No rescaldo de uma das maiores alegrias que o nosso Sporting me deu nos últimos anos, tenho de confessar que tenho vivido nestes dois últimos dias um sentimento que nem sei bem definir. Será porventura um misto de alegria, esperança, receio e conforto.
Alegria, pela magistral exibição que os meus olhos tiveram o privilégio de apreciar na noite fantástica de sábado à noite em Alvalade e pela justíssima vitória alcançada pelo Sporting cujo único senão terá sido a escassez do resultado.
Esperança, pelo potencial que foi possível vislumbrar naqueles 90 minutos de sonho e que muito provavelmente será exponenciado, à medida que outras grandes vitórias forem surgindo, outras metas forem sendo sucessivamente alcançadas, outros patamares exibicionais forem sendo conseguidos pelos fabulosos intérpretes que temos nas nossas fileiras.
Receio, pela fortíssima possibilidade de ver que a poderosa esquadra que o Sporting porventura estará a construir, possa vir a ser esfrangalhada no final da época pelo poderio económico e financeiro dos colossos europeus, face às debilidades que no mesmo campo o clube de Alvalade ainda vai patenteando.
Conforto, pela cada vez mais firme convicção de que todas as bases que permitiram a construção, quase da noite para o dia, deste fabuloso plantel, particularmente o corpo dirigente e técnico, permanecerão no Sporting por muitos e bons anos. E, como diz o nosso bom povo, cesteiro que faz um cesto, faz um cento!... Em todos os campos da arte, nenhum verdadeiro prodígio se ficou apenas pela realização de uma única obra prima, para depois perder todo o seu talento e desaparecer no anonimato. No Sporting, o talento usado para descobrir, juntar e trabalhar este espectacular naipe de jogadores, se por hipótese se vir confrontado com a saída de um, dois, três ou quatro, não terá pela frente a missão quase impossível com que teve de se confrontar no defeso que antecedeu a presente época. Substituir essas eventuais saídas, será tarefa incomparavelmente mais fácil que aquela a que o Sporting meteu ombros no final da época passada. E receber, integrar e trabalhar dois ou três atletas nunca será o mesmo que fazê-lo com dezena e meia.
Já no fim desta minha dissertação, assaltou-me repentinamente a ideia definidora desse sentimento complexo que me julgava incapaz de exprimir. Não será o ovo de colombo, nem uma palavra muito complicada, muito menos um neologismo. O Sporting pode estar de volta?!... Pode, claro que pode e eu pressinto esse aproximar. Mas o que eu sinto verdadeiramente desde sábado á noite, de uma forma talvez ainda mais profunda e avassaladora é, simplesmente, sportinguismo!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Como eu o compreendo caro amigo!O nosso clube andava tão mal que já não sabíamos o que fazer ou dizer, éramos uma espécie de náufragos à deriva no mar.E agora como que de repente vimos terra firme mesmo à nossa frente!Daí a nossa alegria, que para quem está de fora pode parecer exagerada, mas para nós que sofremos na pele estes anos de miséria é mais do que merecida!VIVA O SPORTING!
ResponderEliminarCaríssimo Leão de Leiria,
ResponderEliminarMais um generoso comentário vindo de alguém com que me identifico com satisfação. O meu obrigado mais uma vez.
Só espero e desejo que não nos aconteça o mesmo que àquele cão que, passada uma vida preso a uma corrente que sempre castrou a sua liberdade, um dia partiu a dita e foi a correr gosar na rua a sua liberdade. Bem depressa porém, por desconhecer as malhas perigosas que a mesma encerrava, morreu atropelado pelo primeiro auomóvel que passou.
Claro que, como leões que somos, não teremos a ingenuidade do cão e todos sabemos muito bem que no nosso caminho podem aparecer automóveis e até autocarros, que nos pretendam atropelar. Cá estaremos para prevenir todas essas eventuais dificuldades e preparados para algum atropelamento, com a certeza de que jamais será mortal. Nessa hipotética eventualidade, seremos capazes de nos levantarmos, sacudir a poeira da roupa e prosseguir sem sequer manquejar!...
Os leões são mesmo assim...
VIVA O SPORTING !!!...
SL