Ao que noticia o site do Sporting Clube de Portugal, Domingos Paciência ministrou hoje na Academia e logo pela manhã, um treino de recuperação e manutenção fisicas, para todos os elementos constituintes do plantel, embora com abordagem diferente para os que ontem jogaram em Paços de Ferreira.
Como principal novidade, destaque-se a integração plena de Matias Fernandez, dado como clinicamente recuperado da lesão muscular que o apoquentava desde o jogo com o Beira Mar. O chileno terá agora de trabalhar afincadamente para recuperar o seu lugar no onze titular do Sporting, o que de todo não se afigura fácil. Em épocas anteriores, Matias era, muito provavelmente, o jogador com mais atributos técnicos de todo o plantel, apesar de nunca ter verdeiramente assumido o papel que a sua qualidade lhe atribuia. Agora, com a chegada de novos companheiros que, em quantidade e qualidade, lhe disputarão o estatuto anterior e perante a inconstância da sua prestação anterior, terá de atingir e manter condições fisícas e técnicas que igualem ou superem as que os seus companheiros de função apresentam, de modo a convencer Domingos Paciência das vantagens da sua utilização. É a lei da concorrência, de que naturalmente sairá a ganhar o Sporting.
Este treino hoje realizado, confirma uma nova realidade trazida por Domingos Paciência para o Sporting. Parece terem acabado definitivamente os tempos do facilitismo e da permissividade em termos de trabalho nas oficinas da Academia. Desde os já remotos tempos de Paulo Bento e muito particularmente sob o consulado do famigerado Paulo Sérgio, que as cargas de trabalho eram um quase divertimento colectivo, recheadas de "meínhos", "slalons", "gincanas" e "rally-papers" que depois se refletiam na confrangedora capacidade física que a equipa revelava, em que apenas resistia aos primeiros 30 minutos de cada jogo, seguindo-se invariavelmente, 60 minutos de penosos arrastar de chuteiras pelo campo e de sucessivos calvários dos adeptos acompanhantes da equipa ou dos sofridos espectadores que à distância assistiam desiludidos a tanta incompetência.
Não são ainda do conhecimento da grande maioria dos adeptos sportinguista, o grau de exigência, a intensidade e o tempo com que são ministradas as cargas físicas que Domingos Paciência e a sua equipa técnica aplicam ao plantel. A reserva e a privacidade que o técnico vem impondo é mais do que compreensível nestes novos tempos, em que a espionagem desportiva atinge proporções impensáveis há meia dúzia de anos atrás. Mas o treino de hoje, decorridas pouco mais de 12 horas após o jogo de ontem, é suficientemente sintomático de um novo tempo em Alvalade.
Falta entrosamento?!... Há que treinar para o conseguir. Falta conhecimento mútuo das características de cada um?!... Há que treinar para que venha depressa esse conhecimento. Falta entrosamento táctico, a expressão consistente de um fio de jogo e o enraizamento de processos?!... Há que treinar, há que trabalhar, há que insistir e repetir uma, duas, três ou as vezes que forem precisas, para que tudo isso seja conseguido. Há que trabalhar uma, duas, três, quatro ou cinco horas em cada dia ou as que se revelarem necessárias. Os trabalhadores nos campos, nas fábricas, nos escritórios, nas grandes superfícies comerciais, nas escolas, nas universidades, nos hospitais e por esse país fora trabalham seis, sete, oito, nove e dez ou mais horas por dia e ganham cinquenta, oitenta ou mesmo cem vezes menos que os felizes jogadores do Sporting Clube de Portugal. E ainda há-de sobrar tempo suficiente para dedicar às famílias e ao lazer de cada um. E as folgas, naturais e compreensíveis, hão-de ser fixadas, tendo sempre em conta e em primeiro lugar, os superiores interesses do colectivo de jogadores e do clube que representam e que pontualmente lhes paga.
Trabalho, trabalho e ainda mais trabalho!... Só o trabalho nos leva ao sucesso. Só o trabalho elimina os vícios naturais do género humano. Só o trabalho formata o indivíduo para a superação que o mundo de hoje nos exige. Sem trabalho jamais nos afastaremos da mediania. E os jogadores que envergam a gloriosa camisola do Sporting Clube de Portugal estão obrigados a compreender que a grandeza do clube que representam lhe exige bem mais do que um padrão mediano, do que uma classificação suficiente. O objectivo é a excelência e essa só o trabalho permite alcançar!...
Leoninamente,
Até à próxima
É mesmo no trabalho que está a certeza do êxito...!!
ResponderEliminarE o Sporting ainda necessita de muito trabalho...!!
Mas acredito também que esse trabalho ainda nos vai trazer muitas alegrias este ano e vai ser uma muralha contra a incompetência da arbitragem...!!
Força Sporting...!!
Mas já agora lembrar que da parte de todos nós adeptos, também tem que haver muito trabalho, sobretudo para alguns aprenderem que devem apoiar a equipa até à exaustão...e nada de assobios...!!
Sporting Sempre...!!
Caro Maximino Martins,
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
E a minha concordância absoluta com tudo o que afirma, particularmente no que respeita ao "trabalho" dos adeptos e na condenação dos assobios.
E, naturalmente, Sporting Sempre !...
SL
Há anos que ando a dizer isto...!!!
ResponderEliminarHá anos que os grandes clubes europeus fazem isto...!!!
Há anos que não ganhamos nada...!!!
Não pode ser coincidência...!!!
Caro ZeBi,
ResponderEliminarHá anos que ando a dizer que se devem agradecer os comentários aos posts. É o que faço agora meu amigo!...
Há anos que o meu estimado amigo e sportinguista, anda carregadinho de razão, mas os treinadores do Sporting, em defesa do balneário, apenas mandavam servir nos treinos, cházinho morno, palitos de "La Reine" e "línguas de gato"!...
Domingos Paciência começou por seguir o "glorioso" exemplo dos seus antecessores. Só agora, quando percebeu onde o levaria tal política e que o seu destino poderia ser o mesmo, parece ter-se lembrado da máxima de Octávio Machado, trabalho, trabalho, trabalho, arrepiando caminho a toda a força. Oxalá ainda consiga ir a tempo!...
Um abraço amigo e leonino