Bruno, Lage e as brincadeiras
«Bruno Fernandes não merecia que o Sporting saísse eliminado de uma eliminatória que Marcel Keizer perdeu com exibição horrível na primeira mão em casa. Tem sido ele o abono de família, com o seu talento excepcional, de uma equipa curta, mediana e muitas vezes medíocre. Ontem, com o Villareal, o seu golo ainda deu uma esperança aos sportinguistas numa exibição pálida e onde os verde e brancos não mostraram o futebol dominador que deviam exibir para passar à próxima eliminatória. Cai assim por terra mais uma hipótese de conquista de troféus, uma oportunidade para arrecadar euros que o emblema tanto necessita – e era bom que Frederico Varandas na conferência de imprensa falasse verdade aos sócios sobre o real estado financeiro sem promessas miríficas nem palavrinhas de algodão doce, recordando que em campanha garantiu que não havia problemas de tesouraria e tinha soluções se os pedregulhos aparecessem – e voltam os leões ao habitual. O 8 e o 80. Da depressão dos lenços brancos ao clímax da vitória categórica sobre o Braga e agora de novo mais um mergulho num buraco negro que não contribui para a pacificação e estabilidade. Sobressai uma enorme intranquilidade sobre a capacidade de um treinador que ninguém conhecia e crescem sinais que reforçam a ausência de empatia entre os adeptos e o seu presidente que não consegue criar uma atmosfera de optimismo por evidentes debilidades comunicacionais. O Sporting atravessa fase complicada, teremos de aguardar para compreender se há arte e engenho para ultrapassar este ciclo. Se tal não acontecer, entrará num caminho do Minotauro, um labirinto de muito difícil saída.
Gosto de Bruno Lage. Gosto de grandes treinadores e a solução que estava no Seixal é um achado de categoria. Aqui escrevi um artigo que se intitulava: «A reconquista de Bruno Lage». Nele explicava como com qualidade deu um volte-face a um clube que estava abúlico e já não acreditava em Rui Vitória. Mostrou competência em campo e tem sido exemplar com uma comunicação que cria uma onda positiva e de proximidade com os seus adeptos. A reconfirmação do seu contrato até 2023 é um bom acto de gestão do presidente do Benfica que durante meses andou aos papéis e a ver luzinhas que só ele compreendia como se fosse um discípulo da Santa da Ladeira. E o setubalense disse tudo: «vejo alegria enorme dentro desta casa». Quando se ganha tudo corre sobre rodas, os sorrisos fluem, pois são as vitórias o combustível do bom ambiente.
Não gosto que se brinque ao futebol. Adoro ver numa semana 8 mil espectadores num Famalicão-Paços de Ferreira, contudo, não aprecio o embuste de uma SAD que se veste de azul na I Liga (e que nada tem a ver com essa grande instituição que se chama Belenenses) e que num jogo com o Moreirense teve no Bonfim 289 pagantes de bilhete. Bem como ultrajarem o trabalho de um treinador, José Mota, a quem o Vitória de Setúbal deve 165 mil euros e ao qual passaram 11 cheques sem cobertura torpedeando a reputação de um clube de enormes pergaminhos. É tempo de não se viver num universo paralelo e que ludibria quem é respeitador e bom pagador, quem não tem condições para andar na alta-roda tem de arrumar a casa primeiro. Ninguém deve alinhar numa mentira.»
Só eu sei quanto lamento estar liminarmente de acordo com as "três grandes verdades" que Rui Calafate no seu frontal e desempoeirado "Factor Racional" de hoje, terá entendido por bem oferecer-nos! Se bem que apenas me preocupe, verdadeiramente, a primeira. Porque fala de nós, do Sporting. Porque o bem ou o mal dos outros, nunca serão coisas capazes de me tirar o sono. Porque o que diz sobre o Sporting, mesmo sendo uma verdade com a qual terei de concordar e concordo com disse atrás, preocupa-me e muito!...
Escreve Rui Calafate que "... O Sporting atravessa fase complicada, teremos de aguardar para compreender se há arte e engenho para ultrapassar este ciclo..." e aponta muito clara e corajosamente o seu libelo na direcção das duas figuras porventura mais importantes na actualidade leonina, num momento em que, afastados de mais um objectivo, quiçá o penúltimo que para nós adeptos sobrava, nos vemos obrigados a olhar, contrafeitos, para o último e concluímos, ainda mais contrafeitos, que começa a ser escasso e em vias da mais decepcionante extinção, todo o benefício da dúvida que investimos nessas mesmas figuras...
Oxalá não venha a ser hoje o primeiro dia da nossa vida recente de sportinguistas, em que não sejamos empurrados, outra vez descoroçoados e contrafeitos, para uma inexorável e desesperada busca de...
Um novo, leonino e redentor Teseu!...
Leoninamente,
Até à próxima
Escreve Rui Calafate que "... O Sporting atravessa fase complicada, teremos de aguardar para compreender se há arte e engenho para ultrapassar este ciclo..." e aponta muito clara e corajosamente o seu libelo na direcção das duas figuras porventura mais importantes na actualidade leonina, num momento em que, afastados de mais um objectivo, quiçá o penúltimo que para nós adeptos sobrava, nos vemos obrigados a olhar, contrafeitos, para o último e concluímos, ainda mais contrafeitos, que começa a ser escasso e em vias da mais decepcionante extinção, todo o benefício da dúvida que investimos nessas mesmas figuras...
Oxalá não venha a ser hoje o primeiro dia da nossa vida recente de sportinguistas, em que não sejamos empurrados, outra vez descoroçoados e contrafeitos, para uma inexorável e desesperada busca de...
Um novo, leonino e redentor Teseu!...
Leoninamente,
Até à próxima
antes de ler pergunto: quem é este senhor?
ResponderEliminarUma figura heróica da mitologia grega, intimamente relacionada com o labirinto mandado construir a Dédalo pelo rei Minos de Creta e onde teria vivido o monstro Minotauro, invocado por Rui Calafate na sua crónica...
EliminarSerá exactamente para se compreenderem muitos dos acontecimentos da actualidade, que servirá a assombrosa mitologia grega...