sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Ou o DAESH aconteceria sem a invasão do Iraque?!...


ÁRBITROS E JORNALISTAS

«Não se desculpe o que é imperdoável; não se desvalorize o que é muito grave. O mais recente ‘ataque’ à casa de um árbitro – Vasco Santos – é preocupante e deve merecer – como mereceu – o repúdio e a condenação geral. Todos os clubes têm razões de queixa – uns mais do que outros – e todos sabemos que a qualidade dos árbitros está aquém do desejável. Mas nada se resolve com ameaças, discursos de ódio ou actos de vandalismo. Numa altura de um novo ciclo na arbitragem, seria útil confiar nas instituições e no seu normal funcionamento. O Conselho de Disciplina não castigou Vasco Santos a exemplo do que fez com Jorge Sousa, mas haverá outras formas de ‘penalizar’ o árbitro. Por exemplo: ficar fora das nomeações para este fim de semana. Foi o que aconteceu. 

A vida de jornalista não está mais fácil que a do árbitro. Hoje comemora-se o dia internacional do jornalista, momento oportuno pois para reflectir sobre as dificuldades que enfrenta o profissional que trabalha no segmento da imprensa e que o colocam cada vez mais numa situação de fragilidade e incerteza. As dúvidas em relação ao futuro são muitas, atendendo à queda de receitas geradas por um negócio que, por paradoxal que possa parecer, tem cada vez mais milhões de leitores. Jornalismo livre é sinónimo de democracia. Defendê-la é uma missão de todos.»
(António Magalhães, Saída de Campo, in Record)

Começa bem o senhor director do jornal Record a sua habitual crónica "Saída de Campo". De facto que "não se desculpe o que é imperdoável, nem se desvalorize o que é muito grave". Mas a sua "entrada de leão" acabou por transformar-se depois, infelizmente, em "saída de sandeiro"!...

Comecemos por analisar o seu remate do primeiro parágrafo. Diz o pretenso moralista que parece ter encarnado no senhor director, que "o Conselho de Disciplina não castigou Vasco Santos a exemplo do que fez com Jorge Sousa, mas haverá outras formas de ‘penalizar’ o árbitro. Por exemplo: ficar fora das nomeações para este fim de semana. Foi o que aconteceu." Faltou-lhe graduar o "crime" de Vasco Santos com o critério com que mediu o de Jorge Sousa, para que talvez fosse capaz, se a tanto o ajudasse a coragem, de concluir de forma fácil e expedita que o acto cometido pelo primeiro terá sido incomparavelmente mais grave do que o que o cometeu o segundo e que por isso mesmo, o regozijo que afirma com a acontecida penalização de "ficar de fora das nomeações para este fim de semana" se afigura a qualquer pessoa de bom senso como simplesmente ridículo! Onde terá deixado António Magalhães a coragem para defender, responsavelmente e como director de um dos jornais desportivos com maior impacto nos adeptos de futebol, que Vasco Santos deveria ser exemplarmente penalizado, ficando de fora das nomeações 4, 5 ou mesmo 6 fins de semanas?! Pois, compreendido...

Passemos agora ao que me afigura ainda mais importante, a curiosa analogia que estabelece entre vida difícil dos árbitros e a dificílima vida de jornalista, logo quando se comemora o "dia internacional do jornalista". Será fácil de concordar com António Magalhães que a vida de ambas as corporações estará difícil. Muito difícil.  Mas corporativamente e segundo um hábito de que nem ele, nem quase todos os jornalistas parecem jamais capazes se libertar, vem-nos falar sobre "as dificuldades que enfrenta o profissional que trabalha no segmento da imprensa e que o colocam cada vez mais numa situação de fragilidade e incerteza", sem que por um único momento se detenha na necessária e aprofundada reflexão sobre as responsabilidades que deverão ser imputadas à corporação que defende com o "choradinho habitual". Impensável que António Magalhães alguma vez venha falar, entre uma infinidade de coisas graves que vão acontecendo lá pelo seu jornal, do terramoto a que deu origem na maior franja dos leitores do seu jornal,  o "crime" que sob a sua responsabilidade e de todos os seus colaboradores, foi perpetrado com a famigerada capa que apresento a seguir:

