As palavras de Domingos Paciência, na antecipação ao jogo de amanhã em Vila do Conde, acerca do percurso, evolução e perspectivas futuras da equipa, dão-nos a imagem perfeita da corrente de pensamento que percorre o espírito do nosso técnico. Ele expressou com toda a clareza, sem subterfúgios e chamando a terreiro os factos reais ocorridos nas primeiras três jornadas do campeonato, as razões que colocaram o Sporting no limiar do inferno donde, convictamente, parece querer afastar-se.
Não é difícil de concordar com o pensamento de Paciência. Porque todas as dúvidas que possam restar nos nossos espíritos, sobre as opções que levou à prática, hão-de ficar sempre envoltas no nevoeiro que as determinou e que o encerramento do mercado ainda mais viria a acentuar. Sempre de forma elegante e inteligente e patenteando a verticalidade e solidariedade própria do seu carácter, continua a não permitir a mínima abertura da cortina que cerra hermeticamente a vida interna do Sporting da alcovitice exterior. E se todos nós, sportinguistas, não compreendermos isso e continuarmos aqui, ali ou acolá, a fazer o jogo dos alcoviteiros, só o Sporting ficará a perder.
Mas o que mais me impressionou foi quando, num misto de desalento e dramática revolta, abordou o sério problema de Izmailov: "... Marat não está em condições, continua com muitas queixas e não se sente confiante. Quer jogar e treinar, mas o problema fisico impede-o de o fazer. Alguma coisa tem de ser feita: ou um tempo de paragem mais longo ou outra situação...".
Estas curtas mas esclarecidas palavras, definem bem a delicadeza da situação desse grande jogador. Dizem-nos a todos que, contra as nossas mais que justificadas esperanças, o calvário desse atleta de eleição ainda não terá terminado. Falharam os prognósticos do cirurgião que o operou, falharam os cuidados, a atenção e o carinho que ao atleta vem sendo dispensado pelo Sporting, falharam os esforços quase sobrehumanos e todas as privações a que o atleta se tem sujeitado no sentido de debelar definitivamente a lesão de que há tanto tempo padece. E Domingos Paciência sabe melhor que ninguèm que a situação é insustentável, muito particularmente para o jogador. Alguma coisa terá de ser feita para que o Sporting não perca, porventura, o melhor jogador de todo o seu plantel e ao mesmo tempo, um atleta da estirpe de Izmailov não possa imaginar sequer, que a espada terrível de um precoce termo de carreira esteja sobre a sua cabeça.
Daqui, do meu canto e com a admiração que esse extraordinário atleta me merece, a minha solidariedade e um grito leoninamente poderoso de ânimo e conforto, com a certeza de que mais rapidamente do que alguém possa pensar ou admitir, Izmailov estará, plenamente recuperado e com a sua pujante e extasiante categoria, de regresso ao seu e ao nosso Sporting!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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