segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Não há impossíveis, mas milagres também não!...


Jorge Silas numa luta de sistemas até ter a chave para a vitória

«O Sporting foi surpreendido pelo Belenenses SAD durante boa parte do jogo. A estratégia do treinador do Sporting saiu completamente furada e, ao contrário do que dissera antes da partida, não conseguiu surpreender a equipa onde começou a sua carreira de técnico principal. O treinador leonino começou com três centrais, mas foi mudando até colocar em campo um ponta-de-lança que permitiu criar espaços onde apareceu Vietto. O argentino bisou e devolveu a tranquilidade aos leões, que regressaram aos triunfos na I Liga.»

Jorge Silas continua a defender que a estratégia não estava errada

«A estratégia não estava errada. Os movimentos é que estavam. Os jogadores é que não perceberam. Não tirámos partido dos três centrais e tivemos de mudar, porque não aproveitámos o espaço que havia. Não acho que estratégia esteja mal, mas o que temos de melhorar são alguns ajustes. Se tivesse tempo para trabalhar iria usar a mesma estratégia. Como não tenho tempo para trabalhar mudo para um sistema que à partida vai dar resultado. O que falta não depende do sistema. Falta termos menos pressa, em querer chegar ao golo em dois toques. Falta-nos ser mais solidários com a bola, melhores linhas de passe e tentar sair desta situação. Já temos sete vitória em nove jogos e ainda estamos muito receosos. As vitórias têm que dar confiança em nós próprios e não nos sistemas.»
(Jorge Silas, no final do jogo, in A Bola em 10 Novembro 2019 - 21:40)

Manuel José insinua que o departamento de scouting do Sporting deve ter problemas de consciência

«A atmosfera continua difícil. Se olharmos para este jogo (Sporting-Rosenborg), a segunda parte do Sporting, por amor de Deus, foi horrível! Tive de ver porque vinha para aqui, senão tinha mudado de canal, com tantos jogos que estavam dar na televisão. Esta história de jogar com três centrais, meus amigos, joguei 8 anos assim no Al-Ahly, no Egipto, e 4 anos no Boavista. Quando o nosso defesa central ganhava a bola, se o adversário metesse 5 jogadores no ataque ele tinha de sair imediatamente a jogar e a defesa toda saía com ele, para pôr aqueles 5 jogadores, caso perdêssemos a bola, em fora de jogo. E o líbero subia para a posição dele. No Sporting o único que faz isso é o Mathieu. O Coates é muito bom a defender, mas quando tem bola, aquilo para ele é um objecto estranho, não sabe o que lhe fazer. Joga um futebol directo mas a bola não vai para ninguém, vai sempre para o adversário.

Com três defesas jogam de forma defensiva, jogar com três defesas é para dar 'corda aos sapatos' aos outros jogadores, para atacar com mais segurança. A segunda parte do Sporting (em Tondela) foi um desastre! O departamento de scouting do Sporting deve ter problemas de consciência que nunca mais acabam! Há ali dois ou três jogadores que não têm nível nenhum para jogar no Sporting. Não me lembro de uma equipa tão ruim como este ano. Não há milagres, aquele jogo em Tondela foi uma coisa assustadora.

Os passes que os centrais faziam entre eles... A bola não saía dali, era para trás e para o lado. Estavam a jogar com dois pontas-de-lança, meteram três extremos, porque este miúdo, o Rafael Camacho é um ala. Depois de sofrerem o golo mandaram os dois centrais para ponta-de-lança, isto é ridículo. O Sporting praticamente não criou nada.»
(Manuel José, in Record, em 08 Novembro 2019 - 12:33


Perante dois tipos de posições tão antagónicas, por muita razão e convicção que possam assistir a Jorge Silas, os adeptos sportinguistas tendem a alinhar, naturalmente, com as teses de analistas como Carlos Nogueira, que apenas se baseou nos factos acontecidos no dérbi de ontem em Alvalade, ou Manuel José, que partiu do que lhe foi dado ver nos jogos com o Rosenborg e Tondela, e a entenderem as palavras do treinador leonino como desculpas demasiado distantes da realidade... 

É que, se do ponto de vista de Jorge Silas, essa realidade passa apenas "por termos menos pressa em chegar ao golo em dois toques, ser mais solidários com bola, criar melhores linhas de passe e tentar sair desta situação", porque razão avança extemporaneamente para sistemas de jogo que exigem todos esses atributos, sem antes ter a preocupação de, com tempo, método e paciência, ensinar, treinar, rotinar e deixar sedimentar processos junto dos intérpretes que tem à sua disposição, de modo a que estejam devidamente preparados para responderem às exigências do sistema escolhido?! Quem é que afinal estará a falhar?!...

Sendo certo que a qualidade individual ajuda muito a queimar etapas e a abreviar consideravelmente o tempo necessário para que sejam alcançados os objectivos fixados para qualquer colectivo, muitos outros parâmetros importantes deverão ser tidos em conta por quem tem a responsabilidade de os liderar e colocar no rumo certo...

Não há impossíveis, mas milagres também não!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. O Silas, ao contrário de jornalistas e comentadores, não pode dizer que a maioria dos jogadores deste plantel são banalíssimos. Na verdade, até o disse veladamente, quando disse que eles não souberam interpretar o ssistema dos 3 centrais. O que Silas pretende, antes de tudo, é não sofrer golos. É que esta equipa não tem qualidade para abrir as defesas adversárias em antaque continuado, e a perder muito menos. Por outro lado, chama os adversários e faz com que eles acreditem que podem ganhar, e, depois, em contra-ataque lá marca um golinho que nos dá a vitória. Muito esperto tem sido Silas, à excepção de Alverca, em usar esta forma de jogar. E que faça melhor o departamento de prospeção, que são os grandes responsáveis pela má performance desta equipa. Ou este treinador também não serve?

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  2. Silas gastou um pouco do crédito ao afirmar que a culpa era dos jogadores que não entenderam os movimentos. Acho que era escusado, e fez lembrar um pouco as declarações do JJ.

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