tribunal reconheceu como verdadeira".

O clube diz também em comunicado que "todas as divulgações efectuadas no Porto Canal foram sempre realizadas ao abrigo do direito à informação e da salvaguarda da verdade desportiva, à imagem do que tem sido feito por órgãos de comunicação social de prestígio de países civilizados".

Não há dúvida de que aquilo que foi divulgado pelo Porto tem interesse público, mesmo que na mente de Francisco J. Marques estivesse o interesse do seu clube. Mas isso não legitima a espionagem industrial. Da mesma forma que a decisão do juiz Tribunal Judicial da Comarca do Porto não iliba o Benfica e os seus dirigentes nas suspeitas de corrupção desportiva que os emails trouxeram para o domínio público. A queixa do Benfica já teve uma decisão, os restantes processos continuam em investigação…»
(André Veríssimo, director do Negócios, Linha de Fundo, in Record, hoje)


" A queixa do Benfica já teve um decisão, os restantes processos continuam em investigação"!...

Como no seu tempo mandaria publicar o 'antónio das botas de santa comba dão'...

A Bem da Nação!...

Leoninamente,
Até à próxima

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