O fosso do Sporting e a fossa de Varandas
«A entrevista concedida por Frederico Varandas foi um bom momento para o presidente do Sporting e numa, entre outras coisas, está coberto de razão: não foi ele quem criou o fosso para os rivais Benfica e FC Porto.
O Sporting está no fosso e está na fossa e acha-se há anos a tentar encontrar o seu ‘salvador da pátria’.
O problema do presente – é bom não esquecer – é uma decorrência de dois passados: o passado antes de Bruno de Carvalho e o passado com Bruno de Carvalho, depois de ele se revelar um ‘caso perdido’ como presidente. Esses passados não comportaram apenas situações e apostas negativas, mas nunca ninguém se revelou capaz de unir os sportinguistas.
Este é o drama do Sporting: nem a ‘linha de continuidade’ do pós-Roquette conseguiu eliminar o fosso (não há registo de um campeonato ganho em quase duas décadas!) nem a ‘linha ultra’ que se lhe seguiu, com Bruno de Carvalho, o conseguiu fazer. O Sporting viveu sempre entre o ‘8’ e o ’80’, num terreno minado entre um certo elitismo e o radicalismo, quando o Sporting precisa de um ‘governo’ que faça um esforço suplementar para unir sensibilidades, excluindo aqueles que, num período crítico, atacaram e delapidaram a imagem e a essência do Sporting enquanto instituição.
Volvido um ano sobre a eleição de Frederico Varandas para presidir aos destinos dos ‘leões’, após uma campanha com muitos candidatos e poucas ideias novas, o Sporting debate-se, pois, com dois tipos de problemas: os resquícios deixados por uma presidência super atribulada – aquilo a que podemos denominar uma ‘presidência ultra’, marcada por uma excessiva e desequilibrada emocionalidade – e as manifestações críticas de diversas figuras ligadas ao universo ‘leonino’, muitas das quais ligadas a algum desses passados, sobre as quais não impende nenhum juízo sobre o direito de criticar, mas apenas e tão-só o facto de não entenderem o peso da herança e não revelarem um mínimo de tolerância sobre o ciclo que se seguiu à deposição de Bruno de Carvalho. A mesma tolerância que requereriam para si próprios, no caso de terem vencido as eleições.
Tudo no Sporting é passível de crítica. Crítica também irrazoável. Se o presidente não fala é porque não fala; se fala é porque fala. Se mantém o Bruno Fernandes, devia tê-lo vendido (nem que fosse pelos tais 45M€). Consegue vender o Thierry Correia por 12M€ e o Raphinha por 21M€ não tem qualquer significado, a não ser desfalcar o plantel, mesmo no caso do jovem lateral direito, tantas vezes criticado por alguns erros cometidos nas suas primeiras aparições na equipa principal do Sporting. Se o Sporting ganha a Taça de Portugal (ao FC Porto) e a Taça da Liga (numa fase final Benfica, FC Porto e SC Braga) é porque os outros quiseram. Quer dizer: o Sporting está sempre no fosso (e na fossa) e, no fosso, não se amontoa apenas a lixeira normal destes ambientes mas uma enorme quantidade de crocodilos. O fosso dos crocodilos.
O ‘fosso dos crocodilos’ está pejado de frustrações, maus gestores, críticas por tudo e por nada, elitismos e radicalismos, gente que não sabe fazer mais nada senão viver do debate continuado sobre o Sporting, numa fustigação permanente e irracional. Os crocodilianos não gostam do Sporting. Alimentam-se do Sporting. DEVORAM o Sporting.
Este presidente – e qualquer outro que saísse ‘vencedor’ das eleições – já sabia que ia arrostar com o peso histórico da maledicência e da desvalorização permanentes, e no caso de Frederico Varandas com a coragem (sim, coragem!) de fazer frente aos abusos das claques, que estavam – governando-se – a governar o Sporting.
Os sportinguistas acham que 1 ano é suficiente para eliminar o fosso? O fosso não resulta apenas do crescimento do Benfica e do FC Porto, este agora confrontado com um problema de gestão cujas consequências estão à vista na tentativa de cumprimento do fair-play financeiro importo pela UEFA. O fosso foi (es)cavado por sportinguistas, mais ou menos ilustres. e vão continuar a (es)cavar, convencidos de que vão finalmente achar o ouro. Não, não vão. Se continuarem a (es)cavar obsessiva e delirantemente, vão encontrar mais dejectos e escuridão – e o Sporting não sairá da sua condição de ‘terceiro de Portugal’, ameaçado por outros emblemas, mais pacientes na sua afirmação e na consolidação de reformas.
