O nevoeiro que engoliu a Liga Europa e as diabruras do "rookie" !...

Se nos esquecermos do estádio da Madeira - Choupana para os mais distraídos -, não me lembro de alguma vez ter assistido a semelhante carga de nevoeiro sobre um final da Liga Europa, fosse com um ou com dois representantes portugueses. A pouco menos de dois dias de distância, é estranho que a final de Turim seja relegada para um secundaríssimo plano na nossa vida futebolística doméstica, e na ordem do dia esteja o Sporting.

A quase certa saída de Leonardo Jardim para o Mónaco e a eventual contratação de Marco Silva, porventura o mais apetecível dos técnicos nacionais do momento, estão a centrar as atenções que por esta altura já deveriam estar focadas, exclusivamente, no Benfica e em Turim. Claro que qualquer benfiquista o negará, mas isso compreender-se-à como o mais corriqueiro lugar comum. Eles sempre foram assim e sempre vão continuar a ser. Nada a fazer.

E debaixo desta descoroçoante neblina, que irrita os benfiquistas, mas acaba por nos trazer uma realidade bem diferente daquela que eles construiram, o que a generalidade dos adeptos do futebol vão discutindo, é a grandeza do risco desta troca leonina.

A meu ver, se os vários indicadores que nos últimos tempos nos foram chegando, através das palavras de Bruno de Carvalho, Leonardo Jardim e Marco Silva, acabarem por dar razão à maior corrente interpretativa deste fenómeno, a iminente operação não será mais que aquilo que antes de ser já era! E terá começado a ser, exactamente, ou quem sabe se bem antes, no dia em que Bruno de Carvalho assumiu a candidatura do Sporting ao título da próxima época.

Esse terá sido o momento chave que viria a decidir o futuro dos três protagonistas, que hoje vão retirando o Benfica do centro das atenções. Estalou a notória incompatibilidade filosófica entre Carvalho e Jardim, veio à luz do dia a até então bem guardada gula monegasca e começou a desenhar-se a já conhecida antecipação do Presidente do Sporting, que tão bons resultados dera um ano antes e que deixara desarmado Pinto da Costa. 

Desta vez Bruno de Carvalho, em vez de destruir a planificação de um rival, dobrou a parada e terá conseguido "matar dois coelhos" com uma só paulada: na Antas tiveram, à pressa, de inventar um "golpetegui" e em Carnide foram obrigados a ficar com os títulos e... com Jesus, porque o que eles verdadeiramente queriam... já era!... 

A manifesta segurança que Bruno de Carvalho evidencia, faz supor que a jogada estratégica que colocou em marcha antes da concorrência, é irreversível, e confirma que a sua acção será bem mais eficaz que populista e palavrosa. Este "rookie" estará a ser a revelação do dirigismo neste seu ano de estreia e para além da candidatura ao título já revelada, teremos de esperar para apreciar como evolui táctica e tecnicamente no defeso que se avizinha.

A concretizar-se o desenho que a minha imaginação por aqui deixa, a transformação do Sporting na equipa de qualidade que o desafio da nova época lhe impõe, há muito que estará delineada e os alvos perfeitamente definidos e, mais do que isso, concertada com o novo homem forte prestes a ser apresentado em Alvalade.

Aguardemos. A menos que este vosso desemcaminhador de pensamentos, tenha que colocar o baraço ao pescoço, ajoelhar e cumprir penitência. Tudo é possível, mas...

Leoninamente,

Até à próxima