Ah pois é, senhor director do jornal Record. Talvez perguntando à sua consciência e fomentando entre os seus pares questões da mesma índole, possam todos, corporativamente, vir a descobrir as razões da "actual vida dificílima dos jornalistas", sem prejuízo de que, pelo rumo que levam, onde campeia uma inclassificável falta de bom senso, isenção e ética, ela venha ainda a conhecer no futuro maiores dificuldades, quiçá envoltas em surpreendente violência que, felizmente e pelos brandos costumes de um tão singular povo, ainda não tiveram a desdita de experimentar.

Abram os olhos à realidade e ao mundo, senhores directores e jornalistas. Reflictam muito seriamente sobre o facto simples e inexorável que até a Física demonstra, de que toda a reacção resulta de uma acção. Deixem de deambular exclusivamente em círculos em torno do vosso umbigo. Obriguem as vossas mentes a questionarem numa violenta e dramática redução ao absurdo, sobre as razões que estarão por detrás da violenta onda de terrorismo internacional a que hoje assistimos!...

Ou o DAESH aconteceria sem a invasão do Iraque?!...

Leoninamente,
Até à próxima

4 comentários:

  1. Seja no "seu dia", ou fora desse mesmo dia...há jornalistas que dessa profissão apenas têm o nome...
    De resto são apenas e só ..."mais uma merdice" (tenham paciência mas a língua portuguesa "não ajuda"...)...

    É como o comunicado dos lampiões a lamentar o ataque à casa onde reside o árbitro "vesgo"... coitadinhos "a chorar" pelo que fizeram ao dito "santos" ( e note-se que eu também reprovo a violência...), "aproveitando" para se "colocarem no altar"... mas não perdendo a ocasião para cinicamente atacar o Porto e o Sporting "culpando-os" do acontecido...

    E logo os lampiões a quem "nada há a apontar em termos de violência no desporto"...
    É preciso não ter vergonha...

    Estes "magalhães...lampiães e outras trampas...", decididamente...não "ganham vergonha..."...

    SL

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  2. En garde...!!! Na mouche...!!!

    Fossem eles, os jornalistas, pessoas.... (vá... não quero ir tão longe...) profissionais sérios e honestos... e já não 'correriam perigos'... nem 'experienciariam tormentas'... Mas não...!!! Insistem na subserviência e dedicação ao dono... tá visto que um dia vão... ser mordidos... Temos pena...!!! Cada qual deita-se na cama que faz...

    SAUDAÇÕES LEONINAS

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  3. p.s. Muito bom...!!! Acabo de ouvir mais uma expressão 'futebolesa' extraordinária... Depois do 'dolo sem intenção', pensando nós que já nada mais nos surpreenderia a nível lexical... eis que surge agora o.............. 'défice .... positivo'

    Dassseee... e ainda há quem diga que o futebol em Portugal está morto... Com esta criatividade e inteligência sem par, ninguém nos pára... Se calhar, só mesmo a.... Suiça...!!! (parece que tem lá um ponta de lança daqueles que já não se fazem...)

    SAUDAÇÕES LEONINAS

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  4. Amigo Alamo

    Desculpa não concordar contigo mas esta capa do Roscofre é da capas mais honestas e verdadeiras que podemos encontrar na imprensa desportiva portuguesa.
    Vamos por partes:
    Quem castigou BdC?
    O conselho de disciplina da FPF.
    O que é o CD da FPF?
    Um dos tentáculos do polvo SLB.
    Logo:
    Quem ordenou o castigo a BdC?
    Como vês a capa está corretíssima.
    Grande abraço

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