Este ‘Sporting de Varandas’ tem défices e problemas? Tem. A gestão dos últimos dossiês foi perfeita? Não. Mas, neste quadro, quem conseguiria governar melhor?… Quem pode reclamar, neste contexto, o exercício da perfeição?…»
(Rui Santos, Pressão Alta, in Record)«A entrevista concedida por Frederico Varandas foi um bom momento para o presidente do Sporting e numa, entre outras coisas, está coberto de razão: não foi ele quem criou o fosso para os rivais Benfica e FC Porto.
O Sporting está no fosso e está na fossa e acha-se há anos a tentar encontrar o seu ‘salvador da pátria’.
O problema do presente – é bom não esquecer – é uma decorrência de dois passados: o passado antes de Bruno de Carvalho e o passado com Bruno de Carvalho, depois de ele se revelar um ‘caso perdido’ como presidente. Esses passados não comportaram apenas situações e apostas negativas, mas nunca ninguém se revelou capaz de unir os sportinguistas.
Este é o drama do Sporting: nem a ‘linha de continuidade’ do pós-Roquette conseguiu eliminar o fosso (não há registo de um campeonato ganho em quase duas décadas!) nem a ‘linha ultra’ que se lhe seguiu, com Bruno de Carvalho, o conseguiu fazer. O Sporting viveu sempre entre o ‘8’ e o ’80’, num terreno minado entre um certo elitismo e o radicalismo, quando o Sporting precisa de um ‘governo’ que faça um esforço suplementar para unir sensibilidades, excluindo aqueles que, num período crítico, atacaram e delapidaram a imagem e a essência do Sporting enquanto instituição.
Volvido um ano sobre a eleição de Frederico Varandas para presidir aos destinos dos ‘leões’, após uma campanha com muitos candidatos e poucas ideias novas, o Sporting debate-se, pois, com dois tipos de problemas: os resquícios deixados por uma presidência super atribulada – aquilo a que podemos denominar uma ‘presidência ultra’, marcada por uma excessiva e desequilibrada emocionalidade – e as manifestações críticas de diversas figuras ligadas ao universo ‘leonino’, muitas das quais ligadas a algum desses passados, sobre as quais não impende nenhum juízo sobre o direito de criticar, mas apenas e tão-só o facto de não entenderem o peso da herança e não revelarem um mínimo de tolerância sobre o ciclo que se seguiu à deposição de Bruno de Carvalho. A mesma tolerância que requereriam para si próprios, no caso de terem vencido as eleições.
Tudo no Sporting é passível de crítica. Crítica também irrazoável. Se o presidente não fala é porque não fala; se fala é porque fala. Se mantém o Bruno Fernandes, devia tê-lo vendido (nem que fosse pelos tais 45M€). Consegue vender o Thierry Correia por 12M€ e o Raphinha por 21M€ não tem qualquer significado, a não ser desfalcar o plantel, mesmo no caso do jovem lateral direito, tantas vezes criticado por alguns erros cometidos nas suas primeiras aparições na equipa principal do Sporting. Se o Sporting ganha a Taça de Portugal (ao FC Porto) e a Taça da Liga (numa fase final Benfica, FC Porto e SC Braga) é porque os outros quiseram. Quer dizer: o Sporting está sempre no fosso (e na fossa) e, no fosso, não se amontoa apenas a lixeira normal destes ambientes mas uma enorme quantidade de crocodilos. O fosso dos crocodilos.
O ‘fosso dos crocodilos’ está pejado de frustrações, maus gestores, críticas por tudo e por nada, elitismos e radicalismos, gente que não sabe fazer mais nada senão viver do debate continuado sobre o Sporting, numa fustigação permanente e irracional. Os crocodilianos não gostam do Sporting. Alimentam-se do Sporting. DEVORAM o Sporting.
Este presidente – e qualquer outro que saísse ‘vencedor’ das eleições – já sabia que ia arrostar com o peso histórico da maledicência e da desvalorização permanentes, e no caso de Frederico Varandas com a coragem (sim, coragem!) de fazer frente aos abusos das claques, que estavam – governando-se – a governar o Sporting.
Os sportinguistas acham que 1 ano é suficiente para eliminar o fosso? O fosso não resulta apenas do crescimento do Benfica e do FC Porto, este agora confrontado com um problema de gestão cujas consequências estão à vista na tentativa de cumprimento do fair-play financeiro importo pela UEFA. O fosso foi (es)cavado por sportinguistas, mais ou menos ilustres. e vão continuar a (es)cavar, convencidos de que vão finalmente achar o ouro. Não, não vão. Se continuarem a (es)cavar obsessiva e delirantemente, vão encontrar mais dejectos e escuridão – e o Sporting não sairá da sua condição de ‘terceiro de Portugal’, ameaçado por outros emblemas, mais pacientes na sua afirmação e na consolidação de reformas.
Este ‘Sporting de Varandas’ tem défices e problemas? Tem. A gestão dos últimos dossiês foi perfeita? Não. Mas, neste quadro, quem conseguiria governar melhor?… Quem pode reclamar, neste contexto, o exercício da perfeição?…»
De "armário de esqueletos", na versão de Frederico Varandas, passamos agora a "fosso dos crocodilos", num "aggiornamento" de Rui Santos! Tudo designações de uma mesma e endémica "doença" que há muito grassa em Alvalade e que, em vez de sermos capazes de erradicar do nosso seio, como a varíola o foi da face do planeta, vamos plantando, estimulando e cuidando desveladamente em cada dia, até que, eventualmente, atinja tal dimensão que nos destrua a todos. Essa doença chama-se escárnio, com todo um terrível e imenso sarcófago de sinónimos que o prefixo "des" lhes poderá emprestar e que, partindo de (des)amor, passe por (des)apreço, (des)respeito, (des)valorização, (des)estima, (des)afeição e acabe por terminar em (des)apego e quiçá... (des)prezo, a que tristemente e em remate se costumam juntar a (de)missão de sócios e a (des)truição dos respectivos cartões de associados...
Um extraordinário motivo de orgulho para os sportinguistas...
Até os lampiões já conseguimos deixar para trás!...
Leoninamente,
Até à próxima
Um extraordinário motivo de orgulho para os sportinguistas...
Até os lampiões já conseguimos deixar para trás!...
Leoninamente,
Até à próxima
É desta, amigo? Como é que consegue acolher um comentário destes, feito por este rapaz, convencido que está da sua suprema sapiência, sagacidade, e, sobretudo, capacidade acima da média, julga ele, de entender as realidades da (realidade) "desportiva nacional)?
ResponderEliminarSerá que desta vez publica o que escrevo ou vai continuar a escudar-se na sua trincheira -, toda de defesas feita (ou não fosse trincheira)?
É que já é demasiadamente evidente a sua esquiva a discussões que possam pôr em causa o constructo da sua argumentação referente ao que ao Sporting Clube de Portugal diz respeito! E, já agora, mais respeito pelas opiniões contrárias à sua! Se não quer ser contraditado, tem um -, e agora vou plagemar a sua prosa que já apelidei de adjectivante e... qualquer coisa que agora não me chega ao neurónio de serviço -, caminho direitinho, fofo, sem dificuldades de maior e, sobretudo, absolutamente isento de críticas, escárnios -, como parece gostar de referir -, vazio de sentido, de conteúdo; enfin!... Um verdadeiro paraíso!... Esse chama-se:1
(Não escrever)! Assim, apagam-se todas as veleidades de, como diz, ser atormentado por "viúvas" e outros epítetos dirigidos àqueles que não lhe dizem "hamen" ou não lhe dão palmadinhas no dorso do ego!
Até à próxima, se a houver!
Nada melhor que o comentário para definir o seu autor! Mesmo assim, foi desta que conseguiu que o publicasse, não por qualquer direito que tenha de contraditório - parece desconhecer completamente a lei no que a esse direito concerne! -, mas apenas porque desta vez não recorreu aos insultos contidos nos anteriores, embora quase queimasse a fronteira!...
EliminarÉ assim, neste blog, quem não usar de civilidade e educação, cai-lhe a guilhotina sobre o pescoço! Porque eu assim determino, sem ter de dar explicações seja a quem for, muito menos a quem não usa a urbanidade que exijo! Percebeu, ou quer que lhe "plageme" um desenho para que me diga "hamen"?!...
Este artigo do Rui Santos e o comentário que o Álamo lhe fez é do melhor que tenho lido sobre o Sporting nos últimos anos. Oxalá muitos sportinguistas os leiam, porque, ainda que essas palavras "simplesmente" reiterem algo que já saibamos, talvez contribuam para apaziguarmos ânimos e, atentos e críticos, ajudarmos finalmente a colocar o Sporting lá onde todos os sportinguistas querem que esteja.
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